Brasil conquista 17 medalhas no Campeonato Pan-Americano Sênior de Wrestling

Seleção brasileira obtém uma medalha de ouro, três de prata e 13 de bronze na Guatemala

Campeonato Pan-Americano Sênior de Wrestling
Por PAULO PINTO / Fonte CBW
1º de junho de 2021 / Curitiba (PR)

O wrestling brasileiro conquistou 17 medalhas no Campeonato Pan-Americano Sênior de Wrestling 2021, realizado na cidade da Guatemala de 27 a 31 de maio.

No primeiro dia de disputa a seleção brasileira conquistou quatro medalhas de bronze com Marat Garipov (60kg), Calebe Corrêa (67kg), Igor Queiroz (97kg) e Isaque Conserva (130 kg).

Garipov estreou com superioridade técnica (8 a 0) sobre o equatoriano Javier Peralta nas quartas de final. Na semifinal, o cazaque naturalizado brasileiro perdeu de 10 a 1 para Ildar Hafizov, atleta olímpico de 2008 pelo Uzbequistão que se naturalizou norte-americano e vai defender os Estados Unidos nos Jogos de Tóquio Na disputa do bronze, Garipov, quando já havia pontuado com dois roulés, arrancou e projetou Joshua Medina, de Porto Rico, para fazer 9 a 0 e ficar com a medalha. Este é o segundo bronze de Garipov em pan-americanos; a primeira veio em 2018.

Joilson Júnior conquista a medalha de prata no Pan-americano Júnior 2021 © Tony Rotundo/UWW

O aniversariante do dia Calebe Corrêa estreou com vitória sobre o chileno Cristobal Torres por superioridade técnica 9 a 1 nas quartas de final. Na semifinal, o lutador brasileiro não suportou o volume do norte-americano Xavier Johnson e foi batido por superioridade técnica (1 a 11). A disputa do terceiro lugar foi uma luta amarrada com o peruano Nilton Garcia, que sofreu um corte na cabeça e motivou uma interrupção. Calebe saiu em desvantagem, mas se aproveitou do par terre para aplicar dois roulés, garantir a vitória e a segunda medalha de bronze para o Brasil com placar final em 6 a 1. A medalha pan-americana é a primeira de Calebe na categoria sênior.

Igor Queiroz estreou no Grupo B da categoria com duas vitórias. Primeiro foi um 9 a 0 sobre o venezuelano Gilberto Ayala e depois 5 a 1 sobre o mexicano Ricardo Galindo. Na semifinal, Igor não conseguiu furar a defesa do norte-americano Braxton Amos e foi superado por 3 a 0. Na disputa do terceiro lugar, um reencontro de Igor com o mexicano com Galindo e nova vitória, desta vez por 7 a 3, para ficar com a medalha de bronze.

Isaque foi o único brasileiro do dia a estrear com derrota. O lutador foi superado no Grupo B da categoria pelo dominicano Léo Heredia por 7 a 2. Na segunda luta, Isaque venceu o colombiano Steven Catano por encostamento e avançou para semifinal. O grequista não suportou o volume do norte-americano Donald Logendyke e foi batido por 6 a 1. Na disputa do bronze, o paraibano não deu chances para o mexicano Luis Barrios e venceu novamente por encostamento para garantir a quarta medalha do Brasil no dia.

Joilson Júnior conquista prata; Ronisson, Brenda e Karoline faturam o bronze

No segundo dia de competição Joilson Júnior (77kg) conquistou a medalha de prata e Ronisson Brandão (87kg) assegurou o bronze no estilo greco-romano. No wrestling feminino, em categorias não olímpicas, Karoline Santana (59kg) e Brenda Aguiar (72kg) ficaram com as medalhas de bronze. O estilo greco-romano do Brasil fechou o torneio no segundo lugar geral, atrás apenas dos Estados Unidos, entre os 16 países que disputaram o torneio.

Marcos Siqueira conquistou a medalha de prata na categoria 65kg © Tony Rotundo/UWW

O grequista brasileiro disputou pela primeira vez a competição nesta divisão de peso. Na primeira luta, aproveitou a posição de par terre, emendou quatro roulés e venceu por superioridade técnica (9 a 0).  Na semifinal, Joilson enfrentou o cubano naturalizado guatemalteco Reiner Terry, ex-aluno do técnico da seleção brasileira Angel Torres. O brasileiro teve de vencer o adversário e a arbitragem caseira, que puniu Joilson com passividade. O niteroiense se defendeu bem e na sequência projetou o oponente e marcou quatro pontos, antes de derrubar Terry novamente e passar para as costas do rival e vencer por superioridade técnica: 10 a 1.

Na disputa do ouro, Joilson mais uma vez foi escolhido pela arbitragem para tomar a punição por passividade, mesmo caminhando sempre para frente e buscando a luta. O norte-americano Payton Walsh aproveitou e projetou Joílson para marcar 5 a 0. O brasileiro diminuiu a diferença e quase no fim da luta o árbitro enfim deu a passividade para o norte-americano. Joilson conseguiu um roulé e empatou o placar em 5 a 5, mas o critério desempate de golpe de maior valor deu o título a Walsh.

Na estreia dentro do Grupo B, Ronisson Brandão (87kg) travou uma verdadeira batalha contra o mexicano Daniel Gomez, com pontuações apenas de punições e finalizada com vitória do brasileiro em 3 a 2. Na segunda luta, Ronisson aproveitou o par terre para emendar quatro roulés e vencer por superioridade técnica (9 a 0) o panamenho Erica Mojica e avançar em primeiro do grupo. Na semifinal, um revés diante do norte-americano John Walter Junior por 5 a 0. Ronisson seguiu para disputa da medalha de bronze, novamente contra Daniel Gomez. Como o hondurenho Ariel Rodriguez foi desqualificado, quem vencesse ficaria com a prata. Mais uma luta apertada e decidida nas passividades. Ronisson fez 1 a 0, mas o mexicano empatou e venceu no critério do último ponto marcado. Ronisson ficou com o bronze.

Brenda Aguiar (72kg), estilo livre feminino, foi batida na estreia por superioridade técnica (10 a 0) pela atleta olímpica nos Jogos do Rio Yanet Sorvero Niño, do Peru, por encostamento. Na segunda luta, Brenda poderia até ficar com a medalha de prata, mas não conseguiu superar a norte-americana Alexandra Gaunde e fechou com o bronze.

Por sua atuação na Guatemala, Giulia conquistou a Chuteira de Ouro como a lutadora de destaque do torneio

Karoline Santana (59kg), estilo livre feminino, estreou com intensa disputa por pegadas contra a norte-americana Maya Nelson. A brasileira se defendia bem, mas quando Maya conseguiu alcançar as pernas e emendar a cruzeta, Karoline nada pôde fazer. No fim 12 a 2 para Nelson. Na luta pela medalha de prata, Karoline foi bastante agressiva, mas não conseguiu passar pela canadense Linda Morais (10 a 0) e encerrou com o bronze.

Giullia é bicampeã, Laís leva prata e Kamila, Sabrina, Grabriela e Aline ficam com o bronze

No sábado (29), terceiro dia de competição, a carioca Giullia Penalber sagrou-se bicampeã pan-americana no 57kg e Laís Nunes conquistou a medalha de prata na divisão 62kg, enquanto Kamila Barbosa (50kg), Sabrina Gama (53kg), Grabriela Pedro (68kg) e Aline Silva (76kg) garantiram o bronze. Com as medalhas de bronze de Karoline e Brenda Aguiar, o Brasil fechou o torneio com oito medalhas no estilo e garantiu o segundo lugar geral por equipes, superando o Canadá e ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que levou sua força máxima ao torneio.

No primeiro combate, Kamila fez uma luta dura contra a mexicana Daniela Cepeda e venceu por 8 a 2 em confronto válido pelas quartas de final. Na semifinal, enfrentou a equatoriana Jacqueline Moccollana, classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Kamila não se intimidou, buscou o ataque, mas sofreu um contragolpe que resultou em touché e seguiu para disputa do bronze. Na luta pelo terceiro lugar, a goiana radicada em São José dos Campos dominou o combate e fez 3 a 0 sobre a colombiana Usmy Arrego.

A amazonense Sabrina estreou contra a mexicana Laura Torres no Grupo B da divisão. Sabrina começou bem e venceu o primeiro período ao retirar Laura da área permitida. No segundo round, a oponente voltou com tudo e virou o placar para 10 a 1. Para avançar à fase seguinte, Sabrina precisava vencer a salvadorenha Karla Gonzalez e conseguiu: fez 11 a 0. Mas foi superada pela equatoriana Luiza Melendres por touché e seguiu para disputa do bronze, novamente contra a mexicana Laura Torres. Menos nervosa e mais concentrada, Sabrina aproveitou a estatura para alcançar a perna da oponente e empatar a luta no último segundo. Com o resultado de 2 a 2, Sabrina venceu no critério do último golpe e garantiu a medalha de bronze.

Xavier Johnson (EUA) lança Nilton Soto Garcia (PER) nas quartas de final © Tony Rotundo/UWW

Na estreia do Grupo A da categoria, Giullia Penalber (57kg) venceu a salvadorenha Carolina Melendez por superioridade técnica (10 a 0), após passar para as costas e encaixar uma sequência de cruzetas. No segundo combate, a carioca conseguiu o touché sobre Javiera Pardo com pouco mais de 20 segundos de combate. Contra a canadense Alexandria Town, a brasileira saiu de uma posição de desvantagem no solo para conseguir o encostamento e passar para semifinal em primeiro lugar do grupo.

Na semifinal, Giullia dominou a luta contra a mexicana classificada para os Jogos Olímpicos Alma Escoto, venceu por 8 a 2 e garantiu vaga na final. A adversária foi novamente a canadense Alexandria Town. A lutadora brasileira conseguiu aplicar uma queda de quatro pontos, mas sofreu um contra-ataque que a deixou com as costas no solo. No segundo round, a brasileira conseguiu nova queda e dessa vez dominou a adversária no tapete para conseguir o touché e o bicampeonato da categoria. A brasileira somou cinco lutas e cinco vitórias.

Na estreia dentro do Grupo B da categoria, a brasileira Laís Nunes (62kg) partiu para cima da colombiana Jéssica Torres desde o primeiro segundo e já vencia por 8 a 0 quando conseguiu o touché ainda no primeiro round. Na segunda rodada do grupo, a brasileira sofreu um revés diante da norte-americana Kayla Miracle (11 a 1) e avançou para semifinal como segunda do grupo. Laís enfrentou a mexicana Alejandra Bonilla, dominou o combate do início ao fim e venceu por 5 a 0. Na final, a goiana radicada em São José dos Campos reencontrou Kayla Miracle e não conseguiu ultrapassar a defesa da oponente: 6 a 0 para norte-americana e prata para Laís.

Grabriela Rocha (68kg), estreante em categoria olímpicas, enfrentou nas quartas de final a chilena Isadora Martinez. A brasileira vencia por 5 a 0 quando conseguiu o touché. Na semifinal, Grabriela encarou a campeã mundial e classificada para Tóquio, Tamira Mensah. A americana conseguiu o touché e Grabriela seguiu para disputa da medalha de bronze. A paraense radicada em São Paulo enfrentou a canadense Alexia Sherland, lutou como uma veterana, dominou o combate e venceu por 10 a 1.

A categoria foi disputada no sistema todas contra todas. Aline Silva (76kg) estreou contra a salvadorenha Josselyn Mejía e evitou todos os ataques da oponente para vencer por 2 a 1. Na segunda rodada, um revés diante da equatoriana Genesis Valdez. A oponente conseguiu passar para as costas, depois encaixar cruzetas sobre a brasileira e vencer por superioridade técnica. Na terceira luta, Aline foi declarada vitoriosa sobre a colombiana Luísa Parra, machucada após a primeira luta. Na última disputa da chave, um combate sempre aguardado contra a norte-americana Adeline Gray, que venceu por 8 a 0.

Lutadoras de vários países na Guatemala © Arquivo

Marcos Siqueira é prata e Thales Reis bronze

No domingo (30), quarto e último dia de competição, os atletas do estilo livre masculino conquistaram duas medalhas. Marcos Siqueira foi o destaque do estilo livre masculino com a medalha de prata até 65kg e Thales Reis ficou com a medalha de bronze. A nova geração do estilo livre quebrou um tabu de 13 anos, pois o Brasil não subia ao pódio em mais de uma categoria desde o torneio de Colorado Springs, em 2008, quando os irmãos Adrian e Antoine Jaoude ficaram em segundo e terceiro lugares, nas categorias 84kg e 120kg.

Na estreia, o cearense Marcos Siqueira (65kg) fez 7 a 3 no dominicano David Rodriguez e garantiu vaga na semifinal para enfrentar o guatemalteco Jonatthan Castellanos. Marcos não deu chance ao adversário, dominou a luta do início ao fim e venceu por superioridade técnica (12 a 1). Na final, o brasileiro enfrentou o norte-americano Joseph Mckeena; não conseguiu defender o roulé e foi batido por 10 a 0 e conquistou sua primeira medalha de prata em pan-americanos.

Thales Reis (86kg) enfrentou na estreia o lutador da casa Sergio Lopez nas quartas de final. O brasileiro dominou a luta do início ao fim e fechou em superioridade técnica (12 a 2). Na sequência, enfrentou o canadense Clayton Pie, foi batido por 10 a 0 e seguiu para a disputa de terceiro lugar contra o argentino Emanuel Chamorro. Thales atacou desde o início e não demorou a conseguir o touche e a segunda medalha do dia para o Brasil.