Comunidade do judô planta mais de 5.300 árvores por um mundo melhor

Em Campos (RJ) os professores kodanshas Shiro Matsuda e Jucinei Costa plantam muda de árvore frutífera

Em iniciativa inédita, a Federação Internacional de Judô mobilizou milhares de judocas de 75 países numa campanha comemorativa do Dia Mundial do Judô

Dia Mundial do Judô
6 de novembro de 2019
Por PAULO PINTO I Fonte IJF MEDIA I Fotos DIVULGAÇÃO
Curitiba – PR

O desafio girava em torno de uma das principais prioridades da humanidade hoje: plantar uma árvore por ocasião do Dia Mundial do Judô, comemorado todos os anos em 28 de outubro, data de nascimento de Jigoro Kano, fundador do judô.

Em Maceió (AL), o professor Antônio Luiz Milhazes comandou uma legião de jovens judocas que participaram ativamente da comemoração do Dia Mundial do Judô

A ideia de plantar árvores para celebrar os valores educacionais da modalidade foi lançada no início deste ano pela Federação Internacional de Judô (FIJ). Estima-se que mais de 5.300 árvores foram plantadas em 75 países. A missão foi cumprida por toda a família do judô, segundo a FIJ.

As primeiras atividades relacionadas ao Dia Mundial do Judô ocorreram no início do ano, com operações na Itália, Rússia e Kiribati. À medida em que o dia 28 de outubro se aproximava, o processo se acelerava e mais e mais federações, clubes e indivíduos se uniam ao movimento, plantando árvores aqui e ali.

Comemoração do Dia do Judô no Japão

Países como Turquia, República Dominicana, Burundi e França cultivaram várias centenas de mudas, enquanto grandes campeões de judô não hesitaram em associar seu nome a esta operação inédita. Jorge Fonseca (Portugal), Mayara Aguiar (Brasil), Daria Bilodid (Ucrânia), Clarisse Agbegnenou (França) e João Derly (Brasil) foram alguns dos que sujaram as mãos para plantar uma nova árvore diante de dezenas de crianças felizes.

Senseis Nilson Gama e Júlio Edgardo conduzem as crianças no Parque Municipal do Horto, uma reserva ambiental no entorno da capital alagoana

Durante todo o ano, iniciativas inovadoras multiplicaram-se, como na Itália, onde o Comitê Regional de Friuli Venezia Giulia adotou um pedaço da floresta, ou no Iêmen, onde, apesar da guerra, foi celebrado o Dia Mundial do Judô e plantada uma árvore como símbolo da paz. No Japão, os judocas plantaram uma árvore na cidade de Abiko, em Chiba, na antiga vila de Jigoro Kano.

O campeão mundial português Jorge Fonseca aderiu a iniciativa da FIJ

Com o número de árvores plantadas sendo tão grande, é difícil mencionar todas as iniciativas. Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô, disse: “Gostaria de parabenizar a comunidade do judô mundial pelo comprometimento e desejar sucesso contínuo a todos. Gostaria de agradecer aos judocas que se uniram à iniciativa de plantar uma árvore. Acredito que todos nós podemos ter orgulho de mostrar o exemplo de unidade em torno da luta global contra as mudanças climáticas”.

Engajados no movimento concebido pela Federação Internacional, os gaúchos campeões mundiais João Derly e Mayra Aguiar participam do plantio de mudas em Porto Alegre

Quando foi lançada a ideia de plantar árvores e associá-la ao Dia Mundial do Judô, ninguém sabia dizer qual seria o resultado dessa iniciativa. Mas ficou claro que toda a família do judô se uniu com força e entusiasmo e mais de 5.300 árvores foram plantadas em todo o mundo.

“É claro que não serão suficientes para garantir o futuro dos nossos filhos”, disse Marius Vizer, “mas é significativo o suficiente para dizer que tudo é possível. O mundo do judô está unido em torno de seus valores e os compartilha com um número cada vez maior de pessoas, em especial com os jovens. Acima de tudo, o DNA do judô está agora enraizado no chão e as futuras árvores drenarão cortesia, coragem, amizade, honestidade, honra, modéstia, respeito e autocontrole para as jovens gerações.”

Professores e judocas que participaram da comemoração do Dia Mundial do Judô realizado na sede do Automóvel Clube fluminense em Campos dos Goytacazes

Brasil adere à campanha da FIJ

Segundo a assessoria de comunicação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o Brasil se engajou no plantio de árvores e sementes promovido pela campanha global da Federação Internacional de Judô.

Além de plantar 20 mudas de embaúba com atletas da seletiva nacional sub 18, a CBJ vem tomando algumas iniciativas internas visando a diminuir os impactos ambientais das atividades administrativas em sua sede.

Comemoração do Dia do Judô na República Dominicana

Entidades como a Federação Alagoana de Judô (Faju), Federação de Judô do Estado Rio Janeiro (Fejerj), Federação de Judô do Amazonas (Fejama) e a Sogipa (RS), entre outras, participaram da campanha e plantaram árvores em seus Estados.

Ainda é possível participar ativamente do movimento. Com dezenas de milhões de pessoas praticando judô nos cinco continentes, o esporte pode exercer um impacto significativo e educar grande número de pessoas. Parafraseando a famosa declaração de Neil Armstrong em seu primeiro passo na Lua, pode-se dizer que “as árvores que foram plantadas são um pequeno passo para o homem hoje, mas serão um salto gigantesco para a humanidade amanhã”.

Sensei Matsuda agradece a iniciativa dos senseis Orlando Junior e Eduardo Duty na comemoração do Dia Mundial do Judô no Automóvel Clube, onde há 53 anos deu sua primeira aula de judô

Países e territórios participantes: Argélia, Armênia, Austrália, Áustria, Barbados, Bélgica, Belize, Butão, Brasil, Bulgária, Burundi, Camarões, Canadá, China, Colômbia, Costa Rica, Croácia, República Dominicana, Ilhas Faroe, França, Geórgia, Alemanha, Grã-Bretanha, Guatemala, Honduras, Hungria, Equipe da IJF para Refugiados, Índia, Itália, Israel, Japão, Cazaquistão, Kiribati, Kosovo, Lituânia, Malta, Mauritânia, México, Moldávia, Marrocos, Moçambique, Nepal, Nicarágua, Omã , Paquistão, Palau, Palestina, Panamá, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Porto Rico, Macedônia do Norte, Romênia, Rússia, San Marino, Arábia Saudita, Senegal, Sérvia, Eslovênia, Espanha, Suriname, Turquia, Uganda, Ucrânia , Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Estados Unidos, Uzbequistão, Venezuela, Iêmen e Zimbábue .

Os professores kodanshas Júlio Edgardo, coordenador técnico da Faju, Nilson Gama, vice-presidente da CBJ e Antônio Luiz Milhazes, presidente da Faju estiveram à frente da atividade junto a natureza

Dezenas de professor cariocas aderiram ao movimento do judô mundial

No Parque Municipal do Horto, a pequena judoca Karyne Misao Kawaguchi Barros da Escola Arco-íris dá exemplo de civismo