11 de novembro de 2024
Em comunicado oficial, Instituto Kodokan do Brasil desmente Sílvio Acácio Borges
Pronunciamento do diretor do IKB expõe a verdade e desqualifica as provas ardilosas produzidas pela assessoria da confederação brasileira, na vã tentativa de blindar e proteger a imagem do presidente da CBJ
Hansoku-make
6 de março de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Curitiba – PR
Lembrando claramente os dramas exibidos nas telenovelas brasileiras, nas quais o mal prevalece sobre o bem até os últimos capítulos, por meio do manifesto assinado por Roberto Mitio Harada, nesta terça-feira (5 de março) o Instituto Kodokan do Brasil (IKB) finalmente se manifestou e expôs toda verdade sobre os fatos ocorridos desde que, de forma unilateral e intempestiva, Sílvio Acácio Borges proibiu a entrada na sede da CBJ de um membro do IKB que estava no Rio de Janeiro, a serviço do consórcio Sport For Tomorrow, braço do governo do Japão.
Lamentamos profundamente os fatos ocorridos, mas como jornalistas achamos por bem dar publicidade à atitude horrenda e desrespeitosa como o líder máximo do judô brasileiro tratou Rafael Borges, membro da comitiva vinda do Japão.
Fizemos nossa exposição com base naquilo que nos foi dito pelos membros do instituto que, no afã de proteger a imagem de Jucinei Gonçalves da Costa e Leonardo Lara, contaram apenas uma parte dos fatos, já que ninguém imaginava que este assunto assumiria tamanha projeção.
Mas, para a nossa satisfação, a comunidade judoísta brasileira é forjada nos princípios e valores legados pelo shihan Jigoro Kano e tanto a comoção quanto a indignação dos professores e praticantes que tomaram conhecimento deste absurdo foram gigantescas.
Após a repercussão negativa da atitude do mandatário nacional, sua assessoria produziu um vídeo que não prova absolutamente nada. Esquecendo-se de que o peixe morre pela boca, o presidente da CBJ desandou a falar que tudo que os membros do IKB haviam dito e a Budô havia publicado era uma grande mentira. Porém, a divulgação do vídeo expôs dois personagens que até então nada tinham a ver com o ato insano do presidente da confederação, mas a partir daí o presidente e vice-presidente da FJERJ passaram a fazer parte da crise ardilosamente engendrada pelo todo poderoso senhor das mentiras.
Um proeminente professor kodansha radicado no Espírito Santo fez questão de frisar que havíamos afirmado que Rafael Borges ficara na calçada. É verdade. Fizemos esta alegação porque foi isso que nos foi passado, para blindar os dirigentes fluminenses. Rafael Borges ficou na van e depois foi para um centro comercial onde aguardou a volta dos demais companheiros. Por acaso isto muda os fatos? Isto anula a grosseria cometida pelo presidente da CBJ às autoridades japonesas?
Verdade incontestável
A verdade é que estes bajuladores que são indignos de ser chamados de judocas querem inverter os fatos e fazer cortina de fumaça, isentando o culpado e culpando inocentes, buscando encobrir a gravíssima situação criada por Sílvio Acácio entre o judô do Brasil e a entidade máxima do judô mundial.
O presidente da CBJ afirmou textualmente que não ordenou nada. Que não proibiu absolutamente nada, mas o documento oficial da IKB expõe a realidade e mostra que mais uma vez o dirigente brasileiro está mentindo. Basta ler o quarto parágrafo do comunicado do Instituto Kodokan, que transcrevemos abaixo.
“No dia 18 de fevereiro, segunda-feira de manhã, o sr. Leonardo Lara foi ao hotel onde a comitiva do IKB estava hospedada e comunicou oficialmente e pessoalmente ao sr. Rafael Borges, sr. Roberto Mitio Harada e o sr. Takanori Sekine que a presença do sr. Rafael Borges não era bem-vinda na visita à sede CBJ, que seria realizada as 12:00 horas do mesmo dia.”
Em rápida reunião entre todos, o IKB considerou que não seria prudente a presença do sr. Rafael Borges, para que não houvesse possibilidades de tumulto ou uma ação desagradável e desrespeitosa de bloqueio físico por parte da CBJ, como previamente ordenado.
Assustadoramente o parágrafo seguinte do manifesto publicado pelo IKB ainda revela a truculência com que agentes da CBJ já haviam tratado um membro do Instituto Kodokan, em outra oportunidade.
“A comitiva oficial do IKB deslocou-se em carro oficial (van branca) até o endereço da CBJ para a visita. Chegando ao endereço da CBJ, a van da comitiva parou cerca de 50 metros antes da CBJ, com o intuito de preservar e prevenir qualquer tipo de retaliação por parte da CBJ. Uma vez que a história pregressa demonstra o modus operandi de ordens expressas ao sr. Roberto Mitio Harada, truculência e desrespeito ao sr. Rafael Borges, como no evento da tarde do dia 30 de agosto de 2018, na cidade de Blumenau – SC, durante o evento oficial de visita aos polos de judô público, da cidade de Blumenau, entre IKB, embaixada do Japão e CBJ, também presenciado pelo presidente do IKB, sr. Takanori Sekine.”
O parágrafo seguinte desvenda o mistério sobre a chegada do grupo à CBJ e expõe as mentiras que maculam ainda mais o ato insano e expõe o desequilíbrio emocional do presidente da CBJ.
“O vídeo das câmeras de segurança publicado em 28 de fevereiro, em um canal criado no YouTube denominado “CBJ”, e enviado a diversas autoridades do judô nacional, demonstra claramente a van branca parada na rua, e que a comitiva do IKB e da FJERJ se divide em três grupos: o primeiro composto pelo sr. Roberto Harada, sr. Hirotaka Okada e sr. Leonardo Lara, que adentram a CBJ. No segundo grupo, ainda visto na calçada, o sr. Takanori Sekine está definindo o local onde os membros da comitiva, sr. Rafael Borges e sr. Teppei Sakauchi, deveriam aguardar durante a reunião. Posteriormente, o segundo grupo subdivide-se, sendo o sr. Takanori Sekine e o sr. Ryosuke Kimura, que adentram a CBJ, e o terceiro grupo, composto pelo sr. Rafael Borges (identificado com a mochila preta) e o sr. Teppei Sakauchi caminham em direção oposta, para centro comercial “Cobal”, localizado ao final da rua.”
Após a verdade vir à tona, o líder máximo dos judocas brasileiros fez um pronunciamento vazio para os presidentes das federações estaduais, no qual mais uma vez buscou invalidar o testemunho do professor Roberto Mitio Harada, diretor do Instituto Kodokan do Brasil e coordenador do projeto Judô nas escolas, alegando que o documento não estava assinado pelo presidente da entidade. Vejam abaixo mais esta pérola produzida por uma das mentes mais “brilhantes” do judô verde-amarelo.
“A versão oficial do posicionamento da CBJ estaremos esclarecendo em nossa reunião no dia 16, inclusive sobre quem e o que é o Instituto Kodokan do Brasil. Observem também que este documento ‘oficial’ não tem a assinatura do presidente. Abordaremos também a solicitação de um renomado kodansha para uma possível hiper super graduação de sho-dan direto para go-dan, passando sobre sua respectiva federação”, escreveu o presidente da CBJ após a divulgação do manifesto do IKB.
Além de exibir português capenga, o dirigente mais uma vez questiona a veracidade do documento produzido pelo IKB e, bem ao seu estilo, ameaça denunciar alguma irregularidade guardada a sete chaves por ele, como se os erros de outrem justificassem as barbaridades cometidas por ele.
Publicamos abaixo o comunicado do Instituto Kodokan do Brasil na íntegra. Quem sabe agora os defensores daqueles que não respeitam o próximo, agindo incivilizadamente, possam refletir e parem de querer nadar no mar de lama gerado pela pessoa que deveria ser o maior defensor do legado deixado por Jigoro Kano.
Lamentavelmente, a verdade é que Sílvio Acácio Borges nunca esteve à altura do cargo para o qual foi indicado por seu antecessor, o professor Paulo Wanderley Teixeira, paradoxalmente o dirigente que projetou o judô no cenário olímpico nacional e edificou uma das mais bem-sucedidas administrações esportivas do nosso País. Gestão, aliás, que o alçou ao cargo de presidente do Comitê Olímpico do Brasil.
A cada ato e em cada gesto, Sílvio Acácio apequena ainda mais o judô brasileiro, jogando a CBJ na mesma vala comum que enterrou sua gestão à frente da Federação Catarinense de Judô (FCJ), e tudo isso nos remete a um velho provérbio árabe:
“Um exército de ovelhas liderado por um leão derrotaria um exército de leões liderado por uma ovelha.”
O pior de tudo é saber que a crise ética e moral gerada por um dirigente inconsequente, que lamentavelmente está sendo muito mal assessorado, está longe de ser solucionada.
Abaixo as duas páginas do Manifesto Oficial do Instituto Kodokan do Brasil, publicado nesta terça-feira (5 de março)