Stefanio Stafuzza conta toda a verdade e expõe a trama ardilosa criada pelo Boletim Osotogari

Professor go-dan Stefanio Stafuzza, vereador de Guaíra © Arquivo

O professor go-dan de Guaíra assegura que os demais acusados pelo blog jamais participaram de qualquer ação específica naquele município

Interview
21 de fevereiro de 2021
Por PAULO PINTO
São Paulo – SP

Após toda a celeuma causada pela reportagem inescrupulosa publicada no Boletim Osotogari com título Operação Golpe Baixo dá ippon em organização criminosa de Guaíra, a Budô divulgou documentos que desmentem as afirmações feitas por Everton Monteiro. O responsável pelo blog, com o intuito de comprometer a imagem de Francisco de Carvalho, presidente da FPJudô, atacou gratuitamente baluartes do judô do interior paulista como Cléber do Carmo, de Ribeirão Preto, e Roberto Fuscaldo, de São José do Rio Preto, além de Stefanio Stafuzza, professor que, segundo Monteiro, já fora julgado, sentenciado e condenado por envolvimento em licitação da prefeitura de Guaíra (SP).

Cerca de 500 crianças são atendidas por Stefanio no projeto social de Guaíra

O professor go-dan Stefanio Stafuzza nasceu em 5 de agosto de 1977 em São José do Rio Preto. É federado pelo Centro de Treinamento Takeshi Uemura e profissional de Educação Física, (CREF 31.169-P/SP). Eleito vereador pelo Cidadania, de uma hora para outra viu sua vida virar de cabeça para baixo em função de uma denúncia que visava a desestabilizar o grupo que apoiava o prefeito eleito.

“Um rapaz fez uma delação, dizendo fazer parte de uma organização criminosa no esporte de Guaíra, tendo como advogada e orientadora uma candidata a prefeita de nossa cidade que era rival do nosso grupo político. O advogado de um dos professores do esporte ficou sabendo e enviou um e-mail para o promotor querendo saber o que estava acontecendo. Como a investigação corria sob segredo de Justiça, após o vazamento, foram retidos todos os professores citados no processo para que ela não fosse atrapalhada. Detalhe: o vice-prefeito era o responsável direto pelo esporte, daí o porquê de essa área ter sido escolhida como alvo pelo delator e sua advogada.”

Sensei Stefanio lembrou que desde o dia 10 de dezembro, quando ele e os demais acusados foram ouvidos, nada foi adicionado ao processo. “Nada aconteceu ou acontece, pois a intenção dos denunciantes era desestabilizar nosso grupo politicamente. Ninguém provou nada, mas ficamos com esta marca nas costas. A intenção do denunciante e sua advogada era que este escândalo acontecesse antes das eleições, numa tentativa de macular a reeleição do prefeito.”

Para Stefanio as pessoas que se uniram para praticar o mal, não terão vinda longa no judô paulista

Buscando isentar os demais professores arrolados no problema político de Guaíra, Stefanio afirmou que não existe nenhuma ligação e que a reportagem do Osotogari é mentirosa e usou de má-fé.

“Em 2019, houve uma licitação na cidade de Guaíra para a contratação de empresa para prestação serviço na área do judô, e antes da licitação é necessário que seja feita uma tomada de preços para estipular o valor médio. Cléber e Fuscaldo enviaram orçamentos para essa tomada de preço, e mais nada. Eles nem participaram da licitação e nem tiveram qualquer tipo de negócio com o município. É bom deixar claro que as licitações são abertas e toda e qualquer empresa pode participar.”

Sobre o fato de o presidente da FPJudô ter sido citado neste episódio, Stefanio mostrou maior indignação. “A participação do professor Francisco de Carvalho neste episódio é absolutamente nenhuma, zero. Conversei com o sensei Chico duas vezes em minha vida, a última foi há cerca de cinco anos. Foi uma covardia sem precedentes incluir o nome dele nesse processo”, lamentou.

Segundo Stefanio, os promotores incluíram Cléber e Fuscaldo pelo fato de terem enviado os orçamentos para a tomada de preço, o que certamente será esclarecido com as investigações em andamento. “Mas o que me chamou a atenção foi a forma negativa e sensacionalista que o Boletim Osotogari deu à notícia, sugerindo um complô organizado por uma quadrilha de bandidos estelionatários. O pior é que o Everton tentou me incriminar e condenar, antes mesmo que a Justiça o fizesse.”

Stefanio também acusou a reportagem de irresponsável, pela vergonha que causou aos dois professores, pois nenhum deles havia pisado em Guaíra nos últimos tempos.

“Tive pouco contato com o sensei Chico, mas entendo que ele é o maior responsável por todo o sucesso do judô de São Paulo nas últimas décadas. Nenhuma pessoa fica à frente de uma entidade com tamanha grandeza como a Federação Paulista de Judô por tanto tempo, se não for uma pessoa extremamente capaz, integra, de bom caráter e boa índole. Principalmente tendo pessoas como estas, que estão por trás do Everton Monteiro, tentando derrubá-lo de forma inescrupulosa a todo momento.”

 

“Já os professores Cléber e Roberto são referência em suas regiões”, prosseguiu Stefanio. “Sensei Cléber transformou a 12ª DRJ Mogiana, que hoje está entre as maiores e mais organizadas delegacias do Estado, com mais academias e atletas filiados graças a sua capacidade e esforço incondicional. Já o sensei Roberto Fuscaldo é uma referência não só dentro do judô, mas também no karatê, participando da diretoria da federação. Sua índole e caráter à frente de ambas artes marciais são inquestionáveis.”

Chamado de bandido pelo Boletim Osotogari, o professor go-dan reclamou por não ter sido ouvido por seu agressor. “A atitude do professor Everton foi abominável, maligna, nojenta e com um cunho político mais do que explicito. Mas pergunto: A investigação foi concluída? Acharam alguma prova contra mim? Cadê os milhões que estão dizendo que foram desviados? Foi comprovado enriquecimento ilícito de algum dos dez professores acusados?”

Stefanio na sala de troféus do seu dojô

“De repente e do nada, inúmeras pessoas, inclusive o Everton, se acharam advogados, promotores e juízes, sem nunca sequer ter aberto um livro de direito. Pessoas irresponsáveis que saem acusando e apontando o dedo esquecem que por trás de nós existem filhos, esposa, família, pais e mães, além de centenas e centenas de alunos junto com suas famílias.”

Stefanio pontuou que nunca discutiu ou teve problema com seu acusador. “Eu até o considerava um amigo antes da matéria publicada no Boletim Osotogari. Depois dessa publicação infeliz o risquei em definitivo da minha lista de amizades, assim como todos que o cercam nesta cruzada estéril e insana.”

Os advogados da FPJudô já afirmaram que na próxima semana entrarão com queixa-crime contra o Boletim Osotogari, em nome dos professores Cléber do Carmo, Roberto Fuscaldo, Stefanio Stafuzza e Francisco de Carvalho.

O professor de Guaíra apoia a iniciativa. “Penso que é uma representação justíssima. Como uma revista que se diz séria faz uma publicação de tão baixo calão, expondo de forma asquerosa não só o homem, mas o pai de família, esposo, o filho, o sensei de centenas de alunos? Como se faz uma matéria desse nível sem ouvir as duas partes? Acho que a federação deve sim ir até o fim, pois é uma entidade séria, cercada por profissionais sérios, e não pode deixar-se sujar por uma imprensa tendenciosa e abominável. Eu também vou atrás dos meus direitos e irei até o fim.”

Mais de 100 crianças e jovens portadores de necessidades especiais são atendidos por Stefanio pela APAE de Guaíra

“Quero deixar bem claro que eu, mais do que ninguém, desejo que a verdade apareça logo, pois tenho plena consciência de que sempre trabalhamos para o bem e crescimento do judô”, expôs Stefanio. “Quando a verdade vier à tona, espero que essas pessoas que estão apontando o dedo e acusando, julgando e condenando, tenham a hombridade de se desculparem com a mesma energia com que nos estão acusando. Não possuo nenhuma ONG, como foi noticiado; atualmente trabalho como professor contratado pela empresa vencedora da última licitação com carteira assinada.

Stefanio concluiu lembrando que não houve nenhum parecer desfavorável ao processo licitatório. “Finalizo lembrando que não houve nenhum parecer contrário, ou apontamento irregular por parte da Controladoria Municipal, no tocante a licitação feita no judô”, disse o professor guairense.

O professor go-dan (desde 2009) Stefanio Stafuzza dá aula para pouco mais de 500 crianças e adolescentes, dos quais cerca de 100 são portadores de necessidades especiais atendidos pela APAE de Guaíra.