Colaboradores prestigiam posse de Silvio Acácio Borges na CBJ

Posse do dirigente catarinense encerra a gestão mais vitoriosa do desporto olímpico brasileiro e estabelece o início de nova era no judô verde e amarelo.

Em clima de expectativa e enorme saudosismo, na última sexta-feira (31) a equipe de colaboradores da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) participou da cerimônia de posse da nova diretoria que comandará o judô nacional no quadriênio 2017-2021.

Realizada na nova sede da CBJ em Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, pela primeira vez uma cerimônia dessa envergadura reuniu todos os funcionários da CBJ, e não apenas dirigentes. Toda a equipe de colaboradores foi enaltecida por Paulo Wanderley Teixeira, que deixa o cargo, e prestigiada por Sílvio Acácio Borges, novo presidente da entidade.

O reconhecimento público da importância da atuação de cada funcionário da Confederação Brasileira de Judô espelha a grandeza de uma gestão marcada por conquistas indeléveis dentro e fora dos tatamis.

Eleito por aclamação, Sílvio Acácio Borges assume uma gestão que estará alicerçada no apoio dos vice-presidentes José Nilson Gama (AL), Danys Queiroz (PI) e Seloí Totti (RO) e respaldada pela atuação de Gilmar Cotrim Camerino e Berto Igor Caballero Cuellar, membros efetivos do conselho fiscal da CBJ.

Silvio Acácio é o sétimo presidente eleito na história da CBJ. Para chegar ao posto, o ex-presidente da Federação Catarinense de Judô contou com o apoio das 26 federações com direito a voto e de Luciano Correa, representante dos atletas no processo eletivo. Em seu pronunciamento de posse Sílvio Acácio destacou que estava assumindo para fazer o melhor para sua modalidade.

“Primeiramente, agradeço ao professor Paulo Wanderley pela confiança e às pessoas que estão alicerçando nossa gestão: os vice-presidentes e os membros do conselho fiscal. Ver a estrutura que a CBJ possui hoje, suas bases e a forma como os colaboradores trabalham me dá a tranquilidade necessária para assumir este desafio. Vim para trabalhar com vocês. Minha presença será constante aqui e espero que todos continuem com o mesmo foco em fazer o melhor para o judô brasileiro”, disse Borges aos funcionários que acompanharam a cerimônia.

O novo dirigente será responsável por dar continuidade ao trabalho de Paulo Wanderley, que assumiu a CBJ em 2001 e entrega um legado reconhecidamente vitorioso no esporte nacional, deixando o judô na condição de potência mundial e modalidade mais vitoriosa da história olímpica do Brasil, com 22 pódios. Em seu discurso de despedida, o dirigente relembrou o início de sua gestão e agradeceu às pessoas que estiveram com ele durante seu mandato.

“Em 2001, assumimos a CBJ numa sala acanhada no centro do Rio. Nossa equipe era composta por três pessoas. Essa foi a situação que encontramos, e daí para frente vocês sabem a evolução que tivemos. Nossos atletas alcançaram resultados antes inimagináveis. Mas, ficam faltando algumas coisas. Nosso lema é Avança Judô. Para trás, nem para dar impulso”, brincou.

Após projetar o judô brasileiro a níveis jamais imaginados no cenário esportivo nacional e internacional, o dirigente que deixa um legado exemplar na gestão assume oficialmente hoje a vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil. Ao encerrar seu pronunciamento, o ex-presidente se despediu afirmando ter confiança na gestão de seu sucessor.

“Confio nessa nova administração para seguirmos avançando em todos os níveis. Saio com muita tranquilidade e com a certeza de que fiz o melhor que pude, com dedicação, empenho, suando mesmo a camisa. Não tenho saudosismo e nem arrependimentos. Encerro uma etapa hoje, mas sei que ainda há muito trabalho pela frente”, completou Paulo Wanderley.

Perfil do dirigente

Silvio Acácio Borges nasceu em 16 de fevereiro de 1959 em Joinville, maior cidade de Santa Catarina. A paixão pelos esportes de combate tomou forma aos 9 anos, quando começou a praticar judô com sensei Kenzo Minami, ao lado de Roberto David da Graça, o Cocada, formando uma equipe que foi multicampeã em Santa Catarina durante mais de uma década.

Em meados dos anos 1970, tornou-se judoca de alto rendimento. Foi o primeiro atleta catarinense a participar de um campeonato brasileiro juvenil, o de 1975, no qual conquistou medalha de bronze. No mesmo ano, foi vice-campeão sênior nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Nos dois anos seguintes, sagrou-se campeão dos Jasc. A carreira como técnico começou cedo, aos 21 anos, em 1980, quando se tornou técnico da cidade de Jaraguá do Sul.

Em 1982, voltou à sua cidade natal para assumir a equipe de judô. Dois anos depois, em Joinville, Sílvio, ao lado de Icracir Rosa, fundou a Associação Colon de Judô. A escola atende hoje cerca de 400 atletas de todas as idades e realiza trabalhos sociais com crianças de baixa renda, em convênio com a Missão Criança, e com deficientes visuais, numa parceria com a Associação Joinvilense de Deficientes Visuais (Ajidevi).

Paralelamente à carreira como professor de judô, iniciou sua caminhada como árbitro, influenciado pelos senseis Kenzo Minami e Kenjiro Hironaka, ambos árbitros de destaque nacional. Em 2011, durante a Copa do Mundo de El Salvador, foi aprovado no exame da Federação Internacional de Judô e chegou à graduação de FIJ A, a maior da arbitragem mundial. Foi o primeiro catarinense a conseguir tal feito e o 14º da história do Brasil.

Em 2012, foi eleito por aclamação presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ) para o quadriênio 2012-2016. Realizou uma administração marcada pela democratização e modernização do judô estadual, transformando a FCJ em uma das únicas a realizar todos os eventos por meio da plataforma Zempo – sistema disponibilizado gratuitamente pela CBJ para todas as federações estaduais – e tornando-se a entidade com maior número de atletas inscritos na plataforma. Antes da presidência, passou por várias áreas dentro da federação catarinense, sendo duas vezes vice-presidente e também coordenador de arbitragem.

Sílvio Acácio é formado em Educação Física (Univille – 1982) e Fisioterapia (ACE – 1992) e é mestre em Ciência da Educação (UPAP – 2006). É casado há 36 anos com Juraci Borges e pai de Breno Acácio Borges.

Diretoria eleita na CBJ – 2017 a 2021

Presidente: Silvio Acácio Borges

1º Vice-presidente: José Nilson Gama (AL)

2º Vice-presidente: Danys Queiroz (PI)

3º Vice-presidente: Seloí Totti (RO)

Conselho Fiscal

Gilmar Cotrim Camerino

Berto Igor Caballero Cuellar

Relação de Presidentes da CBJ

1969-1979: Augusto de Oliveira Cordeiro

1980-1981: Miguel Martins Fernandez

1982-1984: Sérgio Adib Bahi

1985-1990: Joaquim Mamede de Carvalho e Silva

1991-2000: Joaquim Mamede de Carvalho e Silva Júnior

2001-2017: Paulo Wanderley Teixeira

2017-2021: Silvio Acácio Borges