Ratificando a inépcia da diretoria, CBJ aborta o Grand Slam de Brasília 81 dias antes do evento

Parte do imenso setor que é dedicado à imprensa nos eventos da FIJ

No ano do cinquentenário da Confederação Brasileira de Judô, os gestores da modalidade surpreendem a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal e os patrocinadores da entidade com o cancelamento da competição

Gestão Esportiva
17 de julho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR

Anunciado em abril com todas as pompas e honras como o evento comemorativo do cinquentenário da Confederação Brasileiro de Judô (CBJ), o Grand Slam de Brasília, que recolocaria o Brasil no mapa do World Judo Tour da Federação Internacional de Judô (FIJ), foi cancelado nesta quarta-feira (17).

Esta seria a quinta edição de grand slams no Brasil, e estava programada para os dias 6 a 8 de outubro no Distrito Federal.

Em comunicado amplamente divulgado nas redes sociais, a Confederação Brasileira de Judô informa que o cancelamento deveu-se à falta de recursos para cumprir o cronograma de execução do grand slam.

Segundo o GloboEsporte.com, a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, parceira da CBJ no evento, desconhecia o cancelamento do certame

Sílvio Acácio Borges, presidente da CBJ e Robnelson Ferreria, gestor executivo da CBJ usaram a realização do grand slam para projetar uma gestão que se agrava a cada ato ou decisão de seus gestores

Nota da CBJ

A Confederação Brasileira de Judô notificou a Federação Internacional de Judô na terça-feira, 16, sobre a decisão de cancelar o Grand Slam de Brasília, previsto para outubro de 2019 e 2020. A decisão foi deliberada e aprovada pelo Conselho de Administração da CBJ em reunião realizada também na terça-feira, 16.

A avaliação é de que foram esgotados todos os esforços relativos à captação dos recursos necessários e em tempo hábil para a realização do evento. A CBJ entende que, com esse panorama financeiro, torna-se inviável o cumprimento do cronograma de execução do projeto do Grand Slam.

Consequências imprevisíveis

Ainda não pudemos ouvir representantes da Secretaria de Esporte e Lazer do DF, da Federação Internacional de Judô, da MCS, empresa de marketing esportivo responsável pelo marketing da entidade, assim como do Bradesco, Cielo e Mizuno, patrocinadores da CBJ. Instituições com grandes interesses na modalidade, mas certamente a FIJ não vai deixar barato. O prejuízo com este ato inconsequente indubitavelmente será gigantesco e afetará as áreas política, esportiva e financeira do judô verde e amarelo.

A inépcia administrativa, somada à decisão unilateral dos comandantes da CBJ, certamente causará muitos prejuízos a centenas de atletas, membros de comissões técnicas, árbitros e dirigentes de dezenas de países que a esta altura já adquiriam passagens e fizeram reservas em hotéis do Distrito Federal.

Usando a mesma inconsequência e o mesmo modus operandi que regem os eventos de judô no Brasil, os dirigentes tupiniquins pouco se lixaram para as pessoas, instituições e interesses envolvidos na competição que impulsionaria e projetaria ainda mais o World Judo Tour da FIJ. Só que desta vez os gênios da gestão nacional mexeram com gente grande.

Marius Vizer, o homem de gelo que revolucionou o esporte e transformou a FIJ em uma das maiores entidades esportivas no mundo, dificilmente perdoará este desmando da cúpula do judô brasileiro. O dirigente mundial certamente aplicará as sanções e multas que regem os contratos da Federação Internacional de Judô.

Recentemente, Matheus Theotônio foi a Baku como observador da CBJ para adquirir know-how na realização de grandes eventos

Há poucos dias publicamos matéria intitulada Grand Slam de Brasília projetará judocas brasileiros no ranking olímpico, mostrando a importância da realização deste evento para os judocas brasileiros que competem no circuito mundial. A decisão dos dirigentes brasileiros certamente acarretará enorme prejuízo aos atletas e clubes envolvidos, devido às inúmeras vantagens oferecidas pela FIJ aos países que sediam certames do World Judo Tour.

Há dois anos estamos mostrando que a gestão Sílvio Acácio Borges apequenou a modalidade, levando o judô nacional a aproximar-se paulatinamente daquilo que havia no passado remoto. Lamentavelmente o cinquentenário da CBJ será marcado por mais um grande vexame internacional protagonizado pelos dirigentes da confederação brasileira.

Após oito meses de negociação com a FIJ, ao anunciar em abril a realização do Grand Slam no Brasil, o presidente da CBJ havia destacado a experiência e afiançado a expertise de sua equipe para realizar o Grand Slam. Vítima do ego que o diferencia e o coloca sempre num plano acima dos demais bípedes mortais, mais uma vez o dirigente distanciou-se da realidade e caiu de ippon.

“Esta é uma grande oportunidade para mostrarmos que o judô brasileiro está preparado para vencer dentro e fora dos tatamis. Agradeço à Federação Internacional de Judô por confiar na capacidade da CBJ e aos nossos parceiros Bradesco, Cielo, Mizuno, ao Governo do Distrito Federal e ao Governo Federal, fundamentais na concretização deste Grand Slam”, afirmara Sílvio Acácio Borges, presidente da CBJ.