Judô brasileiro passa em branco na estreia do Grand Slam de Tel Aviv

Allan Kuwabara joga Otar Bestaev do Quirquistão de ippon

Dos seis judocas brasileiros que lutaram hoje, apenas dois passaram da primeira luta, os demais já caíram no primeiro combate

Grand Slam de Tel Aviv 2021
18 de fevereiro de 2021
Fonte LINCOLN CHAVES / Agência Brasil
Curitiba – PR

O judô brasileiro passou em branco no primeiro dia do Grand Slam de Tel Aviv (Israel). Nesta quinta-feira (18), seis judocas do país subiram nos tatamis, mas somente Allan Kuwabara (até 60kg) e William Lima (até 66kg) avançaram à segunda rodada nas respectivas categorias, caindo nas oitavas de final.

Allan estreou com um ippon sobre Otar Bestaev, do Quirquistão. Na luta seguinte, estourou o limite de punições diante do cazaque Gusman Kyrgyzbayev – que levou a medalha de bronze da categoria – e deu adeus à disputa. Pela mesma categoria, Phelipe Pelim foi superado no primeiro combate pelo georgiano Temur Nozadze (que conquistou a prata).

Já William estreou derrotando o búlgaro Bozhidar Temelkov por ippon. Em seguida, foi batido pelo israelense Baruch Shmailov, número cinco do ranking até 66kg, graças a um wazari que sofreu nos segundos finais do embate.

No feminino, destaque à luta entre Ketelyn Nascimento e a tcheca Vera Zemanova, na primeira rodada da categoria até 57kg. A europeia levou a melhor depois da brasileira receber uma punição por falta de combatividade aos sete minutos e 46 segundos de tempo extra. Ao todo, foram mais de 12 minutos de enfrentamento.

Na mesma chave de Ketelyn, Jéssica Pereira também sofreu uma punição no golden score e foi derrotada pela eslovena Kaja Kajzer na primeira luta. Já na categoria até 52kg, Eleudis Valentim excedeu o limite de punições contra Gultaj Mammadaliyeva, do Azerbaijão, e foi outra brasileira a cair na estreia.

Corrida olímpica

A competição distribui mil pontos ao campeão no ranking olímpico da Federação Internacional de Judô (IJF). Segundo critérios da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), os judocas que estão fora da zona de classificação nas respectivas categorias precisam chegar à disputa por medalhas para seguirem com chances de ir à Olimpíada de Tóquio (Japão).

Dos seis atletas que foram aos tatamis nesta quinta, somente William Lima (29º) está na zona de classificação da categoria até 66 quilos, mas é o segundo brasileiro mais bem colocado no ranking – Daniel Cargnin aparece em oitavo, cerca de 2,2 mil pontos à frente. Cada país pode levar somente um judoca por peso.

Phelipe Pelim é o 31º entre os judocas homens até 60kg, dez posições à frente de Allan Kuwabara, mas aproximadamente 1,7 mil pontos atrás de Eric Takabatake, 13º do ranking olímpico, atual número um do Brasil na categoria e que figura na zona olímpica. Já Eleudis Valentim (35ª) precisava ser campeã em Tel Aviv para se aproximar de Larissa Pimenta, judoca do país mais bem colocada até 52 quilos (11ª) e, por enquanto, classificada à Tóquio.

Eliminada precocemente em Israel e cerca de 2,1 mil pontos atrás da compatriota, Eleudis reconheceu, em postagem no Instagram, que está fora da briga.

Na categoria até 57 quilos, o Brasil corre risco de não ter representantes na Olimpíada. A campeã olímpica Rafaela Silva, que ocupa o 15º lugar do ranking, na zona de classificação olímpica, foi suspensa por doping. Na 43º posição, Ketelyn Nascimento está pouco mais de mil pontos atrás da norte-coreana Jin A Kim – que, por enquanto, é dona da última vaga do peso em Tóquio. Jéssica Pereira aparece em 56ª, com aproximadamente 400 pontos a menos que Ketelyn.

Uma possibilidade de classificação é por meio de uma cota continental, uma espécie de repescagem para cem atletas que estão fora da classificação direta. O Brasil tem direito a uma dessas cotas. No momento, conforme o ranking da IJF, a vaga seria de Eduardo Katsuhiro, número um do país e 30º do mundo na categoria até 73 kg. Se for medalhista de ouro em Tel Aviv, ele pode entrar na zona olímpica, o que liberaria a cota brasileira para a categoria até 57kg.