São Paulo vai ao Campeonato Brasileiro sub 13 em Curitiba com força máxima

Equipe paulista sub 13 que vai ao Paraná

Competição infanto-juvenil realiza-se nos dias 17 e 18 agosto no ginásio do Tarumã, na capital paranaense

Campeonato Brasileiro sub 13
31 de julho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos ARQUIVO/FPJUDÔ
Curitiba – PR

O mês de agosto será marcado pelo início das competições nacionais do judô brasileiro. Neste fim de semana realizam-se os campeonatos brasileiros das classes pré-juvenil e juvenil, e o Rio de Janeiro deverá receber mais de 750 judocas.

Finalmente a gestão de eventos da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) conseguiu dar início aos certames desta temporada e daqui a duas semanas teremos outra competição importante: o Campeonato Brasileiro sub 13, nos dias 17 e 18 agosto no ginásio do Tarumã, em Curitiba. E, como sempre, o Estado de São Paulo vai para a disputa com equipe completa e força máxima.

Início de mais um treino coletivo para o campeonato brasileiro infanto-juvenil

Pentacampeão brasileiro infanto-juvenil consecutivo, São Paulo vai ao Sul em busca da manutenção de sua hegemonia na primeira classe das categorias de base, mas, na avaliação dos membros da comissão técnica paulista, esta responsabilidade parece não preocupar os pequenos judocas.

Paulino Tohoru Namie, professor kodansha (6º dan) presidente e técnico responsável da Associação Namie de Judô, de Mogi das Cruzes, é o chefe da delegação paulista. Ele acredita que, para os jovens judocas que disputarão o campeonato brasileiro, trata-se apenas de mais uma competição.

“Eles não costumam alterar-se porque conversamos muito durante o treinamento. Não desenvolvemos nenhum trabalho específico nesse sentido. Quero frisar que estas crianças já vêm de vários campeonatos seletivos e, apesar da pouca idade, a maioria já tem experiência. Isso deve ser um diferencial perante os demais Estados. Contudo, não podemos esquecer de que o judô nacional como um todo vem crescendo muito nos últimos anos”, disse Namie.

Na avaliação de Denílson Moraes Lourenço, técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras e da seleção paulista sub 13, o brasileiro é apenas mais uma competição.

“Quando lidamos com atletas nesta faixa etária é muito importante agir da forma mais natural possível. Mesmo que eles estejam indo enfrentar os melhores judocas do País em suas classes, temos de ter em mente que ainda são crianças em formação física, motora, técnica, moral e mental. Não são atletas de alto rendimento, e tudo precisa fluir naturalmente”, pontuou Denílson.

Equipe perfilada com judogi

Para Ricardo de Lara Julianetti, técnico da base no Clube Paineiras do Morumby e da seleção paulista sub 13, é importante trabalhar a autoconfiança dos judocas, sem que eles percam o respeito pelo adversário.

“O campeonato brasileiro da classe sub 13 é a porta de entrada para os torneios nacionais. Nesta idade, é a primeira vez que disputam esse tipo de competição. Logo, eu entendo que há ansiedade diante de uma situação que eles ainda não vivenciaram. Agora estamos trabalhando para fortalecer a confiança deles, pois vão representar o Estado de maior tradição no judô do País. Se eles estão na seleção paulista é por que têm muita qualidade, mas sempre mantendo o respeito ao adversário. O objetivo é entrar para dar o máximo de si na área de competição”, explicou Ricardo.

Sobre a postura dos atletas que competem nesta faixa etária, os técnicos paulistas entendem que o mais importante é fazer com que a criança continue nos tatamis, assimilando progressivamente os fundamentos técnicos e táticos da modalidade.

“Nessa idade a aptidão física e a personalidade têm muita prevalência. Atletas com qualidade física mais desenvolvida e atitude mais agressiva se destacam, porém devemos sempre pensar no longo prazo, desenvolver os fundamentos técnicos adequadamente desde cedo. É muito importante para que os resultados não se limitem às idades menores”, detalhou o técnico do Paineiras.

“O importante é preparar essa criançada para o futuro. A vivência numa competição nacional realizada em outro Estado é muito significativa porque eles serão o futuro do judô nacional. Voltar com medalhas nacionais e o título de campeão será melhor ainda, principalmente para mantermos a nossa tradição; mas quando se trata de crianças a prioridade e o foco são outros”, avaliou Namie.

Sensei Paulino Tohoru Namie com seus alunos da seleção paulista Sol Rodrigues (31kg), Fernando Mitsuda (34kg), Isabeli Barreto (34kg) e Júlia Barreto (38kg)

“Alguns parecem até adulto competindo, e mesmo com essa inexperiência prevalece a vontade de vencer. É algo meio natural. Nascemos com a necessidade de vencer, mas os técnicos têm a obrigação de fazer sempre uma leitura mais ampla, focando o longo prazo”, disse o técnico alviverde.

No momento de avaliar tecnicamente a equipe que vai ao Paraná, cada técnico fez uma leitura distinta, mas todos concordam que São Paulo vai com o seu melhor quadro e será muito bem representado.

“Estou sempre presente nas competições da classe sub 13, e já vi todos os atletas que nos vão representar lutando. Vejo a nossa equipe com bom nível técnico e a maioria dos atletas vem de escolas tradicionais de judô, aliando boa técnica a um estilo bem competitivo”, pontuou Ricardo

“São Paulo tem competições fortes quase todos os fins de semana, o que não acontece em outros Estados. Nesta classe, especificamente, este é um dado importantíssimo e até mesmo decisivo. Temos também alguns atletas talentosos e a soma de todos esses ingredientes me deixa bastante otimista”, revelou Namie.

“É difícil avaliar e precisar a qualidade de todos os atletas, pois não acompanhamos o dia a dia de todos eles. Mas viajaremos com a certeza de que são os melhores de nosso Estado e que todos têm muito a melhorar tecnicamente, lembrando sempre que ainda estão aprendendo o básico do judô. Prefiro não criar expectativas, evitando gerar frustrações”, disse Denílson.

Denílson Moraes Lourenço, técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras e da seleção paulista sub 13

Sobre metas e demais especificidades da disputa, cada técnico analisou um aspecto distinto, mas parece que a preservação dos pequenos judocas é o grande objetivo da comissão técnica bandeirante. Este entendimento é algo que deve ser comemorado, até com maior ênfase e alegria do que a conquista do título de campeão.

“Penso que devemos desenvolver paulatinamente todas as qualidades que as crianças precisam reunir para se tornarem bons judocas, e isso passa pelas áreas técnica, física e mental. Porém, tudo deve acontecer ao seu tempo. Entendo que nesta fase o mais importante é fazer com que a criança goste do judô. Que ela crie raízes e continue se desenvolvendo. Esta é a principal meta e o grande desafio da classe infanto-juvenil”, finalizou o chefe da delegação paulista.

“Tradicionalmente nosso Estado traz bons resultados dos campeonatos brasileiros, vamos para vencer novamente e acredito que o objetivo quando se entra em qualquer competição tem de ser esse. Sabemos que o judô vem crescendo em todo o País, mas isso não faz nossa mentalidade mudar. Isso não pode ser um peso sobre nossas crianças, que não têm de sentir-se pressionadas, e sim motivadas para entrar com tudo na competição”, expôs brilhantemente o técnico do Clube Paineiras do Morumby.

Falando especificamente em objetivos, o técnico do Palmeiras tem como principais metas manter São Paulo como o Estado mais forte do País e fazer os atletas aproveitarem muito esta oportunidade para crescer e evoluir tecnicamente. “Se quiserem seguir adiante e chegar ao alto rendimento, terão de aprender muito mais e, principalmente, treinar muito mais”, concluiu o ex-atleta da seleção brasileira.

Ricardo de Lara Julianetti, técnico da base no Clube Paineiras do Morumby e da seleção paulista sub 13 com um atleta do clube

Seleção Paulista Sub 13 Feminina  

Categoria     Atleta e Associação

Superligeiro         Maria Clara Pedato – Alphaville Tênis Clube

Ligeiro                   Sol Rodrigues – Associação Namie de Judô

Meio-leve             Talita Yukari Uemura Chiao – Academia Chiao de Judô

Leve                      Isabeli Teixeira Barreto – Associação Namie de Judô

Meio-médio         Júlia Teixeira Barreto – Associação Namie de Judô

Médio                    Sofia Aranega Mazzilli Marcondes – Academia Performance

Meio-pesado       Gabrielly de Feitas F. da Silva – Sociedade Esportiva Palmeiras

Pesado                 Aline Dias do Nascimento Silva – Academia de Judô Morada do Sol

Superpesado       Isabella Victoria Soares de Almeida – Seduc Praia Grande

Dobra                    Juliana Rodrigues Yamazaki – Clube Espéria

Dobra                    Rafaela Falsetta Tomiati – ARCD São Bernardo

Seleção Paulista Sub 13 Masculina 

Categoria     Atleta e Associação

Superligeiro         Lucas Antunes – SEME de Itu

Ligeiro                   Lucas Bisteni Luna – Ômega Academia

Meio-leve             João Francisco O. Rodrigues – Associação A Hebraica

Leve                      Fernando Masato Mitsuda – Associação Namie de Judô

Meio-médio         João Pedro Delena Silva – Associação de Judô Bastos

Médio                    Bruno Bellafronte Quinhoneiro – ACERT de Tupã

Meio-pesado       Octavio Weber Chiossi – Associação Marcos Mercadante de Judô

Pesado                 Lucas Melli Dell’Aquila – Clube Paineiras do Morumby

Superpesado       Ângelo Miguel de Souza – Academia de Judô Gambatê

Dobra                    Caio Henrique Maria de Lima – Clube Paineiras do Morumby

Dobra                    Rafael Ferreira Lima – Associação Mercival de Judô

Comissão Técnica

Chefe de delegação: Paulino Tohoru Namie

Técnico: Ricardo de Lara Julianetti

Técnico: Denílson Moraes Lourenço