COI cede à pressão, admite adiar Olimpíada e pede um mês para tomar decisão

Pela primeira vez Thomas Bach aventou a possibilidade de adiar os Jogos de Tóquio

Em reunião extraordinária realizada por videoconferência, o Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional decidiu iniciar as discussões para que os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 sejam adiados

Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
22 de março de 2020
Fonte GLOBO.COM I Fotos CHRISTOPHE MORATAL/IOC e  Getty Images
Rio de Janeiro – RJ

O Comitê Olímpico Internacional promoveu neste domingo (22) uma reunião de emergência de seu comitê executivo e descartou um cancelamento dos Jogos Olímpico de Tóquio. A entidade, que tem sede na cidade suíça de Lausanne, definiu uma data-limite de quatro semanas para avaliar o adiamento do megaevento esportivo, marcado inicialmente para ser realizado entre 24 de julho e 9 de agosto próximos.

Em nota, o COI afirmou que “um cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio não resolveria qualquer problema nem ajudaria ninguém. Portanto, um cancelamento não está na agenda”.

“Juntamente com todas partes interessadas, iniciamos discussões detalhadas hoje para concluir nossa avaliação sobre o rápido agravamento da saúde mundial e de seu impacto nos Jogos Olímpicos, incluindo um cenário de adiamento. Estamos trabalhando muito e estamos confiantes de que teremos finalizado essas discussões nas próximas quatro semanas”, disse, em carta aos atletas, o presidente Thomas Bach, após a reunião. Ele ressaltou que cancelar a Olimpíada de Tóquio está fora de cogitação.

Existe divergência até mesmo no Japão em realizar ou não, os Jogos. Os japoneses já estão recuperados e prontos, porém muitos países ainda estão no epicentro da crise

É a primeira vez que o comitê olímpico aventa o adiamento das Olimpíadas de Tóquio. Existem cenários que trabalham com a remarcação do evento para o final deste ano ou para 2021 ou 2022.

A entidade disse que tem analisado possibilidades para determinar o adiamento do evento. Ressaltou que confia nos organizadores japoneses e que ambos conseguiriam, “com certas restrições de segurança, realizar os Jogos no país enquanto respeita as salvaguardas para a saúde de todos os envolvidos”.

Por outro lado, continuou o comunicado, “existe um dramático aumento no número de casos e novos surtos de Covid-19 em diferentes países de diferentes continentes. Isso levou o comitê executivo a concluir que o COI tem de dar o próximo passo no planejamento de diferentes cenários”.

O COI prosseguiu e disse que, por causa da escalada do novo coronavírus, instalações essenciais para as Olimpíadas poderiam não estar mais disponíveis e manejar milhões de reservadas de hotéis será difícil, assim como adaptar os calendários de ao menos 33 esportes olímpicos.

– Estes são apenas alguns de muitos, muitos outros desafios – escreveu o COI, que complementou e disse que o esforço de mudar a data dos Jogos exigiria enorme esforço de seus patrocinadores, detentores de direitos de transmissão, federações internacionais e autoridades japonesas.

O COI sofreu grande pressão de atletas, comitês olímpicos nacionais e federações esportivas mundo afora nesta semana pelo adiamento dos Jogos. O seu presidente, o alemão Thomas Bach, reiterou seguidas vezes nos últimos dias que a data de realização estava mantida, o que gerou críticas.

Nos últimos dois dias, por exemplo, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a federação norte-americana de natação (USA Swimming) e o Comitê Olímpico Espanhol pediram pelo adiamento da competição.