Paulo Wanderley Teixeira Deixa um legado vitorioso

Nada na CBJ de hoje lembra o que havia 16 anos atrás. Tudo melhorou, da parte técnica à administrativa. À frente da entidade Paulo Wanderley Teixeira edificou uma marca com credibilidade inestimável.

Quando um dirigente se despede do cargo que ocupou durante 16 anos, é inevitável avaliar seu trabalho. E ninguém melhor para fazer isso do que as pessoas que lidaram com ele durante a maior parte do tempo. Neste retrato da gestão de Paulo Wanderley Teixeira à frente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o que primeiro chama a atenção é a forma reversa como ocorreu. Ao contrário de muitos dirigentes, que “chegam arrebentando” e vão desmilinguindo ao enfrentar as dificuldades reais, a figura do professor Paulo cresceu.

Do caos de uma entidade financeiramente falida, de presidentes de federações que não se entendiam, Paulo transformou a CBJ na confederação mais respeitada do esporte brasileiro. A cada eleição o apoio a um novo mandato foi crescendo, e hoje quase todos confessam: preferiam que ele continuasse, embora sua função no Comitê Olímpico do Brasil (COB) possa representar forte apoio ao judô nacional.

Convidados a falar sobre esses 16 anos, dirigentes de todas as regiões parecem ter combinado de repetir a mesma expressão: a história CBJ se divide em antes e depois de Paulo Wanderley. A personalidade singular, a capacidade de cercar-se de profissionais competentes e a força de sua liderança são características frequentemente mencionadas. E seu legado, todos reconhecem, abrange tanto a área administrativa quanto a técnica.

“Hoje uma delegação do Brasil viaja ao exterior completa, com psicólogos, fisioterapeuta, técnicos, nutricionista, preparador físico, coisas impensáveis antigamente”, diz um dos entrevistados. “Nunca se havia pensado em departamento de marketing, assessoria de imprensa, grupos técnicos específicos para base e equipes multidisciplinares”, lembra outro, enquanto um terceiro destaca: “A CBJ é a única confederação que conseguiria sobreviver sem dinheiro do governo, porque não depende só de um patrocinador”.

Claro que ninguém ignora que o judô é também a modalidade que mais medalhas olímpicas conquistou para o Brasil. Mas isso também é consequência da evolução técnica dos atletas, da motivação nos clubes e academias e do aumento do número de praticantes. Contudo, os resultados obtidos espelham uma gestão voltada para o desenvolvimento da modalidade desde a base ao alto rendimento. E, provavelmente, do tratamento justo dado a todas as federações, com especial cuidado àquelas mais pobres e distantes.

Resultados resumem tudo
Avaliar 16 anos de gestão é uma tarefa de enorme complexidade, por isso Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), prefere resumir tudo no resultado prático: Paulo Wanderley tirou a CBJ do amadorismo absoluto para projetá-la no cenário esportivo nacional e internacional. Um aspecto destacado pelo líder paranaense é a credibilidade que a entidade conseguiu, razão pela qual não lhe faltam recursos.

“Antes mesmo dos Jogos Rio 2016, a maioria dos patrocinadores havia renovado contrato até 2020”, exemplifica. “Isso prova que a CBJ cumpre o que promete, proporcionando enorme retorno aos seus apoiadores.” E lembra que tudo isso resulta de uma gestão moderna, dinâmica e transparente.

Para Luiz Augusto Martins, presidente da Federação Mineira de Judô (FMJ), contra fatos não há argumentos. Ao lembrar que muitas vezes defendeu ideias diferentes das propostas por Paulo Wanderley, o dirigente mineiro reconhece: o que foi montado em sua gestão é um legado que ainda vai dar bons frutos durante muitos anos. Para ele, o COB só tem a ganhar com a presença de Wanderley em sua direção, assim como o próprio judô.

Quanto ao futuro da CBJ, Martins alerta que o próximo gestor terá a árdua tarefa de não deixar cair o que foi construído até hoje. “Terá de fazer um trabalho consistente, armar novo planejamento estratégico e atuar em áreas que talvez tenham ficado em segundo plano, até porque não há como fazer tudo ao mesmo tempo.”

O dirigente da Federação de Judô de Mato Grosso do Sul (FJMS), César Paschoal, teve de rever alguns conceitos sobre administração esportiva depois que Paulo Wanderley assumiu a presidência da CBJ. Com longa vivência no judô, depois de acompanhar sucessivas gestões de Joaquim Mamede (o qual respeita pelas duas primeiras medalhas de ouro olímpicas brasileiras) tinha posição firmada contra reeleições. “Não concordava com um presidente passar três ou quatro mandatos, porque já vínhamos de uma experiência negativa com o professor Mamede. Só que o Paulo chegou com uma mentalidade moderna, com uma visão empresarial. Hoje votaria nele quantas vezes fossem necessárias, até o dia em que sua capacidade como dirigente se esgotasse.”

Paschoal também admira a persistência de motivação e a resistência de Paulo Wanderley, mesmo nos momentos mais difíceis. “Essa é a grande virtude de um homem que se supera a cada ciclo. E isso tem de ser respeitado”, enfatiza.

“Paulo revolucionou o judô brasileiro, e não é só minha opinião, mas do nosso corpo de professores”, diz Tibério Maribondo do Nascimento, presidente da Federação de Judô do Estado do Rio Grande do Norte (FJERN). Trocando em miúdos: num primeiro momento ele investiu em atualizar e melhorar as condições dos atletas; depois, dotou as federações de equipamentos para que pudessem realizar competições com alto padrão; e nos últimos dois anos vem oferecendo cursos de capacitação e descentralizando o conhecimento.

As consequências, aponta Maribondo, são óbvias: os atletas melhoraram seus resultados internacionais, os judocas da base cresceram, os professores ampliaram seu campo de trabalho, e a modalidade ganhou respeito. “Por isso, minhas palavras finais são de agradecimento, reconhecimento e fidelidade.”

Seloí Totti, presidente da Federação de Judô de Rondônia (FEJUR), admira as qualidades pessoais de Paulo Wanderley – “é um cara correto, sério, parceiro, amigo e até paizão” –, mas como gestor o considera espetacular: “Impecável no que diz respeito à imagem da marca CBJ, na preparação dos atletas que representam o País, na composição de uma equipe séria e comprometida e na realização dos eventos internacionais no Brasil”.

Quem acompanhou Paulo Wanderley desde sua primeira campanha, como Marcelo França Moreira, hoje 1º vice-presidente da CBJ, pode avaliar como ninguém o que foram os últimos 16 anos. “O judô não só cresceu, ele explodiu com o trabalho do professor Paulo. Isso é inegável. Dizer que não há falhas é impossível, pois há falhas em qualquer gestão, seja no Brasil seja no Japão, em qualquer lugar. Mas as falhas são corrigidas com o tempo, elas são pontuais.”

Moreira destaca também a importância da dedicação de toda a equipe que cercou o presidente da CBJ durante sua gestão, bem como o apoio político que ele amealhou. “É muito importante contar com uma retaguarda.”

João Rocha, 2º vice-presidente da CBJ, desenha um panorama do que foi a gestão de Paulo Wanderley. “No início, tratou de eliminar a inadimplência da entidade com o poder público, para recomeçar a receber recursos. Depois veio a reestruturação técnica, fortalecendo os grandes centros que já tinham tradição e promovendo o desenvolvimento nas regiões menos desenvolvidas, proporcionando o surgimento de grandes atletas fora do eixo principal.”

A terceira fase caracterizou-se pela dinâmica na gestão. A CBJ funciona como uma empresa moderna, ágil e eficiente. Claro que tudo isso passou pela formação de uma equipe competente, mas, lembra Rocha, nada se realizaria sem a visão e a sensibilidade de gestor que Paulo provou ter. “A eleição dele como vice-presidente do COB demonstra o reconhecimento do seu trabalho pelas outras confederações.”

Francisco de Carvalho Filho, 3º vice-presidente da CBJ, diz que nem é possível fazer comparações, pois não havia parâmetros anteriores à gestão de Paulo Wanderley. “Ele está sempre fazendo o melhor, se superarando, e chegando aos resultados que todos conhecem.”

Carvalho, que durante muitos anos comandou o judô paulista, enfatiza a credibilidade conquistada por Paulo Wanderley em todos os sentidos, seja com o conjunto dos presidentes das federações seja com os dirigentes do Comitê Olímpico do Brasil e com o Ministério do Esporte.

Como outros dirigentes, José Nilson Gama de Lima, presidente da Federação Alagoana de Judô (FAJU), atesta que Paulo Wanderley foi “um divisor de águas” na CBJ. Mas destaca, sobretudo, o espírito inovador de quem conhece desde os tempos em que ainda eram atletas. “Ele tem uma capacidade enorme como administrador e colocou sua marca em tudo nestes anos de gestão. Ele conseguiu unir a modalidade e manter a CBJ bem mesmo quando o País está em crise.”

“Ele mudou a cara do judô no País todo, nunca vi uma confederação com a estrutura que a CBJ tem hoje em dia.” É assim que Aldemir Duarte do Nascimento, presidente da Federação de Judô do Amazonas (FEJAMA), define a gestão de Paulo Wanderley. “Nunca deixou de ajudar as federações mais pobres, e tenho certeza de que para onde ele for continuará a fazer o excelente trabalho que ele desenvolveu aqui, deixando todos estes frutos”, completa.

Só o fato de não haver mais uma divisão entre as federações prova para Antônio Jovenildo Viana, presidente da Federação Amapaense de Judô (FAJ), a competência de Paulo Wanderley à frente da CBJ.

“Espero que o judô brasileiro não perca esta unidade que tem agora, porque o desenvolvimento está acontecendo em cada Estado.”

O dirigente do Amapá frisou que a modalidade já tem estrutura nacional, e que agora cabe a cada federação o trabalho e a responsabilidade de levar isso adiante. Para ele, capacitação e profissionalização são os grandes legados de Paulo Wanderley.

Marcelo Ornelas da Cruz França Moreira, presidente da Federação Baiana de Judô (FEBAJU), diz que não há dúvidas de que a gestão de Paulo Wanderley foi um marco, um trabalho bem realizado e que deixará frutos. Acredita que haverá mudanças, a partir de sua saída, mas espera que sejam coerentes e que respeitem o que já foi feito. Ele destaca especialmente as realizações da CBJ na Bahia, como o Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, e os eventos ali realizados.

A construção do judô brasileiro a partir do apoio prestado às federações é a principal obra de Paulo Wanderley, na avaliação de Delfino Batista da Cunha Filho, presidente da Federação de Judô do Estado do Acre (FJEAC).

Miguel Ângelo Agrizzi, presidente da Federação Espírito-santense de Judô (FEJ), por sua vez, observa que Paulo Wanderley é uma pessoa que não gosta de perder e que sempre procura a excelência em todos os detalhes. “Aonde ele for realmente vai mudar a situação para melhor.”

O antes e o depois
Quem também divide o judô brasileiro em antes e depois do Paulo Wanderley é Luiz Gonzaga Filho, presidente da Federação Metropolitana de Judô (FEMEJU), de Brasília. “O judô é o que é hoje graças a ele, pois tem dado confiança, tranquilidade e responsabilidade para nós conduzirmos a modalidade em nossos Estados. O grande avanço nas pesquisas e melhoramentos com nossos atletas resultam do apoio e do incentivo que o Paulo passa para as federações.”

“A evolução que o judô teve nas mãos do professor Paulo, com essa política voltada às federações, é incontestável. Houve momentos em que quisemos mudanças, mas hoje até aceitamos a saída do presidente, mas sua equipe de gestão tem de permanecer. É necessário que o trabalho do Paulo Wanderley tenha continuidade, pois foi ele que inovou e modernizou o judô brasileiro.” A declaração de Josmar Amaral Gonçalves, presidente da Federação Goiana de Judô (FEGOJU), resume em grande parte o sentimento a comunidade judoística neste final de mandato. Ele enumera, entre outras realizações, o trabalho da CBJ junto ao Ministério do Esporte e a iniciativa de equipar todas as federações. “Isso hoje faz com que todos os eventos nos Estados tenham os mesmos recursos usados em grandes competições, inclusive internacionais. A confederação fez a parte dela, agora cada um de nós tem de desenvolver seu próprio trabalho.”

O nível de qualidade que Paulo Wanderley conseguiu instituir no judô brasileiro não perde em nada para o europeu e com certeza o mundo está vendo o que ele fez aqui, avalia Fernando Moimaz, presidente (Federação Mato-grossense de Judô (FMTJ). E vai ser muito duro para quem vier depois dele manter o mesmo padrão. “Uma coisa que quero frisar também foi como ele conseguiu descentralizar o judô, que antes só existia no eixo São Paulo-Rio-Minas, enquanto os outros Estados não tinham oportunidade nenhuma. Hoje, em parceria com a CBJ com o apoio do professor Paulo, estamos indo para o terceiro núcleo indígena de judô”, finaliza Moimaz.

“Conheci Paulo Wanderley quando ele ainda era técnico e presidente da federação do Espirito Santo”, lembra Jaciano Delmiro da Silva, presidente da Federação Pernambucana de Judô (FPJU). “Ele já organizava campeonatos brasileiros de alta qualidade, numa época em que a CBJ não dava nenhum apoio. Conseguia fazer milagres. Ele realmente tinha uma visão do judô muito além do que existia.”

Quando assumiu a federação pernambucana, Jaciano tomou Paulo Wanderley como conselheiro, ao qual sempre recorreu em situações difíceis. “Ele nunca me deu dinheiro, mas ele me ensinou a pescar e deu a vara. Hoje temos atletas nas seleções de base, sede própria, contas em dia, e sempre procuro a orientação jurídica, administrativa e financeira da CBJ, que também me dá apoio e segurança para trabalhar.”

Entre os vários dirigentes que não poupam elogios a Paulo Wanderley, o presidente da Federação Judô Estado Rio de Janeiro de (FJERJ), Francisco Grosso, destaca a estratégia que ele usou ao assumir uma CBJ completamente desmontada. “Ele mostrou-se inteligente, uniu-se a pessoas competentes e com vontade de fazer o judô crescer e crescer junto com o judô. Nunca se havia pensado em departamento de marketing, assessoria de imprensa, grupos técnicos específicos para a base ou equipes multidisciplinares. E o bom gestor é aquele que se cerca de pessoas competentes.” Francisco Grosso acrescenta que o professor Paulo sabe que não é o dono da verdade e que não domina todos os assuntos, mas ele consegue se cercar especialistas, sem perder a liderança. “A última palavra tem sempre de ser dele, que tem a visão do todo.”

“Hoje temos orgulho de chegar a qualquer lugar e dizer: somos do judô.” Assim Paulo Cézar de Oliveira Ferreira, presidente da Federação de Judô do Estado de Roraima (FEJURR), resume a gestão de Paulo Wanderley. E a modalidade chegou a esse patamar, explica, graças ao trabalho, à visão, à determinação e ao amor que ele tem pelo que faz. “De 2001 até hoje houve crescimento, ano após ano, em todas as questões, desde a organização de campeonatos à capacitação dos atletas.”

Um homem singular
César de Castro Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô (FGJ), usa a o termo “singular” para definir Paulo Wanderley. “Ele perdeu tempo na vida, porque poderia dirigir uma multinacional poderosa e estar milionário hoje. O trabalho feito dentro da CBJ na administração dele é único. E o mais importante é que nunca esqueceu as filiadas, às quais a CBJ dotou de equipamentos para que pudessem fazer eventos de qualidade.” Em resumo, segundo o dirigente gaúcho, Paulo fez a CBJ crescer, mas também fez as entidades crescerem junto.

O apoio da CBJ às filiadas é igualmente o ponto destacado na gestão de Paulo Wanderley, por Durval Américo Correa Machado, presidente da Federação Sergipana de Judô (FSJ). “Sergipe sempre foi um Estado carente, com uma federação que ainda é amadora. Quando ele assumiu, assumiu ao mesmo tempo um compromisso perante as federações. Ele nunca nos negou nada.”

Para José Caldeira Cardoso Neto, presidente da Federação Cearense de Judô (FECJU), é impossível citar apenas um marco na gestão de Paulo Wanderley. E cita cinco: fechamento de patrocínios com empresas que são referência no Brasil, obtendo recursos financeiros; instituição do Programa de Apoio às Federações (PAF); entrega para as filiadas de áreas de luta com todo o material eletrônico de suporte; implantação do Sistema Zempo, banco de dados para cadastros de atletas e técnicos, entre outras informações; e estruturação da CBJ como empresa. E conclui: “O que ficará para sempre é o ganho de respeito, confiabilidade, entrega de resultados e a marca do esporte olímpico mais vitorioso do Brasil”.

Francisco Manoel de Oliveira Neto, presidente da Federação Maranhense de Judô (FMJ), destaca a expansão do judô para todo o Brasil, com equipamentos e eventos, durante a gestão de Paulo Wanderley. “Nós, aqui do Norte e Nordeste, fomos muito beneficiados. Ele soube colocar pessoas certas nos lugares certos, uma equipe que trabalha com correção e profissionalismo. Isso tudo contribuiu para que o nosso judô chegasse aonde chegou.”

A instituição do PAF é um dos pontos destacados por Georgton (Ton) Pacheco, presidente da Federação de Judô do Estado de Tocantins (FEJET), na gestão de Paulo Wanderley. Além disso, ressalta que ele é uma pessoa sempre presente, de fácil acesso, que raramente deixa de responder a uma ligação ou mensagem. “Paulo tem sido muito igualitário nas decisões, tem seguido muito bem o regulamento, e usa o cargo com transparência, como deve ser usado.”

Ton imagina que a ascensão de Paulo Wanderley para o Comitê Olímpico do Brasil, “com o sangue de judoca que corre nas veias dele”, vai estabelecer uma parceria muito importante para a modalidade.

Danys Marques Maia Queiroz, presidente da Federação Piauiense de Judô (FPIJ), lembra que quando Paulo Wanderley assumiu, a CBJ ocupava um espaço alugado e não podia receber verbas do governo porque estava na lista de inadimplentes de todos os órgãos de proteção ao crédito. “Ele teve de refazer tudo porque, mesmo com as medalhas conquistadas, o mérito era dos atletas e a CBJ, o alvo de críticas.

Hoje todos sabem que os resultados chegam por causa da CBJ; somos talvez a confederação mais respeitada do País.” Outro aspecto mencionado por Queiroz foi a divisão entre as federações que existia antes do primeiro mandato e que se transformou em apoio total. “Tanta é a confiança, que estamos dando a ele carta branca para indicar seu sucessor.”

“Se nos reportarmos somente às Olimpíadas, já teremos a dimensão do que foi o trabalho do professor Paulo”, propõe Sílvio Acácio Borges, presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ). “Mas nós que convivemos com ele podemos perceber sua presença em todos os setores da CBJ, desde a colocação de gestores nos diversos segmentos até o avanço na captação de recursos e na visibilidade que a modalidade ganhou na TV e nos outros meios de comunicação.”

Para finalizar ele cita o ambiente de harmonia, amizade e respeito que Paulo construiu entre os 27 presidentes de federações, “o que demonstra sua personalidade dinâmica, mas acima de tudo com muita humanidade”.

Alessandro Panitz Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô (FPJ), descreve a CBJ como um grupo de profissionais muito eficiente, cujo trabalho, da base ao alto rendimento, vem aparecendo graças à infraestrutura dos sonhos de qualquer atleta, como as instalações de Lauro de Freitas, na Bahia. “Esse crescimento”, conta, “é fruto do trabalho de uma pessoa que teve uma visão profissional durante estes 16 anos e que merecidamente está indo para o COB. Tenho certeza de que lá ele vai contribuir muito para o judô e para o desenvolvimento dos outros esportes, porque traz uma bagagem histórica muito forte.”

“O Paulo deixa como marca maior uma gestão de excelência”, avalia Adjailson Fernandes Coutinho, presidente da Federação Paraibana de Judô (FEPAJU). “Tanto que o judô brasileiro hoje é respeitado internacionalmente e as federações têm logística e material para realizar competições de qualquer nível.” Coutinho acredita que será um desafio para o próximo presidente conseguir imprimir a mesma qualidade administrativa.

Avaliar a gestão de Paulo Wanderley, para Walter de Jesus Amaral Júnior, presidente da Federação Paraense de Judô (FPAJU), é ver a credibilidade, diante do sucesso que se tornou o judô nacional nos últimos 16 anos. “O legado deixado é o do trabalho profissional bem executado. Metas, prazos e ferramentas bem empregados propiciaram o desenvolvimento não só da entidade, mas também das federações, já que a CBJ agora oferece a escola nacional de treinadores, que fomenta a disseminação do conhecimento em nível regional.”