Em Berlim, Daniel Cargnin carimba seu passaporte para o mundial de Zagreb

Em Blumenau Cargnin conquistou o ouro da Taça Brasil

Medalhista de bronze no mundial júnior em 2015, o peso-meio-leve gaúcho vai à Croácia focado no degrau mais alto do pódio.

Sem dúvida alguma, o atleta gaúcho que defende a Sogipa, número 1 do ranking mundial no 66kg, vive seu melhor momento nos tatamis.

Nascido em Porto Alegre (RS) em 20 de dezembro de 1997, Daniel Cargnin está pronto física e psicologicamente para atingir seu maior objetivo desde que estreou na classe sub 21: disputar uma final e tornar-se campeão mundial júnior.

Na copa europeia sub 21 realizada em Berlim, no último fim de semana, Cargnin, que era cabeça de chave, venceu cinco lutas para subir ao lugar mais alto do pódio. Ele superou os judocas Sid Stoya, da Suíça, Amit Bobovich, de Israel, Samuele Fascinato, da Itália, Cengizhan Donmez, da Turquia, e na grande final Daniel Jean, da França.

O pódio do peso-meio-leve masculino em Berlim

“Entrei um pouco preso na primeira luta, mas encaixei um ippon-seoi-nage e joguei de wazari. Voltei a jogar de wazari e imobilizei até o ippon. Na segunda peguei um israelense que cruzava bastante a pegada, até que achei meu kumi-kata e joguei de wazari. No terceiro confronto peguei o italiano, que dificultou as coisas, até que no golden score varri com de-ashi-harai que valeu wazari”, explicou o peso-meio-leve da Sogipa.

Com mais dois wazaris Daniel Cargnin assegurou o ouro no torneio de Berlim, considerado uma das etapas mais fortes do circuito mundial da classe júnior.

“Na semifinal enfrentei o turco Cengizhan Donmez, que também cruzava bastante a pegada. Ele deu bobeira e entrei com ippon-seoi-nage e joguei de wazari, e me garanti na final. No último combate me deparei com Daniel Jean, da França, um judoca canhoto bem alto. Depois de anular seu kumi-kata tratei de acompanhar sua perna da frente, entrei com de-ashi-harai e joguei de ippon. O árbitro deu apenas wazari, mas arrastei o francês na área até o cronômetro zerar e esperei para ouvir o Hino Nacional, no degrau mais alto do pódio”, comemorou o campeão do 66kg.

No shiai-jo, Daniel é um dos atletas mais aguerridos da nova geração

Sendo o número 1 no WRL, a medalha de ouro conquistada em Berlim carimbou o passaporte de um dos judocas mais aguerridos da nova geração.

“Eu já estava no topo do ranking mundial, mas acredito que este ouro antecipou a definição do peso-meio-leve, e selei minha participação no mundial sub 21. Vou a Zagreb em busca do ouro e de minha consagração na classe júnior”, garantiu Cargnin.

Mas, experiente e calejado, Cargnin lembrou que não garantiu absolutamente nada, e que, além de treinar muito, o momento demanda foco e muita cautela.

“Eu fiquei muito feliz com este ouro, é claro, mas já trilhei esse caminho uma vez e tive de me contentar com o bronze. Sei que o mais importante para minha preparação é treinar muito e manter meus pés fincados no chão”, advertiu o peso-meio-leve.

O pódio do peso-meio-leve masculino em Coimbra

A dois meses do mundial e mesmo estando em seu melhor momento, Daniel diz que nos próximos 60 dias terá que manter o foco na sequência de treinamento e controlar a ansiedade.

“Estou em meu melhor momento, quando ganhei muita experiência nas competições internacionais e estou muito mais maduro. Espero conseguir melhorar ainda mais nesses dois próximos meses. Sobre treinamento, foco e ansiedade, creio que devo achar um meio termo. Neste momento todos os fatores são importantes, mas não posso permitir que nada disso fique exagerado. O que tem de sobressair é a minha vontade de vencer e trazer este título para o meu clube e para o nosso País”, ponderou o medalhista de ouro em Berlim.

 

O pódio do peso-meio-leve masculino na Taça Brasil

Principais títulos em 2017

Vice-campeão pan-americano sênior – Panamá

Campeão pan-americano sub 21 – Cancun

Campeão da Copa Europeia sub 21 – Berlim

Bronze da Copa Europeia sub 21 – Coimbra

Campeão da Seletiva Olímpica

Campeão da Taça Brasil Sub 21