17 de novembro de 2024
COI reacende dúvidas sobre a participação do boxe em Paris 2024
Após declarações recentes de aprovação do esporte por parte do COI, uma nova carta divulgada reforça preocupações antigas quanto à entidade máxima do boxe
Por Sean McGoldrick / Independent.ie
15 de abril de 2022 / Curitiba (PR)
Há menos de dez dias a Associação Internacional de Boxe (IBA) obteve a aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre um novo processo de qualificação para o boxe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Contudo, o COI demonstra preocupação contínua sobre o processo, questionando de maneira pública, novamente, se a IBA realmente deveria ter permissão de retornar ao programa olímpico.
Pâquerette Girard Zappelli, diretora de ética e conformidade do COI, e Kit McDonnell, o diretor de esportes, escreveram a Umar Kremlev, diretor da IBA, uma lista de questionamentos sobre vários “elementos técnicos” do Sistema de Qualificação de Boxe (BQS) para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Segundo a carta escrita pelos dirigentes do alto escalão do COI, a aprovação do BQS faz parte da responsabilidade padrão de todas as federações internacionais. Contudo, o COI deseja averiguar como a IBA pretende entregar essa qualidade exigida para garantir equidade e transparência nas áreas de arbitragem e julgamento. O COI expressa preocupação com o fato de que a maioria das vagas das cotas olímpicas serão distribuídas por meio de um sistema de classificação que ainda não foi detalhado.
“Essa dependência de um sistema de classificação que ainda não foi implementado pode gerar desafios adicionais para você entregar o prometido BQS, principalmente em caso de dificuldades técnicas ou problemas financeiros”, escreveram Zappelli e McDonnell na carta. De acordo com a IBA, existe um planejamento para realizar torneios da Copa Global em 2024 em que os boxeadores poderiam angariar pontos no ranking. Eles ainda precisam listar onde esses torneios serão realizados, quantos haverá ou como os boxeadores podem ganhar pontos no ranking.
A IBA diz que publicará detalhes dos torneios e do sistema de pontos no final deste ano. O COI também deu à IBA o prazo de até 2 de maio para fornecer uma cópia de sua documentação atualizada detalhando novos processos com relação a árbitros e juízes. “Esses documentos serão a base para a avaliação de suas operações no próximo Campeonato Mundial Feminino, bem como para a análise do COI do progresso da IBA nessa frente”, é o que diz a carta.
Embora a carta não faça referência ao controverso acordo de patrocínio do IBA com a estatal russa de gás Gazprom, ela procura ser informada “das ações que o IBA planejou para alcançar a diversidade e independência financeira.” Embora a carta seja redigida em linguagem diplomática, a mensagem inconfundível para o IBA é que o COI permanece atento à entidade e, a menos que cumpra essas listas de requisitos, as chances são de que não voltem ao movimento olímpico tão cedo.