Rogério Sampaio deixa o Ministério e assume como número 2 do COB

Rogério Sampaio, o novo diretor-geral do COB

Ex-secretário nacional de alto rendimento é indicado pelo presidente do COB para o cargo e aprovado por unanimidade pelo conselho de administração

Gestão Esportiva
26/04/2018
Por DEMÉTRIO VECCHIOLI / OLHAR OLÍMPICO / UOL I Fotos PAULO PINTO/BUDÔPRESS
Rio de Janeiro – RJ

Campeão olímpico em Barcelona-1992, Rogério Sampaio é o novo diretor-geral do COB. O judoca, de 50 anos, era o secretário-nacional do Alto Rendimento, no Ministério do Esporte. No começo da tarde de ontem, o governo anunciou a saída dele e, no fim da tarde, foi a vez de o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciar sua contratação. Rogério é o primeiro nome do alto escalão contratado na gestão Paulo Wanderley e diz que seu salário estará enquadrado na nova política salarial do COB.

Faz algumas semanas que a gente (Sampaio e Paulo Wanderley) conversou pela primeira vez sobre esse tempo. O convite foi feito faz algumas semanas, mas lógico que ele vem de uma confiança construída ao longo dos anos. No COB, estaremos sempre no caminho da transparência, de cumprir todas as regras de governança, escutar os anseios da sociedade. Esse é o caminho que o COB deve seguir”, disse Rogério, em entrevista ao Olhar Olímpico.

Paulo Wanderley Teixeira, presidente do Comitê Olímpico do Brasil

No fim do ano passado, o judoca negou ao blog que tivesse sido convidado para assumir a diretoria-geral do COB, cargo que também pode ser chamado de “CEO” – “prefiro em português mesmo”, diz agora. Segundo Rogério, de fato naquele momento não havia conversas neste sentido, ainda que seu nome ventilasse forte nos bastidores.

Ainda de acordo com ele, o convite surgiu em um momento em que ainda se discutia quem seria o novo ministro do Esporte. O próprio Rogério havia sido colocado na mesa como um dos candidatos, mas quem ganhou a corrida foi Leandro Cruz, ex-assessor de Leonardo Picciani na Câmara. Rogério ainda ficou por mais duas semanas no ministério, até esta terça.

Após o pedido de exoneração, o nome dele foi levado ao Conselho de Administração, que agora é quem precisa aprovar a escolha para um cargo deste nível. Também no Conselho, que se reuniu pela primeira vez, Jorge Bichara, que vinha ocupando interinamente a Diretoria de Esportes, foi efetivado no cargo.

“Estamos muito felizes com a aprovação da nossa indicação ao Conselho. O Rogério Sampaio vai somar sua ampla experiência na gestão do esporte ao trabalho que o COB já executa com muita qualidade. É um profissional que já conhece o dia a dia do COB e isso lhe ajudará a imprimir o ritmo de trabalho necessário após todas as mudanças que ocorreram no COB nesses seis últimos meses”, disse Paulo Wanderley, via assessoria de imprensa.

Ao lado de Marcelo França, Francisco de Carvalho Filho e Roberto David da Graça, Rogério Sampaio e Paulo Wanderley comandam assembleia da CBJ realizada em 2016 no auditório do Ministério do Esporte

Rogério e Paulo Wanderley são conhecidos de longa data. Afinal, o presidente do COB antes foi presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Já Rogério passou pela Fundação Pró-Esporte de Santos, órgão responsável pelo gerenciamento do esporte de alto rendimento no município, pelo governo do Estado de São Paulo, onde cuidou dos Jogos Regionais, e pela prefeitura de São Paulo, onde era responsável pelo Centro Olímpico.

Em julho de 2016 assumiu a Secretaria da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), órgão ligado ao Ministério do Esporte. Um ano depois, passou a comandar a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.

“Quando estive à frente da ABCD, a gente avançou muito em questão do Tribunal Antidopagem, que era um desafio e havia muitas críticas a respeito dele. A gente conseguiu criar o tribunal com qualidade e sem muitos atritos. Na secretaria de alto rendimento, entre os trabalhos que acho importante, está ter participado de maneira firme nas regras de governança e na maior participação de atletas nos conselhos das diversas confederações. Também conseguimos que o Plano Nacional do Desporto saísse do Ministério e chegasse na Câmara. Será um marco para o esporte”, diz.