Trabalho dos professores de São Paulo assegura a vitória do Campeonato Brasileiro sub 13

Seleção paulista em Curitiba © Arquivo

A seleção paulista sub 15 foi vice-campeã, conquistando 12 medalhas nas disputas realizadas em Curitiba

Paulo Pinto / FPJCOM
25 de outubro de 2022 / São Paulo (SP)

Com o apoio do governo do Estado do Paraná, da Prefeitura de Curitiba e da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou sábado e domingo (15 e 16) os campeonatos brasileiros sub 15 e sub 13, respectivamente. Cerca de 600 atletas de 26 Estados disputaram medalhas no Ginásio de Esportes Professor Almir Nélson de Almeida, conhecido como Ginásio do Tarumã, em Curitiba (PR).

Felipe Freire Pereira (38kg), campeão brasileiro sub 13 é aluno do sensei Anderson Fonseca, o Bidi, da Academia Gota de Leite de Santos © Lee Clower

Neste ano a Federação Paulista de Judô (FPJudô) está arcando com todas as despesas de viagem e fornecendo equipamento também para as classes sub 11 e sub 13, coisa que antes só ocorria a partir da classe sub 15. “Na gestão do professor Chico havia critérios e normas distintas para as classes infanto-juvenil e pré-juvenil. Nossa intenção é equiparar as classes que disputam medalhas em competições oficiais nacionais e para tanto estamos revendo nosso planejamento e desenvolvendo esforços para atender nossos filiados da melhor forma possível”, explicou Alessandro Puglia, presidente da entidade que também enalteceu o trabalho realizado por todos os professores do Estado de São Paulo.

“É muito importante ter em conta que para formar a seleção paulista passamos por disputas regionais e inter-regionais que classificaram os melhores judocas da temporada para a grande final do campeonato paulista que elegeu os campeões que representaram nosso Estado na competição nacional. Com esta explanação busco reverenciar e parabenizar todos atletas e professores que atuaram em cada uma das etapas citadas acima, já que foi devido à participação de todos que conseguimos formar as equipes que foram a Curitiba e sagraram-se: campeã brasileira sub 13 e vice-campeã brasileira sub 15”, expôs o dirigente.

Helder Marcos Faggion, presidente da FPrJ faz entrega da premiação no pódio da classificação geral por Estado do sub 13 © Arquivo

A coordenação técnica da FPJudô, por sua vez, decidiu levar a Curitiba uma equipe técnica muito maior do que as habituais em campeonatos brasileiros. “Por tratar-se de duas classes de entrada da base, com crianças e jovens realmente muito novos, achamos que deveríamos desenvolver esforços para oferecer melhor acolhimento aos nossos atletas em Curitiba”, explicou Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô.

Técnicos da seleção paulista acompanham treino dos atletas no hotel © Arquivo

Apoiaram e orientaram os judocas em Curitiba: Fábio Nora, professor da Prefeitura de Amparo e do Clube Floresta, como chefe de delegação, e os técnicos Paulino Tohoru Namie, da Associação Namie de Judô; Ademir de Almeida Garcia, do Esporte Clube Corinthians Paulista; Adriano Hideki Yamamoto, da Ômega Academia; Flávio Nunes da Silva, da Associação Kamakura de Judô; Angélica Maria da Silva, do São João Tênis Clube/Apaja; Jefferson Luiz Santos, do Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional; Jeferson Takeshi Redondo, da Associação Namie de Judô; e Ricardo de Lara Julianetti, do Clube Paineiras do Morumby.

Campeão no sub 13, vice no sub 15

Com 15 medalhas (cinco ouros, sete pratas e três bronzes) São Paulo venceu o brasileiro sub 13 impondo um ritmo bastante forte à competição. As medalhas de ouro paulistas foram conquistadas por Sarah Resende (-38kg), Felipe Freire Pereira (38kg), Maria Silvestre (60kg), Anna Dias (+60kg) e Gael Cipriano (+60kg). As de prata vieram com Hugo Ono (28kg), Bernardo Piccolo (31kg), Christiann Canuto Gady (34kg), Isaac Cruz (42kg), Maria Lira (47kg), Victor Silva (52kg) e Manuela Oliveira (60kg). Isabella Mitsuda (42kg), Isabelle Mafra (52kg) e Octavio Morais (+60kg) trouxeram os bronzes.

Judocas paulistas fazem treino no hotel © Arquivo

Já a seleção paulista sub 15 foi vice-campeã brasileira conquistando 12 medalhas, sendo três de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. As medalhas de ouro foram conquistadas por Juliana Yamazaki (40kg), Lucas Yamamoto (50kg) e Ramon Hsieh (73kg). Conquistaram as de prata Maria Resende (48kg), Kawany Pires (52kg), César Tristante (73kg) e Pedro Santos da Silva (81kg), enquanto as de bronze vieram com Jonathan Souza (45kg), Lavínia Igaki (44kg), Fernando Mitsuda (60kg), Jasmine Costa Lima (70kg) e Kauã Okuda (+81kg).

Apoio e equilíbrio: os destaques

Fábio Nora (CREF 053579-G/SP), go-dan (5º dan), professor de Judô da Prefeitura de Amparo e do Clube Floresta, destacou a organização da FPJudô, que proporcionou aos atletas toda a estrutura necessária – uniforme, judogi, transporte, hospedagem e alimentação – para que eles só se preocupassem com as lutas. “Tive o privilégio de chefiar a delegação, mas tenho de dividir o sucesso com a equipe técnica, que demonstrou competência não só durante o evento, mas em toda a trajetória, desde a saída de São Paulo até a chegada em Curitiba e o retorno à capital paulista.”

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Falando um pouco sobre os objetivos, que foram alcançados pela FPJudô, Nora descreveu a reponsabilidade de deixar os alunos concentrados, separados dos pais, assumindo todos os cuidados e proporcionando a eles sociabilização e senso de compromisso com a equipe. “Acredito que esse conjunto de fatores favoreceu a obtenção de excelentes resultados dentro dos tatamis, apesar de não termos conquistado o campeonato sub 15. Faltaram apenas alguns detalhes pontuais em diversas finais, nas quais sofremos algumas derrotas.”

Atletas e membros da comissão técnica paulista © Arquivo

Nora destacou, porém, que no sub 13 São Paulo demonstrou grande superioridade, disputando 11 finais entre as 18 possíveis no masculino e no feminino. “Não dá para ignorar que houve grande crescimento técnico nos outros Estados. Isso é bom para o judô, mas também é um sinal de alerta aos nossos técnicos para que não se acomodem e proporcionem cada vez mais conhecimento e atualização, indispensáveis à formação dos nossos atletas.”

Judocas paulistas nos tatamis do Tarumã © Arquivo

Paulino Tohoru Namie (CREF 1740-G/SP), professor kodansha shichi-dan (7º dan) e responsável técnico da Associação Namie de Judô, de Mogi das Cruzes, foi a Curitiba como técnico do sub 13. “Há mais de 30 anos acompanho o trabalho desenvolvido na base em nosso Estado e este campeonato mostrou mais uma vez que São Paulo ainda é uma grande potência. Estou muito contente com o trabalho desenvolvido pelos nossos professores, mas temos sempre de melhorar.”

Professor Jefferson Takeshi, com os atletas da Associação Namie de Judô Fernando Mitsuda, Jonathan Grismoni, Samuel Felipe da Costa, Manuela Souza, Isabelle Mitsuda, Lavínia Igaki e sensei Paulino Namie © Arquivo

Sensei Namie entende que a melhor forma de evoluir é desenvolver tecnicamente os professores de São Paulo, porque todo o País está progredindo. “Vimos lutas muito parelhas e notamos que alguns Estados mostraram trabalho físico muito forte, superior até ao que é feito aqui. Infelizmente perdemos muitas finais nos detalhes, mas a competição foi muito boa para a criançada, como experiência e vivência, pois estou certo de que a maioria deles vai seguir em frente. Quem treina e se dedica mais sempre vai muito mais longe.”

Ricardo Julianetti com atletas do Clube Paineiras do Morumby © Arquivo

Técnico do Esporte Clube Corinthians Paulista, faixa preta san-dan (3º dan) e graduado em educação física, Ademir de Almeida Garcia foi a Curitiba como técnico do sub 13. Para ele, a equipe chegou a Curitiba muito forte e coesa depois de enfrentar um campeonato paulista muito disputado. Ele elogiou também o suporte proporcionado pela FPJudô, que permitiu aos atletas concentrarem-se na competição. “Poderíamos ter ido ainda melhor, mas praticamente todos medalharam. Esse é o resultado de um trabalho para o futuro. Esperamos ter um sub 13 cada vez mais forte e competitivo, porque isso é bom para o judô de São Paulo.”

Pódio da classificação geral do feminino sub 13 © Arquivo

Angélica Maria da Silva (CREF 115268-G/SP), técnica da equipe de competição da São João Tênis Clube/Apaja, trabalhou com a equipe paulista sub 15 no campeonato brasileiro e considerou a experiência muito boa para os atletas. “O diferencial neste ano foi a junção da equipe e todo o apoio que a federação proporcionou. O campeonato foi muito bem organizado, num espaço excelente. Curitiba e a federação paranaense também estão de parabéns por terem sediado uma excelente competição em todos os quesitos.”

Adriano Hideki Yamamoto, faixa-preta sho-dan e técnico da Ômega Academia de Campinas, trabalhou nos dois dias no campeonato brasileiro em Curitiba, nas competições das classes sub 13 e sub 15. Para ele, a competição foi um evento de altíssimo nível e apresentou muita competitividade dos jovens atletas. “Gostaria de agradecer à FPJudô pela oportunidade de acompanhar a delegação de São Paulo e por oferecer uma estrutura completa para que técnicos e judocas conseguissem realizar um bom trabalho.”

Professores Fábio Nora, Jeferson Takeshi Redondo e Angélica Maria da Silva com judocas do São João Tênis Clube/Apaja de Atibaia

Sensei da Associação Namie de Mogi das Cruzes, o professor de educação física e faixa-preta san-dan (3º dan) Jeferson Takeshi Redondo foi a Curitiba como técnico da equipe sub 15 e apontou algumas falhas da organização relativas ao sistema de pesagem. “Uma sugestão que eu tenho, não sei se é possível, é de fazer a pesagem no local da competição, porque os atletas são adolescentes e precisam ser acompanhados em todos os deslocamentos. Da forma atual fica tudo muito corrido e a logística foi muito complicada.”

Técnicos Fábio Nora, Angélica Maria da Silva, Jeferson Takeshi Redondo, Paulino Namie, Ademir de Almeida Garcia, Adriano Hideki Yamamoto e Flávio Nunes da Silva, exibem os troféus de campeão geral brasileiro sub 13 e de vice-campeão geral do brasileiro sub 15 © Arquivo

Jefferson Luiz dos Santos, do Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional, destacou o equilíbrio que existe hoje no judô nacional. “Aquela superioridade de São Paulo nas competições não existe mais e outros Estados demonstram grande qualidade. É o que ocorre, aliás, com o próprio Japão. De vez em quando os tropeços nos fazem ficar em segundo ou terceiro lugar, como aconteceu no sub 15, mas São Paulo continua sempre brigando e conquistando muitas medalhas.”

Professor Adriano Hideki Yamamoto da Ômega Academia com seu aluno Lucas Yamamoto campeão sub 15 (50kg) © Arquivo

O crescimento da qualidade dos atletas de outros Estados também foi observado por Ricardo de Lara Julianetti, do Clube Paineiras do Morumby, que mencionou Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Ele acredita que o fator psicológico atrapalhou o desempenho de alguns judocas. “Para alguns, este foi o primeiro brasileiro, e eles ficaram bem nervosos, não conseguiram render o que poderiam.” Julianetti  destacou o desempenho do seu aluno Gael Cipriano, campeão sub 13 no +60kg, e de Juliana Yamazaki (40kg), do Palmeiras, ouro no sub 15. “No geral, foi uma boa competição”, concluiu. “Acho que depois dos anos de pandemia, foi o primeiro brasileiro sub 13 e sub 15. Para alguns atletas foi a primeira competição fora do Estado.”

O pódio do 38kg do sub 13 masculino © Arquivo

O apoio da FPJudô e o equilíbrio entre as equipes estaduais foram enfatizados por Flávio Nunes da Silva, faixa-preta 2º dan (ni-dan), da Associação Kamakura de Judô, de São Jose dos Campos. “A ajuda da federação foi essencial para que a equipe ficasse mais coesa, unida e conseguisse um bom resultado, principalmente no sub 13. O nível técnico do campeonato foi muito alto, mas São Paulo mostrou mais uma vez que as suas crianças estavam muito bem preparadas.”

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