30 de junho de 2025

Com uma atuação marcante nos tatamis da cidade de Warendorf, na Alemanha, o judô brasileiro protagonizou a melhor campanha de sua história no Campeonato Mundial Militar, realizado de 25 a 27 de junho, conquistando cinco medalhas — sendo quatro de ouro e uma de bronze — e encerrando a competição na primeira colocação geral entre mais de 30 nações participantes.
O evento integrou o 43º Campeonato Mundial Militar de Judô, promovido pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), e contou com a participação de atletas de elite, incluindo campeões olímpicos e mundiais, muitos dos quais estiveram recentemente no Mundial de Judô da FIJ, em Budapeste.
Marcelo Fronckowiak em ação no tatami durante a campanha vitoriosa que culminou no ouro do peso médio © ReStrike
A campanha brasileira começou com Jéssica Lima (-57kg), que venceu a atleta da Hungria, caiu na semifinal diante da polonesa Arleta Podolak e garantiu o bronze ao superar a italiana Michela Terranova.
No segundo dia de disputas, Gabriel Falcão (-81kg) brilhou ao vencer adversários da França, Alemanha e Itália, conquistando o ouro ao derrotar Askerbii Gerbekov, do Bahrein, na grande final.
Pódio da categoria meio-médio (-81kg) com Gabriel Falcão celebrando o ouro conquistado no Campeonato Mundial Militar de Judô © ReStrike
Com atuações extremamente técnicas e consistentes, Falcão ainda foi eleito melhor atleta masculino do Mundial Militar, consolidando sua performance como uma das mais destacadas do evento.
“Ser escolhido o melhor atleta masculino do Mundial Militar é uma honra imensa. Tive lutas duríssimas, mas estar aqui, competindo por um país que acredita no esporte e nas Forças Armadas como plataformas de transformação, é ainda mais gratificante”, declarou Falcão após a cerimônia de premiação.
Ainda na mesma jornada, Vinicius Ardina (-73kg) ficou em quinto lugar, e Nauana Silva (-63kg) terminou na sétima colocação.
No terceiro dia, mais duas medalhas de ouro foram conquistadas. Marcelo Fronckowiak (-90kg) superou judocas da Coreia do Sul, Lituânia e França, e venceu o italiano Tiziano Falcone na final.
Pódio da categoria até 90kg com Marcelo Fronckowiak no lugar mais alto, celebrando a medalha de ouro conquistada em Warendorf © ReStrike
Na categoria pesada, acima de 78kg, Beatriz Souza derrotou a ucraniana Ruslana Bulavina na semifinal e impôs seu ritmo na decisão contra a francesa Julia Tolofua.
“Competir em Warendorf foi especial. Além do ouro, fico feliz por fazer parte de uma delegação que deu tudo de si por essa conquista coletiva. O espírito de equipe e o suporte técnico fizeram toda a diferença”, destacou Beatriz.
Pódio da categoria acima de 78kg com Beatriz Souza no topo, celebrando mais uma conquista internacional © ReStrike
O ponto alto da participação brasileira ocorreu no encerramento do Mundial de Warendorf, com a conquista do título por equipes mistas. O Brasil venceu a Hungria por 4 a 3 nas quartas de final, aplicou 4 a 0 sobre a Alemanha na semifinal e superou a França na decisão por 4 a 1, confirmando sua supremacia no evento.
“Chegamos à Alemanha com uma equipe enxuta, mas extremamente qualificada. Todos os atletas estavam bem preparados e conscientes da responsabilidade de representar o Brasil em uma competição de altíssimo nível técnico. Os resultados refletem essa entrega”, avaliou o chefe da delegação brasileira.
Equipe brasileira no pódio com as medalhas de ouro © ReStrike
Os judocas militares brasileiros integram o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), uma iniciativa do Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte, que permite a atletas de elite atuarem como militares temporários, representando o país em competições nacionais e internacionais.
Criado em 2008, o PAAR se consolidou como ferramenta de excelência esportiva e formação cidadã. No judô, o programa é referência mundial, revelando talentos que conquistaram pódios olímpicos e mundiais.
“Mais do que medalhas, esses atletas representam a união entre disciplina militar e dedicação esportiva. O desempenho em Warendorf mostra que o Brasil tem um modelo bem-sucedido de incentivo ao esporte de alto rendimento dentro das Forças Armadas”, destacou um representante do Ministério da Defesa.
A classificação geral do 43º Campeonato Mundial Militar de Judô foi liderada pelo Brasil, seguido por potências tradicionais da modalidade esportiva criada em 1882 por Jigoro Kano no bairro de Shitaya, em Tóquio. O judô nasceu como um método de educação integral baseado na eficiência e no benefício mútuo numa sala com 12 tatamis. A modalidade se espalhou pelo mundo e hoje está presente em mais de 200 países, consolidando-se como uma das maiores forças do esporte global — dentro e fora dos tatamis.
A delegação brasileira superou adversários históricos e reforçou sua posição de destaque no cenário militar internacional.
Com cinco medalhas — quatro ouros (três individuais e um por equipes mistas) e um bronze —, o Brasil foi o grande nome da 43ª edição do Mundial Militar de Judô. A campanha consagrou Gabriel Falcão como melhor atleta masculino da competição e reafirmou o judô como uma das modalidades mais vitoriosas das Forças Armadas brasileiras.
Mais do que conquistas esportivas, os resultados de Warendorf traduzem a força de um sistema que alia disciplina, investimento e alto rendimento com a missão de formar cidadãos e elevar o nome do Brasil no cenário internacional.
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