Suspeitas se confirmam: Jorge Steinhilber continua dando as cartas no sistema CONFEF/CREFs

Juntos, Cláudio Augusto Boschi e Jorge Steinhilber fazem uma gestão arcaica e cheia de vícios © Fotomontagem Global Sports

Mesmo após deixar a presidência que ocupou por décadas, ex-mandatário aparece na folha de pagamento da autarquia e participa das reuniões de diretoria sem ter sido eleito

Por Paulo Pinto / Global Sports
7 de novembro de 2022 / Curitiba (PR)

Por incontáveis vezes, durante o ano de 2020, denunciamos que a eleição de Cláudio Augusto Boschi nada mais era que a fórmula encontrada para assegurar a manutenção no poder de Jorge Steinhilber, o todo-poderoso presidente vitalício do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF).

Recentemente circulou cópia de uma planilha detalhando pagamentos feitos pelo Conselho Federal de Educação Física ao ex-presidente – o que está errado, mas é o menos grave.

O fato realmente importante é que, de forma absurdamente irregular e acintosa, Steinhilber participa das reuniões de diretoria, opinando e interferindo nas decisões, contrariando não apenas o estatuto do Conselho Federal, mas articulando politicamente em interesse próprio e do grupo que o apoia.

Na planilha a que tivemos acesso os pagamentos são feitos por meio de diversas justificativas: diárias, verbas de representação, auxílio representação e até auxílio embarque e desembarque. O pagamento mais recente (06/10) demonstra nitidamente a forma arbitraria e escancarada de Cláudio Augusto Boschi gerir sua administração.

Um dos lançamentos refere-se a um auxílio de representação pela participação de Steinhilber na reunião de diretoria realizada no dia 7 de outubro de 2022, no Rio de Janeiro. Primeiro, ele jamais poderia ter participado da reunião, por não ser membro eleito da atual diretoria. Segundo, ele mora no Rio de Janeiro e, portanto, não teve nenhuma despesa extra para participar da reunião. Por que o pagamento ao qual ele não tem direito? Até mesmo a planilha produzida pelo CONFEF confirma a participação ilegal e antiética do ex-presidente em encontro exclusivo da diretoria eleita.

É um jogo no qual ele finge que foi eleito e que faz parte da diretoria. Cláudio Boschi, por sua vez, aceita o faz de conta e concede a ele permissão para participar das decisões nas plenárias e o remunera como membro da diretoria.

Nos bastidores, comenta-se abertamente que Jorge Steinhilber visa a trazer presidentes de CREFs e membros da diretoria para seu lado, retomando a prática que o manteve à frente do conselho por décadas.

A militância política do dirigente é tão escancarada que seus apoiadores criaram um grupo no WhatsApp intitulado Fortes e Coesos, no qual se realizam reuniões virtuais para discutir pautas pré-plenárias, numa evidente articulação política.

Desrespeitando até mesmo a gestão Boschi, na mais recente publicação no grupo Fortes e Coesos foi revelado que doravante os 20 conselheiros federais têm a responsabilidade de dar o rumo e o norte do sistema e da profissão, como se o atual presidente estivesse totalmente inerte e perdido. “Devemos retomar o idealismo, a harmonia, ao invés do processo beligerante. Impedir a implosão do sistema e zelar pela profissão é o enorme desafio. Presidente Jorge isso deve ser pauta única da nossa reunião pré-plenária”, diz a mensagem que, além de dar tratamento de mandatário a Steinhilber, desabona a gestão de Cláudio Augusto Boschi.

http://www.intersports.com.br