Escola de Judô Giberti, de Assis, é o primeiro dojô a reabrir as portas no Estado de São Paulo

Professor Giberti com uma das turmas que já retomaram as aulas

A reabertura do dojô foi fundamentada no manual de procedimentos para reabertura de dojôs de judô, elaborado pela comissão científica da Federação Paulista de Judô

Retomada das Aulas
18 de junho de 2020
Por PAULO PINTO I Fotos LÍVIA MARIA OLIVEIRA MARGONAR
Assis – SP

Fundada em março de 2016, a Escola de Judô Giberti, de Assis (SP), é a primeira escola de judô a reabrir as portas no Estado de São Paulo.

Fundamentado no manual de procedimentos para reabertura de escolas e dojôs de judô, elaborado pela comissão científica da Federação Paulista de Judô (FPJudô), o professor Guilherme Correa Giberti explicou como se deu a reabertura do dojô.

Guilherme Correa Giberti, faixa preta ni-dan

“Apoiado no decreto federal emitido pela Presidência da República e sensível às dificuldades enfrentadas pela comunidade, o prefeito José Aparecido Fernandes (PDT) autorizou a reabertura das academias, salões de beleza e barbearias de nossa cidade. Com isso, no dia 1º de junho pudemos retomar as atividades na Escola de Judô Giberti, de Assis.”

Graduado ni-dan pela FPJudô e ministrando aulas em Assis desde 2007, Guilherme Giberti iniciou sua trajetória como professor de vários projetos sociais, tornando-se posteriormente técnico da equipe de judô da cidade. Ele relatou à Budô as medidas que foram tomadas para a reabertura do dojô.

Judocas de Assis fazem a saudação inicial

“Para poder voltar a funcionar tomamos as devidas precauções e seguimos à risca o que determina o manual de procedimentos para reabertura de escolas e dojôs de judô desenvolvido pela federação. Fizemos as devidas adaptações antes de recebermos os alunos e está dando certo. Antes da quarentena a escola contava com 120 alunos em média, além dos 180 atendidos nos projetos sociais espalhados pela cidade, nos quais são atendidos crianças e jovens de 6 a 17 anos”, explicou.

O número de alunos atuais ainda é inferior ao anterior, mas o professor de Assis lembra que a situação é transitória e avalia que o novo formato permite a retomada das aulas e da prática do judô com segurança.

“Devido às restrições na quantidade de praticantes no dojô, ainda não conseguimos receber o mesmo número de crianças que atendíamos anteriormente, mas temos esperança de que logo tudo volte ao normal. Minha avaliação do novo método de ensino é muito boa. Realmente é muito interessante porque nos oferece uma oportunidade concreta de reinventar o ensino e a prática do judô. Agradeço imensamente à FPJudô pelo suporte oferecido neste período e principalmente pela elaboração do manual de procedimentos para reabertura de escolas e dojôs, sem o qual não saberíamos por onde começar.”

Alunos e sensei em foto histórica do pós-quarentena

“Sou grato pelo suporte oferecido pela entidade aos professores que vivem do judô e principalmente por poder retornar às atividades, pois assim evitamos o fechamento definitivo da nossa escola. Já estávamos bem próximos de ter de fechar as portas definitivamente. Graças a este manual de procedimentos pudemos reabrir e, aos poucos, os pais estão tendo confiança em mandar seus filhos de volta para as aulas de judô e, felizmente, progressivamente estamos retomando nossa rotina de trabalho.”

Sobre o fato de ter sido, talvez, a primeira escola de judô reaberta no Estado de São Paulo, o professor Giberti lamenta o quadro perverso que do nada se apossou da vida das pessoas.

“Eu soube que Associação Irmãos Araújo de Judô, de Presidente Venceslau, havia retomado as aulas, mas parece que a prefeitura restabeleceu a quarentena e tiveram de fechar de novo. Não vivemos uma competição para ver quem sai na frente. Temos de ser responsáveis e lembrar que lidamos com crianças e jovens, mas entendo que as pessoas têm de retomar suas vidas antes que seja tarde demais.”

A faixa preta Brenda Maria Oliveira Gomes da Costa

Hoje sensei Giberti dá aula de judô em três municípios da região: Assis, Tarumã e Paraguaçu Paulista. Além disso, faz um importante trabalho de iniciação ao judô na região com crianças em escolas particulares e creches. Em Tarumã trabalhou na rede municipal de educação ministrando aulas para crianças do jardim até o 5º ano. Hoje também trabalha no departamento de esportes de Tarumã e no início de 2020 recebeu convite para dar aula em Paraguaçu Paulista.

“Trabalho hoje na Associação de Pais e Voluntários do Judô de Paraguaçu Paulista (APVJ), onde tenho a grata satisfação e a honra de atuar ao lado do grande professor kodansha roku-dan Isaburo Suto. Espero que em mais algumas semanas tudo volte ao normal nos demais municípios de São Paulo, e com isso o nosso Estado impulsione a tão sonhada retomada do judô em todo o Brasil”, disse Gilbert à Budô.

Guardando a distância devida, judocas fazem taissô

Perfilados e mantendo a distância exigida, judocas se preparam para mais atividades

Guardando a distância devida, judocas fazem taissô

Concentrados, alunos da Escola de Judô Giberti se preparam para a saudação final