07 de julho de 2025

Entre os dias 2 e 5 de julho, o município de Aguaí, interior de São Paulo, foi o cenário de um dos encontros pedagógicos mais simbólicos do esporte brasileiro: o 4º Kangeiko de Judô de Aguaí. Muito mais do que um treinamento de inverno, o evento transformou-se em um poderoso instrumento de acolhimento, aprendizado e troca de experiências entre cerca de 350 judocas de 23 estados brasileiros e cinco países.
Realizado no Ginásio Domingão — reconhecido como Centro de Alto Rendimento da Federação Paulista de Judô do Interior (CAT II) —, o Kangeiko foi marcado por uma proposta inclusiva e inovadora, que amplia o entendimento do judô como ferramenta de desenvolvimento humano.
Gilberto Selber, o palestrante Soichi Hashimoto e o vice-prefeito Jonas Bicaio durante a cerimônia de abertura do 4º Kangeiko de Aguaí © Global Sports
Com o tema “Um evento sem fronteiras”, o Kangeiko não apenas superou barreiras geográficas, mas reafirmou o compromisso de Aguaí com a formação integral da criança. Aqui, o esporte não é visto como atividade complementar, mas como um dos pilares centrais de um modelo educacional que reconhece o corpo, a mente e as relações sociais como dimensões indissociáveis da aprendizagem.
A inspiração dessa proposta vem de um gestor público com profundo enraizamento na educação. Professor universitário e ex-reitor da PUC-Campinas, Gilberto Luiz de Moraes Selber já havia demonstrado, como secretário de Educação, Cultura e Esporte, que acredita em políticas públicas com base na integração entre áreas estruturantes. Hoje, à frente da prefeitura de Aguaí, ele implementa esse olhar sistêmico com coerência e resultados tangíveis.
“Temos mais de 2.500 crianças praticando judô no ensino fundamental. Aqui, a integração entre educação, esporte e cultura não é discurso: é uma política pública que vem dando muito certo. E o judô é o principal motor desse processo”, afirmou o prefeito durante a abertura do evento.
Mais do que números, esses dados representam o acolhimento de crianças em situação de vulnerabilidade, o fortalecimento de vínculos familiares e a formação de cidadãos conscientes, críticos e saudáveis — elementos fundamentais para qualquer sociedade que valorize a infância e os direitos humanos.
Ao enfatizar a “cultura do judô” como um bem coletivo, o município demonstra que a prática não está restrita à técnica ou à competição. Em Aguaí, o judô é entendido como uma linguagem que ensina disciplina, respeito, autocontrole e solidariedade. É por isso que o evento envolveu não apenas atletas federados, mas também estudantes, professores, pais e responsáveis — todos unidos por um ambiente de afeto, troca e pertencimento.
Gilberto Selber destacou que cada criança que pisa no tatami de Aguaí está sendo cuidada, valorizada e preparada para ser protagonista da própria história © Global Sports
“A gente faz questão absoluta de envolver os nossos mais de 2.500 alunos e os pais para que eles entendam que, por meio do esporte, a gente salva vidas, melhora a educação, desenvolve a cultura e transforma a qualidade de vida em nossa cidade”, reforçou Selber.
O sucesso do Kangeiko é apenas um reflexo de um projeto maior. Ao fortalecer a base educacional por meio de uma prática esportiva estruturada, Aguaí vem sendo procurada por outras modalidades — como o críquete —, que vislumbram na cidade um modelo de gestão pública eficaz e acolhedor. Com mais de 1.200 praticantes de críquete e a perspectiva de implantação de um novo centro de treinamento, a cidade consolida sua presença no cenário nacional como polo pedagógico e esportivo.
“Aqui, a integração entre educação, esporte e cultura não é discurso: é uma política pública que vem dando muito certo.”
“Em razão da abrangência do trabalho que realizamos com o judô, recebi nesta semana a visita do presidente da Confederação Brasileira de Cricket, que nos propôs implantar um centro de treinamento nos moldes do nosso Centro de Aperfeiçoamento Técnico. Hoje, já contamos com 1.200 atletas praticando cricket em Aguaí. O dirigente visitou um espaço disponível e, em breve, teremos mais um esporte de referência nacional em nossa cidade. Isso é extremamente positivo, pois amplia a visibilidade do município, impulsiona o comércio, o turismo e a economia local, e transforma Aguaí em um exemplo vivo de como políticas públicas bem direcionadas podem promover inclusão e progresso.”
Ao reconhecer as sementes plantadas por líderes anteriores — como o ex-prefeito Alexandre Araújo e o professor Francisco de Carvalho Filho, ex-presidente da FPJudô —, Gilberto Selber reafirma o valor da continuidade das políticas públicas. Em tempos de instabilidade institucional, esse compromisso com o legado e o aperfeiçoamento de projetos de longo prazo se torna ainda mais necessário.
Ao lado dos mais de 350 judocas inscritos no evento, Gilberto Selber reafirma o compromisso de Aguaí com uma formação cidadã que nasce no tatami e se estende para a vida © Global Sports
“Tudo isso é fruto da visão empreendedora de quem acreditou, lá atrás, que educação, cultura e esporte precisavam caminhar juntos. Hoje temos um ginásio climatizado, um projeto social de grande alcance para o porte da nossa cidade e um centro de treinamento que acolhe eventos nacionais e internacionais durante o ano todo.”
O que se desenha em Aguaí não é apenas um modelo de gestão eficiente, mas uma concepção educativa que valoriza o ser humano em sua totalidade. O judô, ao ser inserido de forma estruturada no cotidiano escolar, torna-se mais do que uma prática esportiva: transforma-se em um espaço de escuta, pertencimento e construção de valores. Cada criança que pisa no tatami de Aguaí carrega não apenas o judogi branco, mas também a certeza de que está sendo vista, cuidada e preparada para ser protagonista de sua própria história. É essa pedagogia do cuidado, alinhada a políticas públicas consistentes e permanentes, que faz do município uma referência nacional em desenvolvimento humano.
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