Brasil soma 272 vagas para as Olimpíadas após o mundial de judô

Beatriz Souza conquistou a medalha de bronze em Budapeste, mas a vaga para Tóquio ficou com Maria Suelen Altheman, sua companheira de clube © Di Feliciantonio Emanuele

Trinta e três categorias diferentes foram contempladas com atletas convocados. Dos 272, 110 fazem parte do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal

Jogos Olímpicos de Tóquio
Por Helena Sbrissia/Budopress
18 de junho de 2021 / Curitiba (PR)

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou na última quarta-feira (16) os 13 nomes convocados aos Jogos Olímpicos de Tóquio. O comunicado veio após o encerramento do Mundial de Budapeste, que rendeu ao Brasil medalhas de bronze pelas atuações de Beatriz Souza (+78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg) e da equipe mista.

Agora, o Brasil soma 272 vagas para as Olimpíadas em 33 categorias diferentes. Delas, 121 são nominais, ou seja, os 151 nomes restantes dependem das convocações das confederações. 90,9% (110) das vagas nominais correspondem a atletas que recebem o chamado Bolsa Atleta, um programa de patrocínio proporcionado pelo Governo Federal e executado pela Secretaria Especial do Esporte e do Ministério da Cidadania.

Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte e do Ministério da Economia, afirma ser um orgulho a “quase onipresença” do Bolsa Atleta entre os nomes convocados. “O Governo Federal segue com a política de manter e ampliar os investimentos no esporte em suas várias vertentes, da base ao alto rendimento. O alto rendimento é extremamente relevante porque é ali que está o exemplo, a referência, o espelho para quem vai começar. E isso fica ainda mais potencializado em períodos como esse, de Jogos Olímpicos e Paralímpicos”.

Renato Rezende será o representante brasileiro no ciclismo BMX © Danilo Borges/ Rededoesporte.gov.br

Somando as 33 modalidades às quais o Brasil tem vaga assegurada, os investimentos governamentais chegam a R$ 220 milhões, sendo que, apenas no judô, o valor chega a R$ 16,26 milhões.

Segundo Ney Wilson, o gestor de Alto Rendimento da CBJ, o crescimento do grupo foi nítido, apesar de não ter sido representado nos pódios do Mundial. “O resultado transformado em medalha não aconteceu no Mundial, mas é nítida a evolução. Vejo, sim, a possibilidade de fazer uma boa competição olímpica. Acredito que os 13 atletas que estarão nos representando podem brigar por medalha”, afirma.

Grande parte do elenco que representará o Brasil no judô em Tóquio 2020 é estreante do megaevento: sete dos 13 nunca disputaram uma Olimpíada antes. Ainda, o país conta com cinco atletas cabeça de chave, sendo que, no Rio 2016, seis ocupavam a posição. “Ser cabeça de chave é sempre uma posição boa, mas não é condição para se chegar à medalha olímpica. Temos muitas histórias de medalhas de atletas que não eram cabeças de chave”, defende Wilson.

 

No anúncio da equipe olímpica, a CBJ reiterou sobre as dificuldades que cercaram o mundo do esporte num espectro geral em 2020 e 2021 por causa da pandemia do coronavírus. Apesar da redução dos eventos classificatórios, 121 atletas participaram do ciclo olímpico em eventos internacionais e, em conjunto, conquistaram 395 medalhas desde o Rio 2016.

Durante a última semana, o Brasil ampliou o número de vagar em diversas modalidades. Triatlo, após a etapa de Huatulco na Copa do Mundo do México, com três atletas; ciclismo BMX, com dois convocados; levantamento de peso, com dois nomes; sete atletas na natação; ainda, a seleção de conjunto da ginástica rítmica, graças à medalha de ouro no Campeonato Pan-Americano.