Equipe júnior conquista oito medalhas na última disputa antes do campeonato mundial

Em Berlim, Daniel Cargnin carimbou seu passaporte para Zagreb

O Brasil ficou em quinto lugar na Copa Europeia sub 21 de Berlim, totalizando uma medalha de ouro, três de prata e quatro de bronze.

A seleção brasileira júnior encerrou sua participação na Copa Europeia sub 21 de Berlim, no dia 30 de julho, totalizando oito medalhas, um quinto lugar e dois sétimos lugares.

O certame, considerado uma das etapas mais fortes do circuito mundial júnior, recebeu 513 judocas de 37 países, dos quais 463 da Europa, 14 da Ásia, 12 da Oceania, 20 das Américas e quatro da África.

No primeiro dia de competição a seleção brasileira conquistou quatro medalhas: Daniel Cargnin (66kg) foi campeão, David Lima (73kg) e Ketelyn Nascimento (57kg) ficaram com a prata e Kamilla Silva (57kg) conquistou o bronze.

O pódio do peso-meio-leve masculino

Cargnin, que era cabeça de chave e número 2 do peso-meio-leve masculino no ranking da FIJ, venceu cinco lutas para subir ao lugar mais alto do pódio. O atleta gaúcho superou os judocas Sid Stoya, da Suíça, Amit Bobovich, de Israel, Samuele Fascinato, da Itália, Cengizhan Donmez, da Turquia, e na grande final Daniel Jean, da França.

No peso-leve masculino, David Lima chegou à decisão depois de passar por Schamil Dzavbatyrov, da Alemanha, Ohad Dan, de Israel, Daniel Powell, da Grã-Bretanha, Cezary Tchorzewski, da Polônia, e Hugo Metifiot, da França, caindo apenas na final contra o russo David Gamosov, depois de levar três punições.

A terceira finalista do dia também precisou de cinco lutas para conquistar sua medalha. Ketelyn Nascimento derrotou Lea Markloff, da Alemanha, Ellen Wright, da Austrália, Lele Nairle, da Grã-Bretanha, Pauline Starke, da Alemanha, e foi superada apenas na disputa pelo ouro depois de levar dois wazaris da francesa Sarah Leonie Cysique.

O pódio do peso-leve masculino

Na mesma categoria, Kamilla Silva caiu nas quartas de final, recuperou-se com duas vitórias na repescagem e derrotou a alemã Pauline Starke por dois wazaris contra um para conquistar o bronze.

No segundo e último dia da competição, o Brasil somou mais quatro pódios com os judocas Tiago Pinho (81kg), que conquistou uma medalha de prata, enquanto Ellen Santana (70kg), Sarah Chaves (+78kg) e Beatriz Souza (+78kg) obtiveram medalhas de bronze. Com estes resultados o País totalizou um ouro, três pratas e quatro bronzes.

O meio-médio Tiago Pinho (81kg) conquistou a prata na decisão contra o alemão Mathias Casse, mas antes venceu Arkadiusz Dziarmaga, da Polônia, Naim Huseynov, do Azerbaijão e Turpal Tepkaev, da Rússia.

O pódio do peso-meio-médio masculino

Ellen Santana ficou com o bronze ao derrotar Lena Konosolke, da Alemanha, enquanto Sarah Chaves e Beatriz Souza garantiram uma dobradinha de bronze no peso-pesado feminino.

A seleção brasileira feminina foi a Berlim com Thays Marinho (44kg), Jéssica Lima (52kg), Maria Taba (52kg), Ketelyn Nascimento (57kg), Kamilla Silva (57kg), Carolina Pereira (63kg), Ellen Santana (70kg), Sarah Chaves (+78kg) e Beatriz Souza (+78kg).

A equipe masculina desembarcou na Alemanha com Bruno Watanabe (55kg), Robson Penna (60kg), Kainan Pires (60kg), Daniel Cargnin (66kg), Jeferson Santos Júnior (73kg), David Lima (73kg), Tiago Pinho (81kg), Daniel Andrade (90kg), William Souza Júnior (100kg) e Arthur Barboza (+100kg).

O pódio do peso-pesado feminino

A comissão técnica estava formada por Marcelo Theotônio, gestor das categorias de base da CBJ, que chefiou a delegação na Alemanha; Douglas Vieira, técnico do masculino; Andrea Berti, técnica do feminino; e José Olívio Júnior, assistente técnico.

Técnicos avaliam o desempenho da equipe

Para Douglas Vieira, esta edição da Copa Europeia Júnior de Berlim manteve o tradicional alto nível técnico e competitivo.

“Viemos a Berlim com os principais atletas do sub 21. Com raríssimas exceções, serão estes judocas que disputarão o campeonato mundial. O resultado alcançado foi muito bom, porque faz tempo que não obtemos tantas medalhas. No masculino fizemos três finais e obtivemos um ouro e duas pratas. No geral foi um campeonato bem forte, como sempre ocorre em Berlim”, disse o técnico do masculino.

 

O pódio do peso-médio feminino

Em sua avaliação da equipe, o técnico do time masculino previu que haverá certa homogeneidade no quadro geral de medalhas no próximo mundial, em Zagreb.

“Em geral o pessoal estava muito bem. Acho que o pouco tempo de adaptação aqui atrapalhou um pouco. Este campeonato serve de preparativo para o mundial, e aqui tivemos um termômetro da temperatura que teremos lá, sem esquecer que Coreia, Japão e outros países não estiveram aqui. Mas acho que no geral o Brasil foi bem. Algumas categorias têm grandes possibilidades e outras apresentam certa limitação. França, Azerbaijão, Geórgia e Alemanha vieram muito fortes, enquanto o Brasil está bem dividido entre masculino e feminino. Acredito que as medalhas do mundial não se concentrarão em poucos países. Acho que teremos uma distribuição equilibrada, e espero que o Brasil tenha boas colocações”, projetou Douglas Vieira.

A técnica Andréa Berti com as medalhistas do segundo dia de competição

Andrea Berti lembrou que os cinco pódios conquistados em Berlim comprovam o poderio técnico do judô feminino brasileiro na classe júnior.

“Viemos a Berlim como uma equipe ainda em fase final de formação. Não temos nenhuma expoente, mas são meninas determinadas, esforçadas e que estão crescendo juntas. Arrebatamos cinco medalhas que reiteram a qualidade técnica do judô brasileiro e das nossas atletas”, disse a técnica do feminino.

A treinadora brasileira destacou que, apesar da pouca experiência, as judocas brasileiras lutaram muito bem e superaram as expectativas.

“Algumas judocas vieram para a Alemanha em busca de maior experiência. Ainda estavam em análise porque mostraram grande evolução no decorrer da temporada, e precisávamos dar mais uma oportunidade a elas. Acho até que acabaram superando as nossas expectativas, tiveram bom desempenho”, disse Andrea.

José Olívio Júnior, Andréa Berti e Douglas Vieira, com os medalhistas do primeiro dia de competição

Para ela, as cinco medalhas conquistadas pelas judocas brasileiros mostram o equilíbrio técnico da equipe feminina.

“O fator surpresa falou mais alto em Berlim, mas não tão alto quanto as cinco medalhas, o que é o mais legal em tudo isso. Isto mostra a evolução de toda a equipe, que é nova, mas está muito homogênea. Tivemos uma competição muito forte com a presença das grandes potências do judô mundial, e mesmo com pouca experiência nossas atletas tiveram bom desempenho e conseguiram excelente resultado”, concluiu a treinadora brasileira.

O próximo compromisso da seleção brasileira júnior será o Campeonato Mundial de Zagreb, na Croácia, de 18 a 22 de outubro.