Federação Paranaense de Judô aprova 124 novos faixas-pretas

Staffs realizando a filmagem para os avaliadores

O exame de graduação sofreu total reformulação para atender às medidas de segurança exigidas pelos órgãos de saúde do Estado

Exame de faixa 2020
23 de dezembro de 2020
Por ISABELA LEMOS I Fotos DIVULGAÇÃO
Curitiba – PR

A Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou em dezembro o Exame Anual de Faixas Pretas, que concedeu o grau a 124 judocas. Devido ao protocolo de segurança para reduzir os riscos de contaminação pela covid-19, a FPrJ criou um formato que permitiu a participação de todos de forma segura, mas respeitando as mesmas exigências de um exame tradicional. Confira aqui a lista de candidatos aprovados.

Avaliadores Francisco de Souza, José Luís Lemanczuk Júnior, Ney De Lucca Mecking, Luiz Hisashi Iwashita, Rodrigo Tonietto e Helder Faggion

A prova foi realizada online e a parte de katas e técnicas foi gravada pela Federação Paranaense de Judô em dojôs de todo o Estado e enviada para os avaliadores. Foram 132 inscritos, 30 avaliadores, 80 horas de gravação e mais de 2 mil quilômetros percorridos pela comissão de grau. Isso tudo respeitando as medidas de segurança e distanciamento social propostas pelos órgãos oficiais de saúde.

O coordenador da comissão de grau, Helder Faggion, contou que o exame neste novo modelo foi um desafio para todos os participantes, desde os candidatos até avaliadores, equipes de apoio e comissão de grau.

O coordenador da comissão de arbitragem e professor kodansha roku-dan (6º dan), Helder Faggion

A princípio, devido à pandemia, cogitou-se até o cancelamento do exame neste ano devido à necessidade de aval da Confederação Brasileira de Judô e da certeza da homologação dos aprovados. Ao longo do ano, foram criados vários cursos, eventos e protocolos para que os filiados à FPrJ pudessem continuar praticando, mesmo que de forma diferente, virtual.

Foram criados, então, diversos planos para que todos pudessem participar do exame, constituído de uma parte escrita, uma prova oral online com interação entre candidato e avaliador e, por fim, da gravação da parte técnica e de katas. Todas as etapas seguiram o mesmo padrão e um representante da FPrJ acompanhou todo o processo.

 

Experiência fora dos moldes tradicionais

O professor kodansha roku-dan (6º dan) Francisco de Souza foi um dos avaliadores. Para ele, embora fora do comum, o exame não foi menos criterioso do que o presencial, pois a comissão de grau preza pela boa formação dos novos graduados. “Todos tiveram de adaptar-se ao processo e se reinventar, pois cada erro serviu para a evolução”, explicou.

Lucas Fernando Zevirikoski, professor faixa preta ni-dan (2º dan), também participou do exame de faixas e revelou que a adaptação ao novo modelo ocorreu de forma normal, já que neste ano toda a rotina das pessoas sofreu modificações. De acordo com ele, o modelo atendeu aos requisitos necessários para avaliação dos candidatos à faixa preta por ser exigente e rigoroso como o dos outros exames da FPrJ.

Candidatos fazem apresentação de kata

“Acho fantástico a comissão de grau adaptar-se e reinventar-se. Não é fácil para alguns professores entender as novas tecnologias, mas aceitaram o desafio e conseguiram atender bem aos requisitos. A avaliação de maneira oral e virtual teve a mesma qualidade de uma presencial; já a prova escrita feita por formulário exigiu a mesma preparação dos candidatos, que receberam bastante suporte”, opinou Zevirikoski.

A judoca Angela Becker prestou exame para obter a faixa preta sho-dan (1º dan). A experiência nos moldes atípicos não foi a parte desafiadora para ela, mas sim manter a calma e conseguir respirar usando a máscara nos movimentos que exigem uma respiração mais longa.

O coordenador de arbitragem e professor kodansha roku-dan (6º dan), Francisco de Souza, participou como avaliador

“Foi uma experiência totalmente diferente daquela a que estamos acostumados. A tensão foi maior, porém, todos os examinadores estavam mais descontraídos e ajudando os candidatos a se acalmarem. Eu achei incrível a oportunidade de ser examinada bem de perto por grandes nomes do nosso judô e, além disso, poder ouvir conselhos, coisa que no exame normal não seria possível por conta do barulho e do tempo”, acrescentou a judoca.

Ângela acredita que a federação tem-se superado em todos os quesitos, sempre dando apoio aos seus filiados. “Penso que, nesse momento em que todos ficamos distantes, nós de certa forma conseguimos nos aproximar, pois pudemos realizar reuniões, cursos e até mesmo campeonatos com pessoas de longe.”

O professor faixa preta ni-dan (2º dan) Lucas Fernando Zevirikoski acredita que é importante a comissão de grau adaptar-se e reinventar-se a novos moldes

A candidata Angela Becker revela ser incrível a oportunidade de ser examinada bem de perto por grandes nomes do judô paranaense