Com cinco bronzes, Brasil despenca no quadro geral de medalhas e fica em 15º lugar no Grand Prix de Montreal

A gaúcha Aléxia Castilhos vibrou muito na conquista do bronze

Os bronzes foram conquistados por Sarah Menezes (52kg), Aléxia Castilhos (63kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e David Moura (+100kg)

Grand Prix de Montreal
10 de julho de 2019
Fonte LARA MONSORES
Por PAULO PINTO I Fotos EMMANUELE DI FELICIANTONIO/FIJ
Curitiba – PR

A seleção brasileira de judô finalizou neste domingo (7) mais uma etapa de preparação para os Jogos Pan-Americanos de Lima e para o Campeonato Mundial de Tóquio, com pódios no Grand Prix de Montreal, no Canadá. Depois de Sarah Menezes (52kg) e Aléxia Castilhos (63kg) conquistarem dois bronzes nos primeiros dias de disputa, Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e David Moura (+100kg) faturaram mais três medalhas de bronze no domingo.

O pódio do peso meio-leve

A primeira brasileira no pódio foi Sarah Menezes, que, após cair nas quartas de final, recuperou-se na repescagem e derrotou Irem Korkmaz, da Turquia, por um wazari para garantir seu segundo pódio na temporada 2019. O primeiro foi no Campeonato Pan-Americano de Lima, em abril.

Sarah havia estreado com vitória por ippon ao finalizar a norte-americana Alaine Abuan, garantindo-se nas quartas de final. Nesta fase, a piauiense sofreu um wazari e não conseguiu passar pela israelense Gefen Primo.

Na repescagem, Sarah dominou o combate. Projetou Ecaterina Guica nos segundos iniciais da luta e defendeu-se bem dos ataques de solo da canadense. Em seguida, conseguiu nova projeção e avançou à disputa pelo bronze. No último combate, a campeã olímpica abriu um wazari de vantagem logo no início e administrou a vantagem até o fim.

O pódio do peso meio-médio

O judô brasileiro voltou a subir ao pódio do Grand Prix de Montreal no sábado (6), segundo dia de competição. A gaúcha Aléxia Castilhos derrotou Gili Sharir, de Israel, na disputa de terceiro lugar e conquistou a segunda medalha de bronze do Brasil no Canadá.

O dia de Aléxia em Montreal teve vitórias por ippon sobre Camelia Pitsilis, do Canadá, nas oitavas, e sobre a alemã Vivian Herrman, na repescagem. A única derrota da brasileira foi para a australiana Katharina Haecker, que forçou três punições em Aléxia nas quartas de final.

Na luta pela medalha, a brasileira se impôs diante da israelense Gili Sharir e acertou na projeção para obter um wazari no golden score, o que lhe assegurou o pódio, seu primeiro na temporada 2019.

O pódio do peso médio

Mais três bronzes no domingo

O primeiro a garantir a medalha no domingo foi o peso médio Rafael Macedo. Ele conseguiu uma virada espetacular sobre Eduard Trippel, da Alemanha, buscando duas projeções depois de sofrer um wazari nos segundos iniciais. A única derrota do brasileiro foi para o atual campeão olímpico Mashu Baker, do Japão, que terminou com o ouro em Montreal.

Em seguida, no meio-pesado, Leonardo Gonçalves venceu o croata Zlatko Kumric, por ippon, e ampliou o número de medalhas brasileiras no Canadá. Assim como Macedo, Leo só perdeu para o campeão do Grand Prix, o egípcio Ramadan Darwish, que bateu o brasileiro na semifinal.

Antes disso, Gonçalves venceu o canadense Tavis Jamieson e seu compatriota Rafael Buzacarini, que fechou a competição em sétimo lugar ao cair na repescagem diante do canadense Kyle Reyes.

O pódio do peso meio-pesado

Fechando a conta, David Moura controlou Vladut Simionescu após marcar um wazari e venceu a disputa de terceiro lugar do peso pesado masculino. O ouro ficou com o francês Teddy Riner e a prata com o japonês Hisayoshi Harasawa, algoz de David na semifinal.

Incongruente, gestão de alto rendimento fraciona a equipe que disputará os Jogos Pan-Americanos e o Mundial

É bom lembrar que a competição de Montreal valia até 700 pontos no ranking e muita gente foi ao Canadá atrás dos pontos do ranking da FIJ.

Para os judocas classificados para os Jogos Pan-Americanos e para o mundial, o GP de Montreal serviria como preparação para as competições que serão disputadas em agosto, mas paradoxalmente a gestão de alto rendimento da CBJ levou ao Canadá apenas os atletas Eric Takabatake (60kg), Felipe Kitadai (60kg), Michael Marcelino (66kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), Eduardo Yudy (81kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini do meio-pesado (-100kg) e David Moura (+100kg).

O pódio do peso pesado

Completaram a equipe brasileira judocas selecionados por meio do processo de adesão: Gabriela Chibana (48kg), Sarah Menezes (52kg), Aléxia Castilhos (63kg), Mariana Silva (63kg), Amanda Oliveira (70kg), Samanta Soares (78kg), Alex Pombo (73kg), Tiago Pinho (81kg) e Eduardo Bettoni (90kg).

A seleção feminina estava no treinamento de campo internacional em Valência e disputará no próximo fim de semana o Grand Prix de Budapeste.

Por que ambas as seleções não disputaram os pontos dos dois grands prix? Isto nunca aconteceu antes e os atletas brasileiros deixaram de pontuar no ranking internacional.

Com cinco bronzes o Brasil terminou a disputa fora do grupo de elite do judô mundial, atrás de países com menor expressão, como Israel, Egito, Canadá, Bélgica, Portugal, Inglaterra e, pasmem, até mesmo dos Emirados Árabes Unidos.