CBJ divulga vídeo que não prova absolutamente nada e envolve dirigentes fluminenses nas lambanças do presidente

Hirotaka Okada e Jucinei Costa

Com mais este ato impensado, Sílvio Acácio expôs Jucinei Gonçalves da Costa e Leonardo Lara, presidente e vice da FJERJ, envolvendo assim mais dois judocas com histórico irretocável no mar de lama que arruína sua gestão

Shido
4 de março de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos FLASH SPORT
Curitiba – PR

Em mais um ato ineficaz e buscando ludibriar a opinião pública, Sílvio Acácio ordenou que sua assessoria de imprensa divulgasse um vídeo mostrando o momento em que a comitiva capitaneada pelos membros do Instituto Kodokan do Brasil entrava na sede da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Tendo a certeza de que é mais arguto e esperto do que as pessoas com quem se relaciona, o autoproclamado Imperador do Judô Guarani protagonizou mais uma das suas presepadas inconsequentes, mas o tiro saiu pela culatra, atingindo dois judocas de renome e prestígio.

Os professores kodanshas Geraldo Bernardes, Jucinei Costa e Leonardo Lara

Examinando o vídeo, notamos a presença de Jucinei Costa e Leonardo Lara, os dirigentes fluminenses que no domingo ciceronearam a comitiva formada pelo mestre japonês Hirotaka Okada; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Ryosuke Kimura, gestor de projetos do consórcio Sport For Tomorrow; Roberto Mitio Harada, coordenador de projetos do IKB; Rafael Borges, coordenador de comunicação do IKB; e Teppei Sakauchi, estudante da Universidade de Tsukuba, o uke do professor Okada na turnê realizada em fevereiro em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Após a divulgação do vídeo voltamos a falar com membros do grupo que visitou a CBJ, até mesmo para confirmar a veracidade de trechos da matéria publicada em 22 de fevereiro, intitulada Sílvio Acácio proíbe entrada de membro do Instituto Kodokan do Brasil na sede da CBJ, na qual relatamos que, quando o grupo chegou à confederação, Rafael Borges foi alertado da proibição, resignou-se e ficou na calçada da Rua Capitão Salomão, em Humaitá, enquanto a comitiva vinda do Japão e os demais membros do Instituto Kodokan entraram no prédio.

O professor kodansha Rubens Machado cumprimenta Rafael Borges

Após a ampla divulgação do vídeo pela CBJ e pela Federação Mineira de Judô, ambas as entidades trataram de desmentir as afirmações contidas em nossa denúncia e seus dirigentes comemoraram efusivamente o desfecho momentâneo de mais este imbróglio protagonizado pelo mandatário do judô brasileiro, um dirigente que lentamente está tirando o judô dos tatamis e o conduzindo para os tribunais.

Para nossa surpresa, um membro da comitiva – que prefere preservar sua identidade por motivos óbvios – foi um pouco mais detalhista, esclarecendo assim o mistério em torno do momento em que Rafael Borges foi alertado da proibição de entrar na CBJ.

“Caro Paulo Pinto, por entender que estas pessoas não tinham absolutamente nada a ver com a atitude nefasta criada pelo presidente da CBJ, no primeiro momento buscamos preservar a imagem dos professores Jucinei Gonçalves da Costa e Leonardo Lara. Dirigentes que, ao contrário do presidente Sílvio, são pessoas educadíssimas, com excelente formação e verdadeiros judocas. Mas já que a assessoria da CBJ divulgou o vídeo com a imagem de ambos e não os preservou, esclareço que no momento em que o professor Rafael foi informado da proibição, ambos estavam juntos e dividiram conosco a situação desagradável criada pelo dirigente da CBJ”, disse nosso interlocutor, que ainda detalhou outros momentos da passagem da turnê do sensei Okada pelo Rio de Janeiro.

O icônico professor Oswaldo Simões com os membros do Instituto Kodokan do Brasil Takanori Sekine, Rafael Borges e Roberto Mitio Harada

 

“Desde que chegamos ao Rio de Janeiro fomos muito bem recebidos pelos professores Jucinei e Leonardo. Após o workshop realizado no domingo, jantamos juntos, e na segunda-feira pela manhã os anfitriões foram ao hotel tomar café conosco. Foi nesse momento que Rafael foi comunicado de que não poderia entrar na confederação. Como após a visita iríamos para o aeroporto, o Rafael nos acompanhou na van. Não quisemos envolver os dirigentes da FJERJ nesta situação porque eles não mereciam passar por tamanha vergonha e desonra. Só temos de agradecer pela atenção e a distinção com que fomos recebidos por ambos os gestores”, disse o professor, que finalizou falando sobre a manobra para evitar que o pessoal do Japão percebesse o que de fato estava acontecendo.

“Achamos por bem justificar aos japoneses que o Rafael e o Teppei Sakauchi não poderiam participar do encontro com o presidente da CBJ porque não haviam sido convidados. Ambos saíram da van e foram a um café enquanto visitamos a entidade”, disse.

Está explicado porque Rafael Borges não aparece no vídeo divulgado pela assessoria da CBJ. Nossos interlocutores tentaram blindar as imagens dos dirigentes cariocas que os receberam com extrema reverência e respeito, mas no afã de justificar o injustificável o presidente da confederação acabou por incluir mais duas pessoas honradas e com destaque no cenário nacional no lamaçal que toma conta de sua gestão.

O professor Kodansha Marco Aurélio da Gama e Silva homenageia o professor Takanori Sekine

Mas o que surpreende e assusta de fato é a coragem do dirigente da CBJ de afirmar que professores conceituados e renomados como Odair Borges e Roberto Mitio Harada estão faltando com a verdade. Sugerimos aos defensores de Sílvio Acácio irem a Santa Catarina conhecer o histórico do dirigente nacional, para depois tirarem suas conclusões.

Vídeo da CBJ faz tai-sabaki e busca ocultar algo muito mais grave

Mas a pergunta que ninguém fez até o presente momento, e cuja resposta não vou me furtar ao direito de descobrir, é o que está por trás dessa proibição. O que realmente levou Sílvio Acácio Borges a tomar uma atitude tão grotesca e deselegante contra um membro do Instituto Kodokan do Brasil?

Seus conterrâneos catarinenses que nos assessoram nesta cruzada afirmam que este foi apenas mais um de seus costumeiros rompantes de autoritarismo, soberba e prepotência, já que foi assim que governou o judô nos quatro anos em que ocupou a presidência da Federação Catarinense de Judô (FCJ).

Como jornalista não aceito esta justificativa e vamos atrás da verdade. Este acontecimento grotesco e surreal precipitou desdobramentos que na sequência serão revelados pela Budô, e estamos certos de que este espetáculo do absurdo envolve interesses maiores. É só ter paciência e esperar, pois, o presidente da CBJ é expert em gerar crises e produzir provas contra si mesmo, e em breve revelará mais este mistério.