03 de março de 2025

Sob o comando do shihan Wagner Bull, shichi-dan (7º dan) pelo Aikikai Hombu Dojô de Tóquio, realizou-se no dia 18 de janeiro, a cerimônia de promoção de grau de 66 aikidocas. O encontro reuniu, na sede central do Instituto Takemussu, em São Paulo (SP), cerca de 100 pessoas, entre professores, aikidocas de diversas escolas do País ligadas ao Takemussu Aikidô e familiares e amigos dos promovidos.
Shihan Wagner Bull abre a cerimônia falando sobre a importância da graduação e da manutenção das tradições do aikidô © Global Sports
Ao todo, 14 dojôs de dez cidades e nove Estados participaram da cerimônia, reunindo aikidocas provenientes das seguintes escolas: Instituto Takemussu – São Paulo (SP), Zensei Dojô – Fortaleza (CE), Wa Dojô – Juiz de Fora (MG), Aracaju Aikikai Dojô – Aracaju (SE), Yamato Dojô – Rio de Janeiro (RJ), Aikidô Shugyo Dojô – Santos (SP), Kitoji Dojô – Rio de Janeiro (RJ), ASAIK – Associação Sergipana de Aikidô – Aracaju (SE), Shusei Dojô Aikidô – Campo Grande (MS), Kokyu Dojô – Maceió (AL), Agatsu Dojô – São Paulo (SP), Yama Bushi Dojô – Três Pontas (MG), Daishizen Dojô – Brasília (DF) e Zanshin Dojô – Fortaleza (CE).
Com técnica refinada, o professor Edgar Bull compartilha ensinamentos valiosos © Global Sports
A programação do encontro contemplou um workshop com apresentações dos professores Wagner Bull, shichi-dan (7º dan); Alexandre Bull, roku-dan (6º dan); Ney Tamotsu Kubo, roku-dan (6º dan); Edgar Bull go-dan, (5º dan); Yoshio Torada, yon-dan (4º dan); Osmar Batista Cunha, go-dan (5º dan); e Roberto Matsuda, go-dan (5º dan).
Aikidocas fazem aiki taiso © Global Sports
As demonstrações transcenderam a mera exibição de habilidades técnicas, proporcionando verdadeira imersão na essência do aikidô. Mais do que simples execuções de técnicas e golpes, cada apresentação apontou um caminho de aprendizado, no qual os praticantes puderam observar e absorver os princípios fundamentais da arte.
Apresentação do sensei Edgar Bull © Global Sports
As performances destacaram a fluidez dos movimentos, a precisão das projeções e a harmonia na aplicação das técnicas, elementos que diferenciam o aikidô de outras artes marciais. Cada deslocamento do corpo, cada transição entre defesa e ataque, foi executada com suavidade e controle, evidenciando a importância do ki-no-nagare – o fluxo contínuo de energia que orienta a prática.
Apresentação do sensei Edgar Bull © Global Sports
Além da maestria técnica, os senseis enfatizaram aspectos pedagógicos do aikidô, demonstrando como cada técnica não apenas aprimora a eficiência do praticante, mas também reforça conceitos fundamentais como conexão, equilíbrio e adaptação ao movimento do oponente. O foco não está na força bruta, mas na capacidade de ler a energia do adversário e redirecioná-la, transformando um potencial conflito em fluidez e harmonia.
Início da apresentação do sensei Ney Tamotsu Kubo © Global Sports
Cada kata apresentado carregava um ensinamento mais profundo, transmitindo aos aikidocas o verdadeiro espírito da arte: a busca pela evolução constante, o respeito pela tradição e o compromisso com a prática plena do budô. Foi uma oportunidade única para que os praticantes, independentemente de seu nível técnico, pudessem absorver lições valiosas e refinar sua compreensão sobre os princípios filosóficos e técnicos que sustentam o aikidô.
Com excelente didática, sensei Ney Tamotsu Kubo mostrou conceitos fundamentais da prática do aikidô © Global Sports
No aikidô, a promoção de graus transcende a simples progressão técnica; trata-se de um rito de passagem, um marco na jornada do praticante rumo ao aprimoramento físico, mental e espiritual. Criado por O’Sensei Morihei Ueshiba (1883-1969), o aikidô é fundamentado na harmonia, no fluxo da energia (ki) e no desenvolvimento contínuo do ser humano, em que a graduação não se dá por competição, mas pelo amadurecimento individual dentro dos princípios da arte.
Apresentação do sensei Ney Tamotsu Kubo © Global Sports
Cada nova faixa ou grau simboliza um novo estágio na evolução do aikidoca, não apenas no domínio das técnicas, mas no entendimento mais profundo dos valores do budô, como respeito, disciplina, humildade e conexão com o universo. Os exames de promoção não avaliam só a capacidade de executar movimentos com precisão, mas a postura, a atitude e a capacidade de integrar corpo e mente na prática. A hierarquia dentro do aikidô reflete o ciclo da vida: cada nível alcançado traz mais responsabilidade e compromisso com o aprendizado e a transmissão do conhecimento, consolidando o aikidoca como praticante e guia para os que trilham esse caminho.
“Avançar na graduação significa refinar a compreensão sobre a fluidez, a energia e a não resistência.”
O ritual de promoção é um momento de profunda introspecção, no qual o aluno se coloca diante de seus mestres e de si mesmo, reconhecendo suas limitações e avanços. A ausência de competições no aikidô reforça esse aspecto: a verdadeira vitória não está sobre o oponente, mas sobre as barreiras internas que impedem o crescimento pessoal. Avançar nos graus significa refinar a compreensão sobre a fluidez, a energia e a não resistência, alinhando-se ao princípio maior do aikidô – o de transformar o conflito em harmonia e a força bruta em sabedoria.
Apresentação do sensei Ney Tamotsu Kubo © Global Sports
A cerimônia realizada no Instituto Takemussu foi a materialização desse percurso, no qual cada aikidoca, ao receber sua nova graduação, reafirmou seu compromisso com os princípios do aikidô. Mais do que um reconhecimento técnico, a promoção representa um novo estágio na jornada individual, um convite para aprofundar o aprendizado e assumir maior responsabilidade dentro da comunidade aikidoca. Cada faixa conquistada carrega consigo a marca do esforço, da dedicação e da constante busca pelo refinamento físico, mental e espiritual.
Sensei Yoshio Torada © Global Sports
Para compreender melhor o impacto da graduação no aikidô e a relação entre mestre e discípulo, elegemos oito aikidocas promovidos para compartilharem suas percepções sobre essa experiência. Em seus relatos, eles refletem sobre o significado dessa conquista, as transformações que a prática trouxe para suas vidas e a influência de seus senseis em sua jornada.
Apresentação do sensei Yoshio Torada © Global Sports
Para Nilce Mitsuko Kubo, do Shugyo Dojô de Santos (SP), o maior desafio em sua trajetória no aikidô não foi apenas técnico, mas interno. Com ascendência oriental e uma natureza introspectiva, ela precisou aprender a lidar com a insegurança ao longo dos treinos. Sem experiência prévia em artes marciais, cada etapa do aprendizado — desde as quedas até a aplicação das técnicas com diferentes parceiros — constituiu uma superação.
Sensei Roberto Matsuda © Global Sports
Os desafios foram se intensificando, especialmente ao encarar ataques livres de dois, três e até quatro oponentes simultaneamente. No entanto, essa vivência no tatami trouxe um impacto direto para sua vida cotidiana. Nilce passou a enxergar o aikidô como uma forma de lidar com os obstáculos diários, seja no trabalho ou na vida familiar. A prática a ensinou a buscar soluções para os problemas sem gerar atrito, permitindo que ela encontrasse caminhos mais harmoniosos para resolver conflitos. Como resultado, percebeu uma transformação em sua postura e na forma como se comunica e se comporta.
Shihan Wagner Bull orienta Rosana Cristina © Global Sports
Além do crescimento técnico e emocional, Nilce destacou um aspecto especial de sua jornada: a conexão com seu sensei, que é seu irmão mais novo. Para ela, trilhar o caminho do aikidô proporcionou um profundo bem-estar, trazendo uma sintonia com as energias que vibram no universo. Gradativamente, tem aprendido a lidar com seus “inimigos internos”, como a insegurança e a ansiedade, e percebe que, a cada dia, a prática do aikidô a impulsiona a se tornar uma versão melhor de si mesma.
Sensei Alexandre Bull © Global Sports
Para Kim Raone Martins e Silva, ni-dan (2º dan) do Yama Dojô de Manaus (AM), sua jornada no aikidô não foi impulsionada apenas pela graduação, mas sim pela persistência e pela busca constante por compreender o aiki. Ele refletiu sobre a célebre frase de seu sensei, Alexandre Bull: “Talvez eu seja um péssimo ni-dan, mas um ótimo sho-dan”. Essa percepção o levou a entender que o aikidô vai muito além de uma arte de defesa pessoal.
Sensei Alexandre Bull foi uma importante referência na transmissão de conhecimento do encontro © Global Sports
Com o tempo, Kim percebeu que a prática se revelou uma ferramenta de transformação, capaz de tornar as pessoas mais felizes, realizadas e unidas em verdadeira comunhão. Para alcançar essa dimensão, ele teve de reconhecer a necessidade de transcender o aspecto puramente material e buscar uma conexão espiritual mais profunda, enxergando-se como parte de um todo. Apesar de sentir que ainda está no início dessa jornada, ele percebe a importância desse entendimento, algo que aprendeu diretamente com shihan Bull, a quem admira por conseguir aplicar os ensinamentos de Morihei Ueshiba com uma fidelidade impressionante.
Apresentação do sensei Alexandre Bull © Global Sports
Sua conexão com sensei Wagner Bull se fortaleceu a partir de 2019, quando assumiu a responsabilidade de dojoshô (líder de dojô). Desde então, tem participado ativamente de eventos e seminários no Instituto Takemussu, onde pôde vivenciar os ensinamentos do sensei de forma mais profunda. Para Kim, a experiência mais marcante foi perceber como Wagner Bull aplica as técnicas sem sequer tocar no atacante (uke), algo que ele descreve como surpreendente. Mas não se trata de magia – e sim de percepção, da capacidade de captar a intenção do outro antes mesmo que ela se concretize.
Apresentação do sensei Alexandre Bull © Global Sports
Essa vivência transformou não apenas sua técnica no tatami, mas sua vida como um todo. Kim passou a enxergar suas próprias falhas de maneira mais clara, compreendendo como os ensinamentos do aikidô poderiam ser aplicados em casa, no trabalho, no trânsito e nas interações diárias. Embora sinta que ainda há um longo caminho pela frente, ele reconhece que apenas o fato de praticar da forma orientada por seu mestre já teve um impacto profundo, permitindo que muitos desafios fossem resolvidos de maneira mais harmoniosa – seja na relação familiar, nos problemas profissionais ou nas interações no dojô. A cada dia, ele percebe que o aikidô não se limita às técnicas, abrangendo a forma como se navega pela vida com equilíbrio e consciência.
Shihan Wagner Bull orienta Nilce Mitsuko Kubo © Global Sports
Para Alfredo de Paula, dojoshô do Wa Dojô – Instituto Takemussu – Casa d’Itália de Juiz de Fora (MG), a graduação no aikidô representa muito mais do que um avanço técnico. Ele encara a prática como um elemento transformador na forma de enxergar o mundo, alterando sua percepção sobre as relações, os desafios e o cotidiano.
Octogenária e recém-promovida a yon-dan (4º dan), a sensei Maria Cristina Ribeiro Godoy mais uma vez demonstrou excelente performance técnica © Global Sports
Na jornada humana, o amadurecimento acontece por meio das experiências, das interações e do trabalho. Mas, segundo Alfredo, quando o aikidô entra nessa equação, a perspectiva se amplia. A prática proporciona uma sensibilidade maior para aspectos sutis da vida, ensinando a enxergar as nuances e as diferenças que existem em tudo e em todos. Ele destaca que, assim como cada técnica no tatami nunca é executada exatamente da mesma maneira, nenhuma ação do dia a dia se repete de forma idêntica, ecoando a famosa canção de Lulu Santos: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”.
Sensei Osmar Batista Cunha © Global Sports
O aikidô molda uma mente mais aberta e flexível, permitindo compreender melhor o mundo e as dificuldades da convivência humana. No entanto, Alfredo reforça que, após dar o primeiro passo nessa jornada, cada praticante precisa escolher se seguirá ou não o caminho. Esse trajeto pode ser ajustado conforme as circunstâncias, mas ele acredita que a continuidade da prática tem muito a ver com o exemplo do sensei. Para ele, admirar e respeitar o mestre é essencial, pois a liderança dele inspira e orienta os objetivos dentro e fora do tatami.
Shihan Bull faz randori com vários ukes © Global Sports
Alfredo começou a praticar aikidô aos 47 anos, idade que muitos consideram avançada para iniciar uma arte marcial. No entanto, ele percebeu desde cedo que, no aikidô, não se depende da força muscular. Esse aspecto permite que a prática se estenda por toda a vida, mesmo quando o vigor físico diminui. Ao conhecer shihan Wagner Bull, Alfredo ficou profundamente impressionado com sua capacidade de executar as técnicas com energia, desenvoltura e precisão, sem demonstrar esforço aparente. Seu aikidô era ao mesmo tempo intenso e marcial, mas jamais agressivo.
Aikidocas fazendo ki undo © Global Sports
Desde então, Alfredo tem plena convicção sobre a liderança de Wagner Bull e se inspira em seu exemplo. Ele reconhece que jamais alcançará o nível do mestre, mas não encara isso como um obstáculo. Seu objetivo é seguir seu próprio caminho, sem pressa e sem pausa, respeitando seus limites e aprimorando suas qualidades. Como ele mesmo diz, as limitações existem para serem superadas, enquanto os pontos fortes devem ser constantemente aperfeiçoados.
Apresentação de embukai de Valcilende Cardoso © Global Sports
Para Camilo Terumitsu Seike Masuko, do Instituto Takemussu São Paulo (SP), a graduação no aikidô não pode ser vista como um ponto de chegada, mas como um instante dentro de um processo contínuo de evolução. Ele compara a progressão na arte a um filme em constante movimento, no qual cada graduação é apenas uma fotografia capturada no meio do trajeto. O que realmente importa não é a faixa, mas a transformação que o aikidô proporciona ao longo do tempo.
Valcilende Cardoso recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Camilo percebe que, nessa etapa de sua jornada, o aprendizado se intensificou. Quanto mais ele treina com a intenção de melhorar, mais a atenção e a percepção se refinam. E essa sensibilidade não se restringe aos tatamis: ele passou a notar detalhes que antes lhe escapavam no dia a dia. No trânsito, por exemplo, consegue identificar riscos antes que eles se tornem problemas, seja ao evitar um buraco ou ao perceber a aproximação de alguém com más intenções. Da mesma forma, tornou-se mais atento às conversas e aos sinais não óbvios das interações humanas, permitindo-lhe agir com mais precisão e adequação.
Apresentação de embukai de Roberta Santos © Global Sports
Para ele, essa mudança trouxe impactos profundos. Ao entender melhor as situações ao seu redor, erra menos, acerta mais e sente que sua vida flui de maneira mais natural. Quando algo não dá certo, ele consegue compreender o motivo sem se deixar consumir pela frustração. Além disso, percebe que o treinamento intensivo no aikidô trouxe bônus valiosos, como um foco mais apurado e uma autoestima fortalecida.
Roberta Santos recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Sua conexão com shihan Bull nasceu a partir de um sentimento essencial: confiança. Mas não a sua própria — e sim a confiança que o sensei depositou nele desde o início. Camilo lembra que foi incentivado a prestar o exame para a faixa roxa quando sequer cogitava essa possibilidade. Apenas treinava, sem imaginar que estava pronto. No entanto, seu mestre viu um potencial que ele mesmo ainda não enxergava. Aceitou o desafio, fez o exame e foi aprovado. O sensei estava certo.
Sensei Washington Ryoiti Watanabe faz apresentação de embukai com múltiplos oponentes © Global Sports
Outro episódio marcante ocorreu ainda nos primeiros anos de sua prática, quando recebeu a responsabilidade de ser tradutor para senseis japoneses que vieram ministrar um seminário. Na época, era apenas faixa branca para amarela e sentiu o peso da missão. No entanto, ao perceber a confiança que Wagner Bull depositava nele, assumiu a tarefa com seriedade e se dedicou a corresponder à altura. Esse reconhecimento de seu potencial, mesmo quando ele próprio duvidava, fortaleceu sua conexão com o sensei e se tornou um dos maiores incentivos para continuar evoluindo.
Sensei Washington Ryoiti Watanabe recebe certificado de san-dan © Global Sports
Ainda hoje, Camilo se esforça para retribuir essa confiança. Ele admite que, às vezes, se sente envergonhado quando o sensei precisa corrigir a mesma coisa três ou mais vezes. Mas sabe que cada orientação traz um ensinamento valioso. Além disso, Wagner Bull frequentemente o lembra de que o aikidô não deve ficar restrito ao tatami. O verdadeiro aprendizado está em levar os princípios da prática para a vida cotidiana. Aos poucos, e talvez não na velocidade que seu mestre gostaria, Camilo sente que está melhorando nesse aspecto também. E, graças à persistência e à confiança do sensei, segue sua jornada sabendo que sua evolução será contínua.
Cláudia Kanashiro Osawa © Global Sports
Para Cláudia Kanashiro Osawa, do Instituto Takemussu São Paulo (SP), cada nova graduação no aikidô representa o início de novos aprendizados e a oportunidade de aprimorar o conhecimento já adquirido. Atualmente, ela tem explorado um aspecto que considera desafiador e ao mesmo tempo fascinante: a energia e a conexão no aikidô, temas frequentemente abordados nas aulas do sensei Bull.
Para ela, esse conceito ainda é novo e exige uma percepção mais refinada, algo que está em processo de desenvolvimento. Seu objetivo é alcançar uma conexão mais profunda com seus companheiros de treino, compreendendo como essa interação energética influencia a prática. Ela admite que ainda se sente como uma iniciante nesse universo, mas percebe que persistência e dedicação são essenciais para evoluir nesse caminho.
Apresentação de embukai de Cláudia Kanashiro Osawa com múltiplos oponentes © Global Sports
O que torna esse aprendizado ainda mais especial para Cláudia é ter sido prazeroso e divertido. A forma como Wagner Bull conduz suas técnicas inspira essa sensação. Quando executa os movimentos, seu sensei transmite uma combinação única de energia e fluidez, criando um ambiente de treino no qual a conexão com o parceiro se torna natural e envolvente.
Sensei Cláudia Kanashiro Osawa recebe certificado de yon-dan © Global Sports
Além do impacto técnico, Cláudia percebe que esse princípio do aikidô se reflete diretamente na vida cotidiana. Ela enxerga que o esforço contínuo do sensei para aprimorar sua prática o levou a um nível em que parece estar cada vez mais conectado ao universo. Quando recebe suas técnicas, sente que ele está ao mesmo tempo mais forte e mais suave, algo que se traduz em uma sensação de equilíbrio e harmonia.
Rosana Negrão recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Esse aprendizado se expande para além do tatami. Cláudia sente que, ao praticar os exercícios propostos para desenvolver essa conexão, sua vida se torna mais receptiva e agradável. “O que se aprende no dojô não fica restrito à prática marcial – reverbera para o dia a dia, moldando a forma como interagimos com o mundo e com as pessoas ao nosso redor.”
Rodrigo Rosa recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Para André Luiz Diniz de Souza, do Asaik Dojô de Aracaju (SE), a conquista do san-dan (3º dan) em sua jornada de 21 anos de prática ininterrupta no aikidô representa um marco transformador. Mais do que uma graduação, ele vê essa conquista como uma confirmação de que o aprendizado no aikidô é um processo contínuo, no qual cada avanço amplia a percepção sobre a arte e sua aplicação na vida cotidiana.
Roberto Kiyoshi Sato recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Para André, o aikidô não é apenas uma prática marcial, mas uma ferramenta poderosa para lidar com os desafios diários. A sinergia entre aprender e ensinar se reflete em sua forma de enfrentar conflitos pessoais, profissionais e familiares. Seu maior exemplo nesse caminho é shihan Wagner Bull, que, mesmo sendo um mestre consolidado, nunca se acomodou e segue trazendo novos ensinamentos e aprimoramentos para a evolução de seus alunos. Esse espírito de busca constante pelo conhecimento inspira André a levar o aikidô para além dos tatamis, aplicando seus princípios na construção de uma vida mais equilibrada, centrada e menos estressante.
Eduardo Maruyama recebe certificado de sho-dan © Global Sports
Sua conexão com sensei Bull foi determinante nessa jornada. Desde o início da prática, percebeu que a troca com seu mestre proporcionava um aprendizado constante e uma evolução gradativa, moldando tanto sua técnica quanto sua mentalidade. Wagner Bull sempre enfatizou a importância de sair da zona de conforto, buscar o conhecimento e trilhar o caminho correto. Esse ensinamento foi absorvido por André não apenas no dojô, mas em todas as áreas da sua vida.
Suzana Mayumi Chardulo recebe certificado de ni-dan © Global Sports
Graças a essa orientação, ele se tornou uma pessoa mais centrada e resolutiva, capaz de enfrentar desafios com clareza e equilíbrio. Para ele, o aikidô vai além do combate físico – é um caminho de harmonia com o universo, conforme ensinava Morihei Ueshiba. Esse princípio, transmitido por seu sensei, continua sendo a base de sua evolução, no tatami e na vida cotidiana.
Kim Raone Martins e Silva recebe certificado de ni-dan © Global Sports
A trajetória no aikidô de Suzana Mayumi Chardulo, do Instituto Takemussu, começou em 1995, impulsionada pelo desejo de cultivar o equilíbrio físico, mental e espiritual. Nos primeiros anos, seu maior desafio foi preparar o corpo e a mente para qualquer situação. Conforme avançava até o sho-dan (1º dan), passou a focar na técnica, na forma e na construção de laços de amizade dentro do dojô. Mesmo durante um longo período afastada da prática, manteve em seu cotidiano o princípio massakatsu agatsu – a verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo.
Camilo Terumitsu Seike Masuko recebe certificado de ni-dan © Global Sports
Agora, com sua recente graduação para ni-dan (2º dan), Suzana percebe que o caminho do aikidô vai além da estrutura técnica: ele deve fluir naturalmente, seguindo o ritmo do kokyu – que no aikidô representa a integração entre respiração, energia (ki) e movimento, permitindo que a técnica seja executada com fluidez, controle e naturalidade. “Assim como na vida, em que alternamos entre momentos de dificuldade e de alegria, no tatami ora devemos preencher o vazio, ora devemos ser o vazio a ser preenchido. Nada é fixo, e tudo se renova continuamente.”
Bernar Freitas Henrique recebe certificado de ni-dan © Global Sports
A relação entre discípulo e sensei sempre teve grande importância em sua formação. Seu primeiro professor, Fernando Santana, ensinou-lhe que o treinamento árduo funciona como um processo de purificação, despertando zanshin – estado de alerta e atenção plena. Esse aprendizado se refletiu em sua vida diária, ajudando-a a ser mais consciente e presente nas situações cotidianas.
Sensei Patrícia Tayo Cavaguti Kubo recebe certificado de san-dan © Global Sports
Com seu segundo sensei, Felisberto Conde, aprendeu sobre a centralidade do corpo e da mente, tanto na prática do aikidô quanto em tarefas do dia a dia. Até mesmo atividades domésticas, segundo Conde, deveriam ser feitas com essa consciência corporal. Além disso, ele foi um mestre que ensinou a acolher e cuidar do grupo, transmitindo valores de proteção, acolhimento e coletividade.
Sensei Rodrigo Alves de Oliveira recebe certificado de yon-dan © Global Sports
Atualmente, Suzana tem o privilégio de ser aluna do professor Bull, que, através de décadas de dedicação, pesquisa e esforço, atingiu um nível de aikidô muito próximo ao praticado por O’Sensei Morihei Ueshiba. Sua abordagem enfatiza o uso do ki sobre a forma mecânica dos movimentos, proporcionando uma experiência única a seus alunos. Para Suzana, sentir essa energia ao ser uke tem sido uma vivência transformadora, algo que transcende o tempo e o espaço – katsuhayabi, a vitória imediata.
Sensei Nilce Mitsuko Kubo recebe certificado de yon-dan © Global Sports
Para Felipe Henrique Moreira da Silva, do Instituto Takemussu São Paulo (SP), o caminho do aikidô está em constante transformação — assim como aqueles que o percorrem. Ele acredita que, ao reconhecer essa mudança permanente, torna-se possível enxergar com mais clareza as escolhas e as atitudes diante da vida, permitindo uma vivência mais consciente e alinhada com o princípio de massakatsu agatsu – a verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo.
Sensei Maria Cristina Ribeiro Godoy recebe certificado de yon-dan © Global Sports
Com mais de dez anos de prática, Felipe percebe que o aikidô lhe trouxe a capacidade de refinar sua percepção e estar mais presente e consciente tanto das adversidades inevitáveis quanto da totalidade mais ampla que essas experiências formam. Inicialmente, via a prática como uma ferramenta para a resolução de conflitos e autodesenvolvimento. Hoje, entende que o aikidô vai além: o trabalho interno realizado no tatami capacita o praticante a enxergar e resolver seus conflitos internos, diminuindo sua projeção sobre os desafios do dia a dia.
Osmar Batista Cunha recebe certificado de go-dan © Global Sports
Para ele, tudo na vida pode ser entendido como um treino de aiki — seja no trabalho, na família, no trânsito, na política, na saúde ou nos próprios sonhos. O caminho do aikidô não tem um fim definido, mas segue como uma busca incessante por elevação e sabedoria, permitindo que o praticante perceba que nada lhe falta no momento presente.
Felipe Ramos Antunes recebe certificado de ni-dan © Global Sports
A relação de Felipe com seu shihan foi determinante para essa evolução. Desde o início, percebeu que seu mestre sempre propôs desafios dentro do limite do aprendizado de cada aluno, estimulando, aguçando e orientando conforme a necessidade de cada um. Observou que aqueles que souberam compreender essa abordagem evoluíram significativamente, e por isso escolheu trilhar esse mesmo caminho.
Aikidocas promovidos © Global Sports
Felipe também percebeu que Wagner Bull não apenas ensina aikidô, mas aplica o aiki na própria vida, fluindo por diferentes cenários, desafios e interações de maneira dinâmica. No entanto, uma constante sempre se manteve: sua dedicação absoluta ao aikidô e o altíssimo critério de exigência com seus alunos. Essa influência permitiu que Felipe polisse sua prática de duas formas complementares: ora como uma espada sendo afiada, eliminando os apegos e o excesso, ora como um jardim sendo cultivado, recebendo os cuidados necessários para que as sementes do esforço gerassem frutos valiosos.
Aikidocas promovidas com shihan Wagner Bull © Global Sports
A maneira como Wagner Bull propõe o treinamento estabelece uma conexão direta com a vida. Para Felipe, a grande lição é que o tatami é apenas um laboratório, e o verdadeiro treino acontece a cada instante, em cada interação e desafio que surge no caminho. “O aikidô não se limita ao dojô – ele está presente em tudo o que fazemos.”
Grupo de aikidocas promovidos com sensei Ney Tamotsu Kubo © Global Sports
Confira abaixo a relação de aikidocas examinados e aprovados para sho-dan (1º dan), ni-dan (2º dan), san-dan (3º dan) e yon-dan (4º dan).
SHO-DAN
Antônio Marques Cardoso – Takemussu
Áquila Pereira Alencar – Zensei Dojô
Carina Burri Martins – Takemussu
Danilo Mendes – Takemussu
Eduardo M. Maruyama – Takemussu
Ítalo Carvalho Bezerra – Zensei Dojô
João Batista da Silva – Zensei Dojô
Marcelo B. Mendonça – Wa Dojô
Marcos Jen Sanhsie – Takemussu
Marcel Alves Franco – Aracaju-Aikikai
Miguel Torres dos Santos – Wa Dojô
Pedro do Brasil Jansen – Yamato Dojô
Roberta Silva Santos – Takemussu
Rodrigo Faria Orlando – Agatsu Dojô
Roberto Kiyoshi Sato – Takemussu
Rodrigo Silvério Rosa – Takemussu
Rênia Pompeu Macedo – Zensei Dojô
Rosana Negrão Rodrigues – Shugyo Dojô
Valcilende França Cardoso – Takemussu
Victor Zenshiro Sawaki – Zensei Dojô
NI-DAN
Bernar Freitas Henrique – Takemussu
Camilo Terumitsu Masuko – Takemussu
Eugênio Medeiros Barros – Shusei Dojô
Fabiano Pereira Gonçalves – Shusei Dojô
Felipe Moreira da Silva – Takemussu
Felipe Ramos Antunes – Shugyo Dojô
Fernando Rudeski Cabral – Asaik
Kim Raone Martins e Silva – Yama Dojô
Leonardo M. Oliveira – Kokyu Dojô
Lúcio Kaiti Kawano – Shusei Dojô
Marcelo Bandeira – Kitoji Dojô
Norberto Berger Queiroz – Yamato Dojô
Ricardo Scherer Santos – Ymato Dojô
Suzana Mayumi Iha Chardulo – Takemussu
Thomaz Pinheiro Rezende – Takemussu
SAN-DAN
Alfredo de Paula – Wa Dojô
Aliekseyev Jacob – Yamato Dojô
Álvaro Jorge Tachibana – Zanshin Dojô
André Diniz de Souza – Asaik
Áthila Campos Girão – Zensei Dojô
Carlos Pereira Rego – Yamato Dojô
Cláudio Freire Azevedo – Zensei Dojô
Evandro Terra de Mello – Shugyo Dojô
Henri Saueia Martinez – Shusei Dojô
João Barusco Lafraia – Yamato Dojô
José Augusto Rodrigues – Yamato Dojô
Lauro Couti Inagaki – Asaik
Lydia Wong – Daishizen
Manoel Gomes Barros – Aracaju Aikikai
Marco Pulice Amato – Zanshin Dojô
Patrícia Cavaguti Kubo – Shugyo Dojô
Paulo Figueiredo Elvas – Yamato Dojô
Paulo Jansen Oliveira – Yamato Dojô
Rafael Silva Rodriguez – Kokyu Dojô
Ricardo Avedissian – Agatsu Dojô
Vinicius Meireles Trindade – Yamato Dojô
Vitor Ventura Pereira – Yamato Dojô
Washington R. Watanabe – Takemussu
YON-DAN
Cláudia Kanashiro Osawa – Takemussu
Diego André Faulhaber – Daishizen Dojô
Fernando Costa Coutinho – Kokyu Dojô
Frederico Daguer Abdalla – Shugyo Dojô
Maria Ribeiro Godoy – Takemussu
Rodrigo Alves de Oliveira – Shugyo Dojô
Nilce Mitsuko Kubo – Asaik
GO-DAN
Osmar Batista Cunha – Shugyo Dojô
Clique AQUI e confira a pasta de fotos da cerimônia de entrega das graduações vindas do Aikikai Hombu Dojô de Tóquio.
Clique AQUI e confira a pasta de fotos da cerimônia de entrega das graduações vindas do Aikikai Hombu Dojô de Tóquio cerimônia de graduação.
Kim Raone Martins e sua família ao lado de seu sensei, Alexandre Bull, e do shihan Wagner Bull © Global Sports
Aikidocas do Instituto Takemussu promovidos com senseis Wagner e Alexandre Bull © Global Sports
Membros da família Cardoso promovidos com shihan Wagner Bull © Global Sports
Wagner Bull e Eduardo Massamitsu Maruyama © Global Sports
Emocionado e ao lado do seu sensei, Washington Ryoiti Watanabe exibe o certificado de san-dan © Global Sports
Até os pequenos gêmeos Felipe e Bernardo, acompanharam a mamãe Carina Burri Martins na conquista do sho-dan, tornando o momento ainda mais especial © Global Sports
Símbolos de uma geração de alunos do Instituto Takemussu, os ni-dans Bernar Freitas e Suzana Mayumi Chardulo comemoram a conquista com o shihan Wagner Bull © Global Sports
Promovida a yon-dan, a sensei Cláudia Kanashiro Osawa ao lado de seu professor, shihan Wagner Bull. © Global Sports
Ao lado da família, sensei Ricardo Avedissian exibe seu certificado de san-dan © Global Sports
Maria Cristina Ribeiro Godoy (yon-dan) e Suzana Mayumi Chardulo (ni-dan) representam a essência do aikidô, unindo técnica, perseverança e resiliência em sua jornada © Global Sports
Promovido a go-dan, sensei Osmar Batista Cunha com o shihan Wagner Bull © Global Sports