22 de novembro de 2024
Investigado pelo Ministério Público, Sílvio Acácio Borges é suspeito de ser funcionário fantasma em Guaramirim
Inquérito foi aberto pelo MP de Santa Catarina quando o presidente da Confederação Brasileira de Judô já estava no comando da entidade
Gestão Esportiva
6 de janeiro de 2019
Por PAULO PINTO I Foto BUDÔPRESS
Curitiba – PR
Envolvido no inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual de Guaramirim (SC), o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Sílvio Acácio Borges, e seu sobrinho Cláudio Marcelo de Almeida, membro do Conselho Fiscal da Federação Catarinense de Judô (FCJ), são investigados sob a suspeita de serem funcionários fantasmas na comarca de Guaramirim (SC).
O inquérito aberto em 2017 pela 1ª Promotoria da Justiça do Ministério Público envolve ainda mais quatro funcionários públicos catarinenses também investigados por não cumprirem a carga horária estipulada no contrato firmado com a Prefeitura de Guaramirim.
Bem além da gravíssima acusação de ser funcionário fantasma no município catarinense, existem questões éticas e morais que agravam ainda mais a situação do dirigente. Como presidente da CBJ, é Sílvio Acácio Borges que assina todos os convênios firmados entre a CBJ e o Ministério do Esporte. Responsável, portanto, por uma entidade que recebe anualmente milhões de reais do governo federal, o dirigente não deveria acumular cargos em outras autarquias públicas.
Esta é apenas mais uma das inúmeras denúncias feitas pela Budô, envolvendo desvios de conduta e irregularidades cometidas pelo presidente da CBJ nos dois últimos anos. Paradoxalmente, as pessoas que deveriam cobrar melhor postura e idoneidade de Sílvio Acácio fazem ouvidos de mercador, enquanto outros mais irresponsáveis, inconsequentes e hipócritas nos acusam de produzir fake news.
A verdade é que após quase 24 meses cometendo erros grotescos, a gestão de Sílvio Acácio já faz água e o navio comandado por ele começa a pender para os lados. Colocado na presidência da CBJ por Paulo Wanderley Teixeira, o dirigente já cumpriu a metade de seu mandato e até hoje não mostrou ao que veio.
Ao contrário do que aconteceu em 2017, quando seu antecessor Paulo Wanderley lhe entregou a CBJ em perfeitas condições e o Brasil teve um desempenho internacional expressivo, no ano passado o Brasil não conquistou nenhuma medalha de ouro nas competições mundiais, e 2018 será lembrado para sempre como o ano em que o Brasil despencou no ranking da Federação Internacional de Judô.
Encerramos nossa primeira matéria desta temporada nos perguntando que tipo de judoca se presta ao papel de ludibriar conselhos regionais de educação, alunos e colegas de trabalho?
Que tipo de homem finge ser professor do ensino fundamental em Guaramirim, mesmo vivendo no Rio de Janeiro e recebendo salário altíssimo do Comitê Olímpico do Brasil, por ser a autoridade máxima do judô nacional?
Ser judoca demanda retidão. Ser faixa preta demanda dar exemplos de conduta dentro e fora do dojô. Ser professor kodansha impõe obediência total ao legado deixado pelo sensei Jigoro Kano.
Judoca não mente, não engana, não é investigado pelo Ministério Público e nem é exonerado por descumprir acordos ou por ser desonesto.