Os 150 dias de uma gestão que projeta o judô brasileiro para um novo patamar

A recondução de Paulo Wanderley à presidência da CBJ reacendeu o entusiasmo de toda a comunidade © Alexandre Loureiro / COB

Com experiência única na história do esporte brasileiro, Paulo Wanderley inicia nova gestão na CBJ promovendo estabilidade e projetando um novo ciclo de conquistas para o judô nacional.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 3 de agosto de 2025

Eleito por aclamação em 15 de março, o professor kodansha hachi-dan (8º dan) Paulo Wanderley Teixeira não apenas pôs fim ao período mais sombrio da história da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), como reacendeu nos judocas brasileiros a esperança de um novo ciclo virtuoso — comparável à era de ouro que ele próprio protagonizou antes de assumir a presidência do Comitê Olímpico do Brasil. Sua ascensão ao COB, aliás, foi resultado direto do sucesso de sua gestão anterior na CBJ, especialmente nas áreas administrativa, de marketing e de alto rendimento.

Após oito anos à frente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley volta a atuar no centro das decisões do judô mundial. Na foto, ele está com Marius Vizer, presidente da FIJ, durante reunião do Comitê Executivo da entidade realizada em maio na Hungria © Camila Dantas / CBJ

Sob sua liderança, em apenas 150 dias, o judô brasileiro deu sinais claros de renascimento. Como uma Fênix, a modalidade se reorganizou internamente e passou a reestabelecer vínculos fundamentais com clubes filiados, dirigentes, treinadores e atletas. A CBJ voltou a dialogar com seus quadros e com sua base, agora por meio de diretores e gerentes que atuam de forma integrada, humanizada e acolhedora — substituindo a lógica hostil e autoritária que isolava a comunidade judoca da própria entidade que deveria representá-la.

Com carisma característico, Paulo Wanderley projeta um novo ciclo de conquistas para o judô brasileiro © Arquivo

Mídia espontânea

A combinação entre organização administrativa, qualidade esportiva e ambiente institucional saudável vem gerando resultados consistentes dentro e fora dos tatamis. Além do fortalecimento das seleções de base e da equipe principal no circuito da Federação Internacional de Judô (FIJ), a CBJ passou a ocupar maior espaço na mídia de forma espontânea — consequência direta da retomada da credibilidade e da valorização da sua identidade histórica.

Paulo Wanderley ao lado de Antonio Castro, secretário-geral, e Carlos Zegarra Presser, presidente da Confederação Pan-Americana de Judô, durante o congresso da entidade realizado em 17 de abril, em Lima, no Peru © CPJ

É importante lembrar que o judô brasileiro ocupa o posto de maior gerador de medalhas olímpicas para o país desde 1972, quando Chiaki Ishii conquistou o bronze nos Jogos de Munique. Essa condição de potência exige que estejamos unidos em torno de um projeto de expansão, e não enfraquecidos por disputas internas infundadas ou perseguições estéreis. A principal conquista da eleição de 15 de março foi, justamente, o resgate de uma perspectiva de futuro, com metas, planejamento e foco na coletividade.

Com postura firme e olhar estratégico, Paulo Wanderley reafirma o desejo de projetar o judô brasileiro a um novo patamar © Camila Dantas / CBJ

Judô como identidade nacional

Para além dos tatamis e das medalhas, é preciso compreender que o verdadeiro salto de qualidade do judô brasileiro virá quando conseguirmos consolidá-lo também como um fenômeno cultural. O futebol faz parte do DNA nacional porque está presente nas ruas, nas escolas, nas narrativas de infância e no imaginário coletivo.

Durante a apresentação das diretrizes da nova gestão, Paulo Wanderley reforça o compromisso com governança, planejamento e resultados © Camila Dantas / CBJ

O judô, com sua filosofia baseada no respeito, na disciplina e no aperfeiçoamento contínuo, tem potencial semelhante — mas ainda carece de um projeto consistente que o insira com profundidade na vida cotidiana da população, inclusive nos locais mais ermos do país.

https://www.originaltatamis.com.br/

Cabe a nós, dirigentes e comunicadores, trabalharmos com inteligência e compromisso para transformar o judô não apenas em um esporte de alto rendimento, mas em um traço identitário da sociedade brasileira. É hora de fomentar o judô como cultura — com presença em escolas, clubes, projetos sociais e meios de comunicação — para que ele se enraíze definitivamente na formação ética, educativa e emocional do nosso povo.

Paulo Wanderley ao lado de Stanley Torres, presidente da nova Comissão de Atletas da CBJ © Camila Dantas / CBJ

Potência mundial

Atualmente, cerca de 200 federações nacionais estão filiadas à FIJ, indicando que o judô é praticado oficialmente em quase todos os países do mundo, com infraestrutura reconhecida e respaldo institucional. A modalidade está presente em todos os continentes, por meio de cinco confederações continentais — América, Ásia, Europa, África e Oceania — e reúne dezenas de milhões de praticantes.

Mostrando seu compromisso com a história, os heróis e o rendimento do judô nacional, Paulo Wanderley foi a Porto Alegre participar da homenagem pelos 20 anos do título mundial de João Derly — o primeiro conquistado por um brasileiro na categoria sênior. Ao lado do presidente da Federação Gaúcha de Judô, Luiz Bayard, o dirigente entregou uma placa comemorativa em nome da CBJ e também foi homenageado pela trajetória e pelos serviços prestados ao judô brasileiro © Fernanda Bigio Davoglio / Sogipa

Neste cenário, o Brasil ocupa uma posição de destaque: é a sexta maior potência mundial no ranking da FIJ, atrás apenas de Japão, França, atletas neutros, Geórgia e Itália. Se desconsiderarmos os atletas neutros, por não representarem uma nação formalmente constituída, o Brasil figura como a quinta maior força do judô no planeta — sendo, de forma incontestável, a principal potência da modalidade nas Américas e no Hemisfério Sul.

Kenji Saito, o diretor-geral da CBJ e Paulo Wanderley representaram o Brasil na Assembleia Ordinária da FIJ realizada em Budapeste em 11 de maio © Camila Dantas / CBJ

Liderança consagrada, legado retomado

Com ampla experiência e profundo conhecimento do Movimento Olímpico, Paulo Wanderley é o dirigente ideal para liderar este novo ciclo. Ex-vice-presidente da Federação Internacional de Judô, ex-presidente da Confederação Pan-Americana de Judô e ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, ele reúne a autoridade, o respeito internacional e a visão estratégica necessários para fazer do judô brasileiro uma referência ainda mais sólida no cenário global.

Paulo Wanderley ao lado dos vice-presidentes Jaciano Delmiro da Silva (PE), Marcelo Ornelas (BA) e Solange Pessoa (SP), integrantes da nova diretoria da CBJ, eleita para liderar o judô brasileiro até 2029 © Anderson Neves / CBJ

Paulo Wanderley não apenas administra a entidade com excelência — ele compreende e ama o judô como poucos. Seu retorno ao comando da CBJ representa muito mais do que um ajuste de rota: simboliza a retomada de um projeto de nação judoca, com raízes firmes, metas ousadas e um futuro promissor.

Uma diretoria técnica, plural e estrategicamente posicionada

Uma das marcas mais notórias da trajetória de Paulo Wanderley como gestor esportivo é sua rara capacidade de compor equipes técnicas altamente qualificadas e afinadas com os desafios contemporâneos da administração esportiva. Sua nova diretoria à frente da CBJ reflete essa vocação: foi cuidadosamente montada a partir de critérios técnicos, experiência comprovada e representatividade institucional.

O 1º vice-presidente Jaciano Delmiro da Silva, por exemplo, traz para a diretoria nacional toda a bagagem acumulada em sua destacada atuação no comando do judô pernambucano, onde se notabilizou pela firme condução administrativa, pela postura ética e pelo diálogo permanente com clubes, atletas e lideranças locais. Já o 2º vice-presidente Marcelo Ornelas França Moreira carrega a experiência de quem conduziu com excelência os destinos da Federação Baiana de Judô, fortalecendo a base da modalidade no Nordeste e projetando atletas em âmbito nacional. A 3ª vice-presidente, Solange de Almeida Pessoa Vincki, ex-vice-presidente da Federação Paulista de Judô e responsável pela condução do judô no Sport Club Corinthians Paulista, completa o trio com sua atuação de destaque tanto no esporte de alto rendimento quanto nas lutas pela equidade e valorização da mulher no esporte.

No plano executivo, três nomes compõem o tripé estratégico que sustenta a engrenagem da nova gestão: Kenji Saito, atual diretor-geral da CBJ e ex-diretor do Comitê Olímpico do Brasil, é referência em organização e governança esportiva; Marcelo Theotônio, à frente da Diretoria de Esportes, segue liderando com olhar estratégico as seleções de base e o alto rendimento, conectando todas as fases do desenvolvimento esportivo; e Camila Dantas, gerente de Comunicação, é o nome por trás da nova diretriz institucional da CBJ em sua relação com a imprensa, marcada por uma abordagem moderna, transparente e propositiva.

Completam o time

Robnelson Ferreira (Diretor Administrativo)
Thiara Bertoli (Gerente de Competições)
Fábio Martins (Gerente Financeiro)
Clarice Pires (Coordenadora Educacional)
Solange de Almeida (Coordenadora da Área Mulher no Esporte)

Futuro promissor

A recondução de Paulo Wanderley à presidência da CBJ devolveu ao judô brasileiro mais do que estabilidade: resgatou a confiança institucional e reacendeu o entusiasmo de toda a comunidade. Com uma equipe experiente e comprometida, a nova gestão constrói, passo a passo, um ciclo pautado em transparência, valorização humana e visão estratégica.

Os primeiros 150 dias demonstram que o judô do Brasil voltou a caminhar com firmeza, reunindo talentos, fortalecendo laços com as federações estaduais e oferecendo condições reais para que atletas, técnicos e dirigentes sonhem alto. O futuro já começou, e ele é promissor.

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