02 de maio de 2025

O que podemos aprender com a edição do Grand Slam de Dushanbe 2025? Muitas coisas, sem dúvida. Antes de mais nada, é seguro afirmar que o judô é o esporte número um no Tajiquistão. A popularidade da modalidade e o sucesso do torneio são provas irrefutáveis de que o judô ocupa um lugar especial no cenário esportivo do país.
Durante três dias, o público lotou a Kasri Tennis Arena. Duas horas antes do início das competições, os espectadores já estavam no local, prontos para apoiar seus judocas e todos aqueles que contribuíram para a realização de um evento espetacular — e eram muitos! Quando se fala em sucesso popular, o Grand Slam de Paris costuma ser a principal referência. Mas, agora, é possível dizer que Dushanbe também se consolidou como uma grande cidade do judô, capaz de atrair multidões e verdadeiros entusiastas do esporte.
O ippon da inglesa Emma Reid sobre a chinesa Yuxiao Peng na final das meio-pesadas © Tamara Kulumbegashvili / FIJ
Os resultados dos judocas tajiques vêm se tornando cada vez mais consistentes. Medalhas em campeonatos mundiais — e agora também nos Jogos Olímpicos — se acumulam para esse pequeno país da Ásia Central. As performances alcançadas pelos atletas locais no Grand Slam deste ano apenas confirmam essa tendência ascendente.
Segundo afirmou Nicolas Messner, diretor de comunicação da Federação Internacional de Judô (FIJ), o trabalho da equipe técnica e do comitê organizador, coordenado pela federação local, trouxe excelentes resultados em todos os níveis. “O Grand Slam de Dushanbe 2025 foi um evento mágico em todos os sentidos e deixará uma impressão duradoura em todos os participantes.”
A croata Lara Cvjetko, campeã da categoria até 70kg, não economizou elogios ao país anfitrião. Após a conquista, fez questão de destacar sua conexão com o Tajiquistão: “Este é um dos meus destinos favoritos. Adoro o clima, adoro a cidade. As pessoas são muito gentis e sempre nos reconhecem. Acho que realmente entendem de judô — e eu adoro o Tajiquistão. É um destino realmente agradável.” Palavras que traduzem o impacto do evento além dos tatamis.
Diversas nações também tiveram desempenho expressivo em Dushanbe. No topo da tabela está o Tajiquistão, com quatro medalhas de ouro, seguido por Azerbaijão, França e Mongólia, com duas medalhas de ouro cada. Completam a lista com judocas campeões a República Popular da China, Grã-Bretanha, Croácia e Emirados Árabes Unidos, cada um com uma medalha dourada.
O ipponzaço de Meylis Shamuradov, do Turcomenistão, sobre o cazaque Ykylas Alseit na fase classificatória do peso leve © Tamara Kulumbegashvili / FIJ
Em Dushanbe, o judô foi além do pódio. Gerações antigas e novas dividiram o mesmo tatami, unidas por um espírito esportivo autêntico e pela reverência aos valores que sustentam a essência da modalidade. Mais do que medalhas, o que se viu foi um encontro de trajetórias, culturas e propósitos, onde o respeito, a disciplina e a superação transcenderam fronteiras geográficas e reafirmaram o judô como uma linguagem universal de integração e humanidade.
Com apenas 226 judocas de 27 países — cerca da metade dos participantes de um Grand Slam tradicional —, a segunda edição do Grand Slam de Dushanbe certamente reforçou a cultura e a prática do judô na Ásia Central. O evento impactou positivamente países vizinhos como China, Afeganistão, Uzbequistão e Quirguistão, além de nações próximas sem fronteira direta com o Tajiquistão, como Cazaquistão, Paquistão, Irã e Índia.
Mais um ippon sensacional do tajique Nurali Emomali sobre seu conterrâneo Obid Dzhebov na final do meio-leve © Tamara Kulumbegashvili / FIJ
Vale lembrar que o Tajiquistão é um país sem saída para o mar, com relevo dominado pelas montanhas Pamir, e que integrou a antiga União Soviética até sua independência, em 1991.
Clique AQUI e confira a classificação geral final.
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