Em sua quarta edição, Copa Paulo Leite de Judô Veteranos surpreende e supera objetivos traçados

Exibindo vasto repertório de técnicas e muita determinação, o peso médio Robson Foriato conquistou duas medalhas de ouro e foi o judoca mais técnico da competição

Realizado no Campus da Universidade CEUMA, o maior evento da classe máster do Norte-Nordeste recebeu 158 judocas de 56 clubes e 18 Estados

Judô Veteranos
6 de junho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
São Luís – MA

Com o apoio da Universidade CEUMA Renascença, Thor Suplementos, UDI Hospital e Federação Maranhense de Judô (FMJ), a Academia de Judô Ação realizou em São Luís (MA), em 1º de junho, a quarta edição da Copa Paulo Leite de Judô Veteranos.

Atletas perfilados no shiai-jô

Para o professor Marco Leite, idealizador da competição, o judô máster vive uma curva de crescimento contínuo no cenário mundial e expande seu domínio no território brasileiro.

“O judô veterano é uma realidade, e além de ser o atual campeão mundial, o Brasil é uma das principais potências desta classe de competidores. Com esta quarta edição o judô máster do Maranhão exibe protagonismo e mostra que está integrado a este movimento”, afirmou.

Campeão do peso médio do M5, Georgton Thomé Burjar Moura Pacheco exibiu técnica refinada

O torneio que homenageia o saudoso sensei Paulo Leite, introdutor do judô no Maranhão, e vale pontos para o ranking nacional foi realizado no ginásio de esportes da Universidade CEUMA Renascença e reuniu 158 atletas de 43 clubes e associações de 18 Estados.

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades esportivas, entre as quais Rodolfo Leite, presidente da FMJ; Georgton Burjar Pacheco, presidente da Federação de Judô do Estado do Tocantins; e o professor kodansha Rodrigo Guimarães Motta, além dos professores Olivar Leite, Álvaro Leite, Bernardo Leite e Marco Leite.

Rodolfo Leite, presidente da FMJ

No shiai-jô estavam importantes judocas da classe veteranos, campeões e medalhistas em competições mundiais. Entre os campeões mundiais estavam Márcio Barbosa (MA), Cristian Cesário (SP), Edivaldo Nascimento, o Serrinha (BA), Mário Sabino (SP), Ton Pacheco (TO) e Sílvio Uehara (SP). Entre os medalhistas em mundiais estavam Rodrigo Motta (SP), Glauber Aragão (SP), Bahjet Hayek (SP), Leandro Borges (SP) e Rogéria Cozendey (SP).

Excelente nível técnico

Ouvimos vários judocas, e eles foram unânimes em afirmar que esta foi a edição da Copa Paulo Leite que apresentou o melhor nível técnico. O maranhense campeão mundial Márcio Barbosa endossou esta afirmação.

“Na minha opinião a quarta edição da Copa Paulo Leite foi a maior e a mais bem organizada, com o melhor nível técnico. Presenciamos grandes combates e vimos belíssimos ippons. Tivemos um clima amistoso fora dos tatamis e muita integração na competição”, disse Barbosa, que encerrou desejando que a próxima edição seja ainda melhor.

O professor Marco Leite, idealizador e organizador da competição

Com um ouro individual e outro na disputa por equipe, quem também que avaliou positivamente o torneio foi o ex-atleta olímpico Mário Sabino, detentor de títulos expressivos como o bicampeonato mundial máster Brasil (2007) e México (2018), o bicampeonato mundial militar Holanda (2000) e Itália (2001), medalha de bronze no campeonato mundial do Japão (2003) e campeão dos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (2003).

“Estou acostumado a participar de eventos com uma quantidade maior de atletas, mas gostei muito desta copa. Vi vários combates bem acirrados, e a rivalidade sadia na competição por equipes deu um glamour especial à grande final disputada por São Paulo e Maranhão”, contou Sabino.

Após dois AVCs, o incansável Rodrigo Motta apoiou a equipe paulista que foi a São Luís em busca do bicampeonato.

“O Instituto Camaradas Incansáveis (ICI) está presente desde a primeira edição da Copa Paulo Leite, da qual participaram apenas 48 atletas e basicamente restrita ao Maranhão. Com a perseverança da Federação Maranhense de Judô, dos atletas do Estado, da família Leite e do Leão do Norte, Marquinho Leite, o evento não parou de crescer. Definitivamente a competição fortalece e consolida o judô veteranos nas regiões Norte e Nordeste como nenhum outro o faz”, disse Motta. Na sequência, ele avaliou o desempenho dos judocas de sua agremiação.

O professor kodansha Rodrigo Guimarães Motta, dirigente do ICI

“Os Incansáveis sentem se na obrigação de dar com alegria total apoio ao professor Marcos Leite, e nesta edição competimos sob a impecável estratégia de escalação e comando do general Cristian Cesário. Assim, acabamos conquistamos pela segunda vez a primeira colocação geral. Cristian escalou, lutou e venceu; Alonso lutou com solidez e medalhou; Bahjet lutou em categoria acima e venceu; Carlão eliminou 4 kg e venceu; David lutou muito bem, medalhou e depois foi o técnico da equipe de São Paulo; doutor Ítalo Rachid venceu e com sua sabedoria apoiou a todos; Sílvio Uehara, implacável, faturou o ouro no peso e no absoluto; Cássio, o Incansável que, com síndrome de Down, perdeu peso, lutou e medalhou; e eu, que após dois AVCs lutei no peso de cima e venci para ajudar a equipe.” Motta encerrou detalhando a sua atuação.

“Após os dois AVCs, só pude lutar devido ao apoio de toda a equipe. O calor, o medo, a falta de ritmo, tudo isso pesou demais. Após vencer a primeira luta em pouco segundos, a última se transformou em uma autêntica briga de rua, sem técnica, mas com um único objetivo no coração: ajudar os Incansáveis. E para honrar o nome, a luta foi decidida literalmente no último segundo.”

Autoridades durante a execução do Hino Nacional

Campeão do peso médio do M5, Georgton Thomé Burjar Moura Pacheco destacou o pioneirismo da Copa Paulo Leite nas regiões Norte e Nordeste.

“O professor Marco Leite conseguiu algo muito difícil, que é criar e manter um evento fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Rio Grande do Sul e, com muita competência, passou a incluir o Maranhão no calendário nacional de competições da classe máster”, disse o presidente da Federação de Judô do Estado do Tocantins. Ton Pacheco mencionou ainda vários aspectos relacionados à longevidade do judô.

Mário Sabino voltou para casa com duas medalhas de ouro

“Fico muito feliz por ver a longevidade do judô aumentar gradativamente. Isso nos impele a treinar regularmente. Tenho o hábito de falar que o judô é o esporte mais democrático do mundo, e argumento explicando que comporta competições nos gêneros masculino e feminino e categorias de peso em oito divisões, desde o sub 11 ao sênior. Já no veterano temos dez classes (divididas por idade, do M1 ao M10), cada uma com suas categorias de peso. Todos podem competir em posição de igualdade, bastando apenas que sejam preservadas as condições físicas e mentais do praticante. Na medida em que o número de competidores aumenta, os judocas estendem sua participação às competições nacionais, continentais e mundiais, colaborando de forma decisiva na sobrevida de seus praticantes, e a Copa Paulo Leite é um grande exemplo desse processo”, disse o dirigente tocantinense.

Olivar Leite, mestre de cerimônias conduziu o evento brilhantemente

Campeão individual e por equipe, Cristian Cesário foi enfático ao afirmar que esta edição da Copa Paulo Leite foi fantástica.

“Gostei muito do que vivenciamos em São Luís. A quarta edição da copa foi a melhor de todas e sentimos o grande comprometimento de todas as pessoas envolvidas na organização e na disputa. Tivemos a participação de 18 Estados e 56 clubes e observamos grande crescimento na quantidade e na qualidade técnica do certame. Vimos nomes como Sabino (SP), Nilo (PI), Robson (SP) e atletas fortes de vários Estados que agregaram muita qualidade à competição”, pontuou o capitão do ICI.

“O ponto alto da Copa Paulo Leite desta temporada foi a disputa por equipe, que sempre agrega valor e aumenta a rivalidade entre os Estados. Tivemos seis equipes lutando e este ano São Paulo venceu”, comemorou o bicampeão mundial, que encerrou destacando a participação maciça dos atletas do ICI.

“Quero destacar a enorme presença dos camaradas incansáveis na competição. Fomos a São Luís com nove atletas, conquistamos seis medalhas de ouro e três de prata e nos sagramos bicampeões do torneio. Já adianto que tanto o ICI quanto São Paulo irão com mais força ainda na próxima edição do certame, e voltaremos para casa com mais títulos e medalhas ainda”, profetizou o líder dos camaradas incansáveis.

Presidentes das federações do Maranhão e Tocantins, Rodolfo Leite e Georgton Pacheco

Campeão individual e por equipe em sua segunda participação na competição, Robson Foriato destacou o crescimento técnico e quantitativo da Copa Paulo Leite.

“Participei da segunda edição da Copa Paulo Leite, e achei que este ano estava muito melhor. A disputa realizou-se dentro de uma universidade com excelente localização. A premiação foi muito bem feita e tivemos vários atletas de altíssimo nível. Foi um campeonato bem disputado e isso nos motiva a voltar a São Luís para desfrutar tudo que a cidade nos oferece de bom e rever os amigos dos tatamis”, disse o professor da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Francisco Morato (SP).

Campeão individual e vice-campeão por equipe, o amazonense Gláucio Mendonça debutou na competição e gostou muito da experiência.

“Esta foi a minha estreia na Copa Paulo Leite de Judô, e gostei muito do que vivi em São Luís. Por ser do Amazonas, acho que o ponto alto foi a participação maciça dos judocas de São Paulo, o que certamente agregou excelente nível técnico à competição. Como sugestão, acredito que o tamanho das arquibancadas e principalmente o horário são questões do podem ser melhoradas numa próxima edição. Para mim e para os meus amigos do Amazonas foi uma honra e satisfação enormes participar deste grande certame. O judô nos aproxima e une. A fé e a vontade de vencer que todos nós possuímos nos diferenciam. Somos judocas, somos guerreiros e somos irmãos”, disse o professor da Acopajam de Manaus.

Idealizador, organizador e bicampeão da Copa Paulo Leite, o professor Marco Leite fez um balanço final bastante positivo desta edição da copa.

“O evento se superou em quantidade de atletas e Estados, na qualidade dos combates – a luta do Márcio (MA) com o Leandro (SP), por exemplo –, e na mudança do local. A estrutura da Universidade CEUMA deu um upgrade ao evento”, disse o anfitrião, que já está pensando nas mudanças que serão feitas na próxima edição.

“A avaliação do pessoal que tem participado da copa com frequência foi excelente. Recebi numerosos feedbacks positivos e isto nos motiva a seguir adiante. A princípio nossa ideia é manter o alto nível técnico do evento e tentar abreviar o tempo de duração. Todos os objetivos da competição foram alcançados: homenagear o sensei Paulo Leite e, principalmente, promover uma grande confraternização entre os participantes”, avaliou o professor Marco Leite.

Atletas da Academia de Judô Ação (MA) Marcelo Barbosa, Yelon Barbosa e Márcio Barbosa

ICI é campeão geral

O Instituto Camaradas Incansáveis, de São Paulo (SP), sagrou-se bicampeão da Copa Paulo Leite de Judô Veteranos, conquistando oito medalhas, sendo seis de ouro e duas de prata.

A Academia de Judô Ação, de São Luís (MA), foi vice-campeã com nove medalhas: cinco de ouro, duas de prata e duas de bronze.

A Associação de Judô Kan, de Fortaleza (CE), ficou em terceiro lugar conquistando nove medalhas, sendo quatro de ouro e cinco de prata.

O Judô Clube Tomodachi, de Natal (RN), assegurou a quarta colocação geral conquistando três medalhas, sendo duas de ouro e uma de prata.

A quinta colocação foi conquistada pela Academia Monte Branco de Judô, de São Luís (MA), que totalizou quatro medalhas: duas de ouro e duas de prata.

Classificação por associações

  1º – Instituto Camaradas Incansáveis, de São Paulo (SP)

2º – Academia de Judô Ação, de São Luís (MA)

  3º – Associação de Judô Kan, de Fortaleza (CE)

4º – Judô Clube Tomodachi, de Natal (RN)

  5º – Academia Monte Branco de Judô, de São Luís (MA)

6º – Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Francisco Morato (SP)

  7º – Associação de Pais e Amigos do Judô e Dança, de Itajaí (SC)

8º – Associação Campos de Judô (PA)

  9º – Associação de Judô Rogério Sampaio (SP)

10º – Associação Desportiva e Cultural Fábrica de Campeões (SP)

Classificação por equipe masculino

1º – São Paulo

2º – Maranhão

3º – Refugiados

Classificação por equipe feminino

1º – Refugiados

2º – São Paulo

Classificação Absoluto M1 a M4 81kg

1º –  Filipe Augusto (CE)

2º – Ricardo Gonçalves (GO)

3º – Thiago Coelho (MA)

3º – Claudimar Costa (MA)

Classificação Absoluto acima do M5 -81kg

1º – Giuliano Santana (GO)

2º – Eloy Pereira (SP)

3º – Adílio Coimbra (PA)

3º – Paulo Afonso (SP)

Classificação Absoluto acima do M5 -81kg

1º – Silvio Uehara (SP)

2º Maxuel Rogana (MG)

3º – Antônio Viana (AP)

3º – Obata Júnior (MG)

Parte da equipe paulista que foi a São Luís

O quarteto amapaense foi a São Luís determinado na conquista de muitas medalhas e títulos. Antônio Viana conquistou o ouro como técnico da equipe feminina “Refugiadas” (formada por judocas do Amapá, Pará e Santa Catarina), de quebra ele faturou uma de prata no peso leve do M5 e um bronze no absoluto. Alessandro Barros obteve o ouro no peso médio do M3 e um bronze como técnico dos “Refugiados” (Formado por judocas de Goiás, Pará, Sergipe e Amapá). Bruna Mendes volta pra casa com duas medalhas de ouro, sendo uma no peso meio-leve do F1 e outro ouro por equipe. Carlecio Oliveira conquistou o bronze no meio-médio do M2.

Com exceção do anfitrião Marco Leite, os demais judocas na foto são todos alunos do saudoso sensei Lhofei Shiozawa, a maior referência técnica do judô verde a amarelo: Giuliano Santana (GO), Ton Pacheco (TO), Ricardo Gonçalves (GO), Edvaldo Nascimento, o Serrinha (BA), Walter Paixão (GO) e Clayton Souza (TO)

Parte da equipe da Bahia em São Luís

Os dirigentes Gláucio Mendonça (AM), Antônio Viana (AP) e Ton Pacheco (TO)

Time paulista, campeão por equipe

Refugiados, terceiros colocados por equipe

Maranhão, vice-campeão por equipe

São Paulo, campeão por equipe

As três equipes finalistas dividem o pódio para foto histórica