Conquistando 159 medalhas, São Paulo reafirma sua hegemonia no Campeonato Brasileiro Regional

A grande surpresa da competição foi o Paraná, que de forma inédita superou o Rio Grande do Sul e ficou em segundo lugar na classificação geral do masculino

Judô Nacional
21/04/2018
Por PAULO PINTO I Fotos CRISTIANE ISHIZAVA
Itapecerica da Serra – SP

Com o apoio da Prefeitura de Itapecerica da Serra, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou o Campeonato Brasileiro de Judô da Região V, que reuniu 949 atletas e 66 técnicos dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Sob a chancela da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o certame realizou-se no Ginásio Antônio Baldusco, em Itapecerica da Serra, e envolveu disputas das classes sub 13, sub 15, sub 18, sub 21 e sênior, contando pontos para o ranking nacional de todas as classes.

A cerimônia de abertura teve a presença de autoridades esportivas, entre as quais Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Miró Dias, secretário de Esportes e Laser de Itapecerica da Serra; Cláudio Juninho, secretário de governo de Itapecerica da Serra; Sílvio Borges, presidente da CBJ;  Alan Dias, vereador de Itapecerica da Serra; César de Castro Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô (FGJ); Moisés Gonzaga Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ); Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), e Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô.

Dirigentes e autoridades durante a execução do Hino Nacional

Além deles, Henrique Guimarães, medalhista de bronze nos Jogos de Atlanta em 1996; Yoshiyuki Shimotsu, professor kodansha 7º dan; e Daniel Dell’Aquila, ex-atleta da seleção brasileira e presidente do Clube Paineiras do Morumby, compuseram a mesa de honra.

A direção da competição ficou a cargo de Matheus Theotônio, gestor nacional de eventos; Marson Albani, gestor técnico da CBJ, e Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô. O professor kodansha norte-rio-grandense Carlos Barreto foi o coordenador de arbitragem do certame.

Paulistas vencem sub 13 e paranaenses surpreendem no segundo lugar

Com nove ouros, cinco pratas e dois bronzes, os paulistas levaram o título da classe sub 13. Comprovando o excelente trabalho desenvolvido na base, o Paraná conquistou cinco medalhas de ouro, sete de prata e oito de bronze, garantindo a segunda colocação.

Totalizando duas medalhas de ouro, duas de prata e nove de bronze, o Rio Grande do Sul terminou em terceiro lugar. Santa Catarina também conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata, mas obteve apenas dois bronzes e terminou em quarto lugar.

Autoridades na mesa de honra

No sub 15 São Paulo fica em primeiro e Santa Catarinae Paraná se garantem na segunda colocação

No feminino as paulistas obtiveram sete medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Santa Catarina assegurou a segunda colocação com o ouro conquistado por Heloisa Galkowski, no peso superligeiro, e mais três bronzes. Com sete medalhas de prata e quatro de bronze, as gaúchas ficaram em terceiro lugar. As paranaenses ficaram em quarto, totalizando duas medalhas de prata e duas de bronze.

No masculino os judocas paulistas totalizaram cinco medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. O Paraná ficou em segundo lugar conquistando três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Santa Catarina ficou em terceiro lugar com três medalhas de prata e mais três de bronze. Os gaúchos ficaram em último lugar, somando apenas duas medalhas de prata e seis de bronze.

Na soma geral de medalhas do masculino e feminino São Paulo ficou em primeiro, o Paraná obteve a segunda colocação e Santa Cataria garantiu o terceiro lugar. Sem ter obtido nenhuma medalha de ouro, o Rio Grande do Sul ficou na quarta colocação do pré-juvenil.

Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô

No sub 18 gaúchos ocupam lugar de destaque no pódio

No feminino, paulistas e gaúchos conquistaram três ouros e o desempate ocorreu na contagem das medalhas de prata. São Paulo faturou seis, enquanto o Rio Grande do Sul obteve apenas uma. Na contagem dos bronzes os paulistas somaram dez pódios, contra cinco dos gaúchos. O Paraná faturou duas medalhas de ouro, que asseguraram a terceira colocação, enquanto Santa Cataria obteve apenas uma medalha de prata.

Mais uma vez os paulistas se impuseram no masculino, conquistando cinco medalhas de ouro, cinco de prata e sete de bronze. Os gaúchos asseguraram a segunda colocação com dois ouros, duas pratas e quatro bronzes. Somando uma medalha de prata e quatro de bronze, o Paraná ficou em terceiro lugar, enquanto os judocas catarinenses ficaram em quarto, com duas medalhas de prata e duas de bronze.

Árbitros que atuaram na competição

Na contagem geral de medalhas da classe juvenil São Paulo liderou o quadro de medalhas com oito ouros, 11 pratas e 17 bronzes. O Rio Grande do Sul ficou em segundo lugar totalizando cinco medalhas de ouro, três de prata e nove de bronze. O Paraná ficou em terceiro lugar com três ouros e quatro bronzes. Na última colocação do sub 18, Santa Catarina obteve duas medalhas de prata e uma de bronze.

São Paulo sobra no sub 21

Foi na classe júnior que o Estado de São Paulo mostrou maior poderio e abriu maior distância de seus tadversários, conquistando nada menos que 13 medalhas de ouro, 12 de prata e 20 de bronze.

Os gaúchos conquistaram duas medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze e asseguraram a segunda colocação. O Paraná obteve uma medalha de ouro, duas de prata e cinco de bronze e ficou em terceiro lugar. Santa Catarina obteve apenas duas medalhas de bronze e ficou em quarto lugar.

Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô

São Paulo lidera o sênior

Na disputa da classe sênior São Paulo conquistou 45 medalhas, sendo 11 de ouro, 13 de prata e 21 de bronze. As judocas paulistas subiram 22 vezes no pódio, enquanto os rapazes obtiveram 23 medalhas.

Conquistando quatro medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze, os gaúchos ficaram em segundo lugar. Santa Catarina ficou em terceiro com uma medalha de ouro e duas de bronze. O Paraná ficou em quarto lugar, somando uma medalha de prata e três de bronze.

Além de confirmar a superioridade técnica paulista, o quadro geral de medalhas destaca a conquista inédita do Paraná, que ficou em segundo lugar no masculino

Para ser campeão geral do certame o Estado de São Paulo inscreveu 485 atletas, 20 técnicos e um chefe da delegação. Este batalhão de judocas viabilizou a conquista de 54 medalhas de ouro, 43 de prata e 62 de bronze, o que totaliza 159 pódios, que representam 52,5% das medalhas em disputa.

Fazendo uma análise focada apenas nas medalhas de ouro, São Paulo obteve 54, que representam 65% das disputadas. Juntos, os demais Estados totalizaram apenas 30 medalhas de ouro, ou seja, 35% dos lugares mais altos do pódio da competição.

Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da Federação Paulista de Judô

São Paulo venceu em todas classes e categorias de peso, nos gêneros masculino e feminino. A segunda colocação geral foi dividida entre paranaenses e gaúchos, que se alternaram no pódio.

Nas classes mirim e pré-juvenil o Paraná mostra um trabalho muito mais consistente do que gaúchos e catarinenses, enquanto a partir do juvenil o Rio Grande do Sul exibe uma superioridade técnica sobre os dois Estados coirmãos da Região Sul.

A grande surpresa desta edição do Campeonato Brasileiro da Região V foi a classificação inédita do Paraná no pódio do masculino.

A Federação Paranaense de Judô fez história conquistando o segundo lugar geral no masculino, ficando pela primeira vez à frente do Rio Grande do Sul.

“Alcançamos a marca expressiva de 50 medalhas, sendo 11 ouros, 16 pratas e 23 bronzes. Fiquei muito emocionado e feliz com o resultado obtido por nossos judocas. Lembro que esta conquista é fruto do empenho dos nossos delegados regionais e do grande trabalho desenvolvido pelos professores que estão em todas as regiões do Estado. Evoluímos gradualmente graças à união de todos, ao planejamento e às ações desenvolvidas pela diretoria da FPrJ”, disse o presidente Luiz Iwashita.

Moisés Gonzaga Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô

Gestores técnicos dos quatro Estados avaliam o desempenho de suas equipes

Fazendo uma avaliação sobre o desempenho geral da equipe gaúcha, Luiz Bayard Martins dos Santos disse que foram atingidas as metas traçadas pelo departamento técnico da FGJ.

“Apesar da nova proposta da CBJ, em que para este ano tivemos vagas liberadas nas categorias sub 18, sub 21 e sênior, o Rio Grande do Sul se manteve como a segunda potência da região. Trouxemos apenas 185 judocas e 14 técnicos, e mesmo sem uma equipe muito grande o Rio Grade do Sul sagrou-se vice-campeão geral do certame”, avaliou o diretor técnico da Federação Gaúcha de Judô, que detalhou o importante momento que o judô atravessa no Estado.

“O Rio Grande do Sul experimenta um processo de interiorização do judô bastante interessante. Com isso, hoje não temos apenas atletas da capital e da área metropolitana nas competições nacionais. Isto demonstra que, de forma geral, a nossa modalidade cresce em todas as regiões do Estado e que o judô federativo está ficando muito forte. Existe um grande contingente de judocas inseridos no contexto escolar, nas mais diversas instituições, desde o ensino fundamental à universidade. Grande parte destes praticantes está filiando-se à FGJ, e criamos a divisão de acesso, o que contribuiu significativamente para adesão de um número expressivo de filiados”, concluiu Bayard.

César de Castro Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô

Adriana Alves Capela, coordenadora de projetos da Federação Catarinense de Judô e coordenadora técnica da equipe no brasileiro da Região V, falou sobre o novo momento do judô em seu Estado.

“Acredito que estamos fazendo um trabalho importante em Santa Catarina, para que as coisas melhorem e aconteçam ainda neste ciclo olímpico. A nova gestão do professor Moisés disponibiliza ferramentas para fomentar o fortalecimento das categorias de base, ou seja, o sub 15. Com isso podemos prever que daqui a quatro anos teremos um sub 18, um sub 21 e até um sênior fortes, coisa que hoje não existe. Se não trabalharmos a base, chegaremos às categorias maiores enfraquecidas. Trouxemos 164 atletas e nove técnicos, e dentro daquilo que havia sido feito até hoje, em nosso Estado, as 33 medalhas conquistas aqui representam um resultado excepcional”, concluiu a coordenadora de projetos da FCJ.

Enaltecendo o trabalho realizado pelos atletas e técnicos do Estado de São Paulo, Marco Aurélio Uchida, chefe da delegação paulista, destacou a importância do trabalho em equipe e a necessidade de todos os atletas serem assistidos por um técnico durante os combates.

“A nossa avaliação sobre o desempenho da equipe é a melhor possível. Vendo o comprometimento e a atuação dos atletas, temos de parabenizar toda a equipe que construiu este resultado tão expressivo. Totalizamos 159 medalhas, sendo 54 de ouro, 43 de prata e 62 de bronze. Ou seja, um pouco mais do que todos os demais Estados juntos. Os técnicos se desdobraram para atender à grande demanda de atletas na competição, pois entendemos que os judocas não podem entrar no shiai-jo sozinhos. Buscamos sempre dar-lhes um apoio, e todos receberam suporte da nossa equipe técnica”, disse o chefe da delegação paulista, que finalizou parabenizando toda a equipe.

Equipe sub 15 do Estado do Paraná

“Em nome de toda a comissão técnica de São Paulo faço um agradecimento especial aos atletas, aos familiares dos nossos judocas e à nossa diretoria. Envolvemos mais de 500 pessoas nesta iniciativa, mas o resultado compensou o esforço de todos que atuaram dentro e fora dos tatamis. Estas 159 medalhas são o resultado prático de muito trabalho e determinação”, disse Uchida.

Vislumbrando maiores conquistas, Celso Takeshi Ogawa, diretor de rendimento das seleções, destacou o esforço dos professores paranaenses na obtenção de grandes resultados para a FPrJ.

“Viemos a Itapecerica com 202 atletas e 12 técnicos, e ficamos em terceiro lugar na classificação geral, conquistando 11 medalhas de ouro. Em 2017 ficamos em terceiro, mas totalizamos apenas quatro ouros. Neste ano tivemos um crescimento aproximado de 300% em medalhas de ouro, e os gaúchos conseguiram apenas três douradas a mais que nós. Esta mudança de atitude é fruto de numerosas iniciativas adotadas pelo nosso presidente, mas afirmo que todos os professores do Paraná estão focados em projetar nosso Estado no cenário judoísta nacional”, disse Ogawa.

O diretor de rendimento das seleções do Paraná concluiu enaltecendo a conquista inédita da equipe masculina.

“O vice-campeonato geral do masculino nos enche de orgulho e premia o trabalho de todos os judocas paranaenses. Estamos no grupo mais competitivo do Brasil e enfrentamos a agremiações mais poderosas do País. Não temos uma equipe grande como as de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Não contratamos atletas de outros Estados e ainda formamos judocas que migram para grandes equipes. O judô paranaense comemora este resultado, mas vamos manter o trabalho duro, visando ao degrau mais alto do pódio”, previu o professor kodansha 6º dan que é de Maringá.

Fábio Maciel e Márcio da Rocha Laranjeira de Santa Catarina

Anfitriões fazem o balanço final do certame

Alessandro Panitz Puglia começou destacando a presença dos presidentes das federações de todos os Estados envolvidos na disputa,

“Como anfitriões, fazemos uma avaliação superpositiva, já que o evento transcorreu dentro daquilo que havíamos projetado. Recebemos os amigos Luiz Iwashita, Moisés Penso e César Cação, presidentes das federações que compõem a região, e aproveitamos o encontro para traçar metas futuras. Recebemos também o presidente da CBJ, o que comprova a importância da quinta região no cenário nacional. Este é um certame longo, que provavelmente sofrerá mudanças para a próxima temporada e deverá ser realizado em menos dias. Fizemos um teste, mas provavelmente isso deverá ser alterado”, previu o presidente da FPJudô.

Destacando a alto nível técnico da competição, o dirigente paulista concluiu lembrando que o foco agora são as competições por categoria estaduais e nacionais.

“O brasileiro regional foi muito forte e o nível técnico estava altíssimo. Com exceção da lesão sofrida pela atleta Samara Contarini, do Esporte Clube Pinheiros, felizmente tudo correu bem e São Paulo ratificou a excelência que possui na realização de grandes eventos A foco agora são as competições nacionais por categoria, nas quais esperamos obter resultados tão expressivos quanto os que construímos aqui”, disse o presidente da FPJudô.

O pódio da classificação final da Região V

Francisco de Carvalho Filho enalteceu o trabalho da equipe técnica da Federação Paulista de Judô na condução e realização da competição.

“Não poderia deixar de iniciar parabenizando a equipe técnica e os colaboradores da FPJudô. Mesários, oficiais de mesa, árbitros, técnicos e atletas foram os grandes protagonistas desta importante conquista. O Ginásio Antônio Baldusco possui excelente estrutura para a realização de competições de judô, e a cidade de Itapecerica da Serra nos recebeu de braços abertos. Na área da gestão o ponto alto foi o intercâmbio que os presidentes das quatro federações realizaram nos dias em que estiveram aqui. O futuro se faz com planejamento e trabalho, e foi isso que fizemos”, concluiu o dirigente paulista, que desaprovou o novo formato da disputa.

“Em minha avaliação a mudança no formato da competição foi totalmente desnecessária. Um dia a mais gera despesas, e todos nós sabemos qual é a realidade nacional. Isso aumenta o custo para os atletas e entidades. O importante é condensar a competição, colocando mais áreas e reduzindo o tempo do certame. A decisão de fazer o campeonato aberto também é um grande equívoco porque esvazia o processo seletivo que ocorre nos Estados. A meu ver isso desvaloriza as competições estaduais que precedem o brasileiro regional. Sou radicalmente contra”, sentenciou o presidente de honra da FPJudô.

O pódio da classificação final do masculino

O ex-vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô enfatizou o alto nível técnico da competição, que reuniu grandes nomes da modalidade.

“Tecnicamente falando o certame foi fortíssimo e vimos aqui vários atletas da seleção brasileira, e até medalhistas olímpicos. A nossa região é a mais forte do Brasil e com raríssimas exceções é onde estão concentrados os principais atletas brasileiros. Fora da quinta região podemos citar o trabalho feito no Minas Tênis Clube em Minas Gerais, e a atuação do professor Geraldo Bernardes que, no Rio de Janeiro, desenvolve um trabalho de vanguarda na área técnica do judô do nosso País”, concluiu Francisco de Carvalho.