Com garra e determinação, Brasil se impõe e garante tricampeonato Sul-Americano de Karatê

Técnicos brasileiros comemoram a conquista dos troféus da base e do sênior

Conquistando 17 medalhas de ouro, 15 de prata e 33 de bronze, a seleção brasileira de karatê totaliza 65 medalhas, repete o feito das duas últimas temporadas e fica com a primeira colocação no quadro geral de medalhas

Campeonato Sul-Americano de Karatê 2018
29/04/2018
Por PAULO PINTO I Fotos ANA PAULA CARDOSO/CBK
Guayaquil – Equador

Com o apoio da Confederação Sul-Americana de Karatê, a Federação Equatoriana de Karatê realizou o Campeonato Sul-Americano de Karatê 2018. O evento que contou com a participação da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela foi realizado entre os dias 23 a 28 de abril, no Coliseu Voltaire Paladines, em Guayaquil no Equador.

Com o apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a Confederação Brasileira de Karatê (CBK) levou ao Equador uma equipe composta por 112 atletas das categorias de base e da seleção principal, dez técnicos, uma médica, oito árbitros e dirigentes.

Repetindo a excelente campanha brasileira nos campeonatos sul-americanos de 2016 e 2017, realizados em Cartagena na Colômbia e Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, respectivamente, nesta temporada os karatecas brasileiros se impuseram no koto e construíram uma vitória emblemática, superando seus tradicionais adversários continentais.

Mas a consolidação do primeiro lugar demandou grande esforço dos atletas e membros da comissão técnica do Brasil, pois a Venezuela foi a Guayaquil com uma equipe fortíssima que brigou muito. Em determinados momentos, ocupou a primeira colocação no quadro geral de medalhas, mas o talento dos atletas brasileiros, associado ao excelente trabalho desenvolvido pela comissão técnica verde e amarela, frustraram os planos dos venezuelanos.

 

Equipe brasileira em Guayaquil

Brasil consolida a vitória na base

Foi na base que a equipe brasileira conseguiu abrir vantagem sobre a Venezuela, Equador e Chile, os adversários mais próximos desta edição do sul-americano.

No fim dos três primeiros dias de competição, o Brasil havia disputado 23 finais que asseguraram 13 medalhas de ouro, 10 de prata e 26 de bronze, nas classes da base.

No último dia o time brasileiro fez nove finais que garantiram quatro ouros, cinco pratas e sete bronzes na classe sênior.

Com 17 medalhas de ouro, 15 de prata e 33 de bronze, a seleção brasileira de karatê totalizou 65 medalhas. Já a Venezuela obteve 12 medalhas de ouro, nove de prata e 17 de bronze, ao todo, conquistou 38 medalhas e foi vice-campeã geral do certame.

Técnicos avaliam o desempenho da equipe

O Brasil foi a Guayaquil com sua comissão técnica formada pelos professores Ricardo Aguiar, coordenador geral e coordenador do kumitê sênior masculino; Vanderlei Machado, coordenador de kata e coordenador de kumitê feminino da base; Diego Spigolon, coordenador de kumitê do sênior feminino; Ulisses Santos, coordenador de kumitê masculino da base; Arani de Jesus, técnico de kumitê; Carlos Magno Baptista, técnico de kumitê; Eurico Schopchaki, técnico de kata; José Targino Filho, técnico de kumitê; Klemerson Carvalho Chagas, técnico de kata masculino; e Simone Yonamine, técnica de kata feminino.

Luiz Carlos Nascimento, presidente da CBK e William Cardoso, diretor técnico da entidade posam para foto com a comissão técnica do Brasil

Diego Spigolon enfatizou o protagonismo brasileiro nas competições realizadas na América do Sul.

“Mais uma vez o Brasil provou que é a maior potência sul-americana na base e no sênior. Nosso País provou que é soberano, pois há alguns anos ainda oscilávamos na liderança continental e não tínhamos este domínio em todas as classes. Este ano, completamos um ciclo de três anos consecutivos de liderança sul-americana”, destacou o coordenador de kumitê do feminino, que encerrou prevendo muitos pódios nos Jogos Sul-Americanos.

“Estamos na véspera dos Jogos Sul-Americanos, evento que tem a chancela do Comité Olímpico Internacional (COI), e o resultado construído em Guayaquil é um prenúncio de muitas medalhas na competição que acontecerá em Cochabamba entre 26 e 28 de maio. Na Bolívia, enfrentaremos as mesmas equipes e os mesmos atletas que encaramos aqui. Temos certeza de que o karatê dará enorme contribuição no quadro geral de medalhas do Brasil”, disse Spigolon.

Klemerson Carvalho Chagas, o técnico de kata masculino, fez uma avaliação geral do desempenho dos atletas e das equipes de kata.

“De forma geral, o desempenho dos atletas de kata da base foi bastante positivo. O trabalho iniciado começou a render frutos, mas ainda não conseguimos disputar nenhuma final na base. Subimos no pódio em todas categorias, mas só conquistamos medalhas de bronze. Acredito que a equipe ainda demanda maior amadurecimento. No sênior, o resultado não poderia ser melhor, já que fomos campeões no feminino e masculino individual com Nicole Motta e Williames Souza. De quebra, conquistamos duas medalhas de bronze por equipes nos dois gêneros”, explicou o técnico que prevê ajustes no kata da base para os Jogos Sul-Americanos.

“Evidentemente, os atletas da classe sênior conseguem absorver melhor o trabalho e já vêm sendo acompanhados há mais tempo pela comissão técnica e os seus professores. Fora isso, eles estão mais habituados a competir fora do País, o que lhes proporciona maior experiência e maturidade. Agora, vamos focar o trabalho para os Jogos Sul-Americanos e buscar o melhor desempenho possível, visando fortalecer a parceria que existe hoje entre a CBK e o COB”, disse o técnico de kata.

O técnico Klemerson Chagas e Williames Souza, campeão sul-americano de kata

Após o excelente desempenho brasileiro em Guayaquil, Carlos Magno Baptista, técnico de kumitê da base, previu grandes exibições no Brasil nos campeonatos pan-americanos desta temporada.

“O resultado das equipes de base foi muito expressivo e vários atletas atingiram o resultado que havíamos projetado, garantindo os títulos das classes júnior e sub 21. O resultado geral tem que ser muito comemorado, pois o Brasil enfrentou 10 seleções e conquistou 65 medalhas, das 242 que estavam em disputa. O resultado final nos permite prever mais uma grande exibição das seleções brasileiras nos campeonatos pan-americanos da base e do sênior, desta temporada”, prognosticou Carlos Magno.

Os árbitros brasileiros que atuaram na disputa continental são: Clécio Souza (CE), Adriano Silva (CE), Paulo Roberto Ces (CE), Nilson Santos (CE), Marco Antônio Campos (SP), Anderson Nascimento (MG), Ennio Cardoso (CE) e Celso Rodrigues (RJ).