COI diz que vai revelar plano para realizar Olimpíada de Tóquio

O presidente do COI disse que é impossível pensar em planos de contingência ou em um Plano B © EFE

Thomas Bach diz que não há irresponsabilidade e que Jogos vão ocorrer de qualquer jeito

Jogos de Tóquio 2020
29 de janeiro de 2021
Por MÁQUINA DO ESPORTE
Curitiba (PR)

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, foi a público tentar, mais uma vez, reduzir as especulações em torno da não-realização dos ​​Jogos Olímpicos de Tóquio, remarcados para julho e agosto de 2021.

Em declaração, o homem mais poderoso do esporte insistiu que “não se trata de dizer ‘se’ os Jogos vão acontecer, mas de ‘como’ eles acontecerão”. Procurando não se deslocar da realidade de aumento de casos de coronavírus em todo o mundo, Bach disse que a atitude do COI não pode ser encarada como irresponsável.

“De um ponto de vista humano, posso entender todos que se preocupam com os Jogos Olímpicos quando se está vivendo em um lockdown e não sabe se você pode ir a um restaurante ou ver seus amigos e familiares. Essas são circunstâncias em que é extremamente difícil imaginar os Jogos Olímpicos. Mas a responsabilidade do governo japonês e do COI é olhar para além desta situação”, disse Bach.

Em 2020, por questões contratuais, o dirigente esperou a data de cem dias do início dos Jogos Olímpicos para anunciar finalmente seu adiamento por um ano. Atualmente, estamos a 175 dias da abertura das Olimpíadas.

“A organização de Jogos já é um desafio complexo, mas essa complexidade se multiplica quando se trata de organizar pela primeira vez um Jogos adiados e em condições de uma pandemia. É por isso que estamos tão comprometidos. Isso não é apenas algo que estamos tirando do nada ou algum pensamento positivo”, reforçou o dirigente.

Atualmente, diversos atletas têm começado a se manifestar contrários à falta de informações sobre a realização ou não do evento. Há diversas competições sendo adiadas e algumas modalidades sem definição de atletas qualificados para os Jogos. Além disso, há uma crescente insatisfação do povo japonês quanto à realização dos Jogos no país.

Por conta disso, o COI pretende acelerar a publicação do primeiro “Manual” dos Jogos, documento – que informa as partes interessadas exatamente o que se espera deles em Tóquio. A previsão é de que, na primeira semana de fevereiro o documento seja divulgando, reduzindo a crítica da comunidade olímpica.

Bach diz que esse é o único próximo passo que será dado pelo COI. Segundo o dirigente, é impossível pensar em planos de contingência ou em um “Plano B” para realizar o evento em outro país.

“Ninguém neste momento pode prever a situação de saúde em 206 Comitês Olímpicos Nacionais na época das Olimpíadas em julho. Isso leva à especulação e essa especulação está prejudicando os atletas, que já superaram os desafios do seu dia a dia de treinamento e competição com todas as restrições que estão enfrentando”, afirmou o dirigente, que reiterou:

“Nossa tarefa é organizar os Jogos Olímpicos, não cancelar os Jogos Olímpicos. Se pensássemos que foi irresponsável e se pensássemos que os Jogos não seriam seguros, não iríamos nessa”.

O dirigente também reforçou que não haverá obrigatoriedade de vacinação dos atletas para participar dos Jogos, ideia que chegou a ser ventilada após a declaração do medalhista britânico Mo Farah de que havia sido informado de que somente com vacina ele poderia competir.

“Todos adorariam ter estádios com capacidade total e multidões estrondosas. Mas, se isso não for possível, respeitaremos nosso princípio de que a organização segura dos Jogos é a primeira prioridade.”