19 de dezembro de 2024
Adaelson Santos e Alcindo Rabelo Campos fogem da Justiça e mantêm o judô paraense imobilizado
Ao evitar intimação, o ex-presidente e o autodenominado presidente da FPAJU atentam contra a dignidade da Justiça e engessam a modalidade
Por PAULO PINTO
28 de junho de 2021 / Curitiba (PR)
A cada dia que passa, a folha corrida do ex-presidente da Federação Paraense de Judô (FPAJU), Alcindo Rabelo Campos, se torna mais extensa. Após tentar impugnar todas as chapas opositoras na última eleição, o desajuizado dirigente paraense teve a sua própria chapa impugnada por fraude processual, mas ignorou a denúncia que partiu de seu próprio conselho de ética.
Na sequência, ele e seu preposto tentaram meter goela abaixo dos professores com direito a voto a nomeação de Adaelson Santos como novo presidente da FPAJU, embora a eleição não tenha sido concluída. Contudo, ambos se deram muito mal. Os filiados protestaram e buscaram seus direitos na Justiça, e no dia 17 de maio Marco Antônio Lobo Castelo Branco, juiz de direito da 8ª Vara Cível e Empresarial da Capital, suspendeu os efeitos da eleição parcialmente realizada em 1º de maio de 2021 até o julgamento do mérito.
Entretanto, em consonância com seus interesses eleitoreiros, Sílvio Acácio Borges, presidente da Confederação Brasileira de Judô, elegeu por conta própria os professores Adaelson Santos e Alcindo Rabelo Campos, como presidente e vice da FPAJU, respectivamente.
Não satisfeito por endossar o caos no cenário judoísta do Estado do Pará, o presidente da CBJ jogou mais lenha na fogueira ao promover de graduação judocas paraenses de alta patente: Enivaldo Cordovil, João Santos, Mauro Ribeiro e Alan Saraiva, conforme noticiou a Budô em 19 de junho. Os grandes protagonistas dessa promoção, claro, foram Adaelson Santos e Alcindo Rabelo Campos, que outorgaram pessoalmente a graduação aos novos professores kodanshas.
Ato atentatório à Justiça
No dia 21 de junho o oficial de Justiça encarregado de citar os professores Adaelson e Alcindo notificou a 8ª Vara Cível e Empresarial da Capital que, já pela terceira vez, estivera na sede da FPAJU e em todas as oportunidades fora informado de que os dirigentes mantêm a federação fechada. Nem mesmo a secretária, Polyana de Souza Campos, filha de Alcindo Campos – o que caracteriza nepotismo –, funcionária da entidade, tem dado plantão.
É com base em artimanhas para obstruir a ação da Justiça que os professores Adaelson e Alcindo pretendem gerir uma das mais tradicionais e importantes entidades de administração do judô da região Norte-Nordeste?
É agindo despudoradamente em favor daqueles que o apoiam e atacando as federação que se opõem que o presidente da CBJ pretende se impor politicamente? Embora integre o Conselho de Administração do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Sílvio Acácio Borges ainda não aprendeu que respeito não se impõe, se conquista.
César Luiz Vieira, candidato à presidência na chapa União, Respeito e Transparência, lamenta o abandono a que toda a comunidade foi relegada.
“Pessoas irresponsáveis engessaram o judô paraense. Estamos à deriva porque tivemos agora atos de nomeação e designação de bolsas oferecidas pelo governo do Estado e os atletas contemplados precisavam de uma certidão confirmatória que somente a FPAJU poderia produzir. Todos tiveram de ir à casa do Alcindo e depois convencê-lo a fazer o documento. Se a federação estivesse funcionando normalmente seria tudo mais fácil. O professor Alcindo mora numa cidade distante de Belém, e a Polyana, funcionária da entidade, deveria estar trabalhando. A eleição foi suspensa, mas o expediente da federação não está suspenso”, disse Vieira.
“Eles estão cometendo dois atos indignos: um, atentatório à Justiça e o outro, contra a comunidade do judô”, prosseguiu. “As associações pagam a anuidade, mas não recebem os serviços correspondentes, ou seja, há alguma coisa que não está batendo”, expôs César Vieira.