Vereadora de Paris pede referendo sobre a possibilidade de cancelar Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024

Danielle Simonnet baseou o pedido do referendo em uma recente pesquisa que constatou que 62% de 6.612 eleitores afirmaram ser a favor do cancelamento dos Jogos de Paris 2024

Programa Olímpico
12 de abril 2019
Por DANIEL ETCHELS/INSIDE THE GAMES I Fotos DIVULGAÇÃO
Paris – França

Uma pesquisa conduzida pela operadora francesa Orange revelou que 62% dos 6.612 eleitores votaram favoráveis ao cancelamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024. Baseando-se nisso, a vereadora Danielle Simonnet enviou um tweet questionando à prefeita de Paris, Anne Hidalgo, à presidente da Ilha de França, Valérie Pécresse, e ao presidente francês, Emmanuel Macron, o que eles estão esperando para organizar um referendo na região de Paris.

O canal de notícias francês BFM TV relatou que Simonnet, a co-líder do Partido de Esquerda da França, fez a proposta como parte de sua candidatura às eleições municipais do próximo ano.

Danielle Simonnet, conselheira e vereadora de Paris

A vereadora parisiense declarou que está pautando o tema com base nos interesses relacionados ao clima e à justiça social.

“Com esta meta de Paris 2024, estamos no processo de priorizar equipamentos que não atendam às necessidades urgentes da população. Estamos tentando impor um grande metrô para conectar o aeroporto Charles de Gaulle e o centro de Paris, enquanto é absolutamente necessário dividir a RER B (uma das cinco linhas no sistema de transporte rápido RER). O transporte diário na região da Ilha de França é um desastre”, afirma Simonnet.

Segundo a vereadora, cancelar Paris 2024 é uma necessidade ecológica. Esta não é a primeira vez que Simonnet pede um referendo relacionado aos Jogos Olímpicos que acontecerão na França. Ela também pediu por um referendo em fevereiro de 2017, durante o processo de licitação para os Jogos Olímpicos.

Na época em que fez o pedido do primeiro referendo, Simonnet expressou: “Estamos na mesma situação que o Brasil com a Copa do Mundo de 2014. Os brasileiros ficaram encantados em sediá-la inicialmente porque são fãs de futebol e então, quando tomaram consciência das consequências em termos de austeridade, opuseram-se massivamente”, ela compara, finalizando dizendo que o mesmo acontecerá com a França.

Ela também citou o exemplo das Olimpíadas de Inverno de 1976, que foram concedidas a Innsbruck depois que Denver, a cidade-sede original, retirou-se em 1972. Em um referendo estadual, os eleitores do Colorado rejeitaram o financiamento destinado aos Jogos e essa foi a única vez em que uma cidade escolhida para sediar o evento o recusou.