22 de dezembro de 2024
Teddy Riner busca mais um título no absoluto do Marrocos
Campeonato Mundial Open de Judô, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro, tem ainda os retornos do grego Ilias Iliadis e da cubana Idalys Ortiz
Open Judo World Championships
10/11/2017
Fonte GLOBOESPORTE.COM | Fotos PAULO PINTO/CBJ
Marrakesh – Marrocos
Tido como um dos maiores judocas de todos os tempos, o lendário Teddy Riner terá pela frente uma prova de fogo neste fim de semana. Não que o francês de 28 anos, que é bicampeão olímpico (Londres 2012 e Rio 2016) e oito vezes campeão mundial, precise provar nada a ninguém. Mas o Campeonato Mundial Open de Judô, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro em Marrakesh, no Marrocos, evoca no lutador as memórias de sua última derrota. Invicto há 134 lutas, ele perdeu a última vez justamente nesse torneio, mas na edição japonesa, que aconteceu em Tóquio em 2010. Foi no dia 13 de setembro para Daiki Kamikawa, atleta da casa.
A decisão da época que favoreceu o japonês Daiki Kamikawa é contestada até hoje pelo francês. Mais tarde, ele bateu o rival em uma revanche, ocorrida em fevereiro de 2011, no Grand Slam de Paris, na França. Apesar de novamente o francês disputar o Campeonato Mundial Open de Judô neste fim de semana, um reencontro não acontecerá, já que o nipônico não está inscrito. Mas Riner terá pela frente outros medalhões. Um deles é Ilias Iliadis.
Atleta mais jovem a se tornar campeão olímpico do judô com 17 anos em Atenas 2004, o georgiano naturalizado grego, que é também três vezes campeão do mundo e bronze em Londres 2012, anunciou recentemente que deixará sua aposentadoria para lutar no torneio em Marrakesh. Ele havia decidido abandonar os tatamis após a Rio 2016 e, desde então, estava integrado à Federação Internacional de Judô, onde focava em atividades para o desenvolvimento global da arte marcial.
No feminino, a grande expectativa é pelo confronto entre o fenômeno japonês Asahina Sarah que, com 20 anos, venceu três Grand Slams em sequência em 2017 e ainda levou uma prata e um ouro no Mundial de Budapeste, e a cubana Idalys Ortiz, que desde que chegou ao cenário internacional em 2006 tem sido a principal atleta dos pesos-pesados entre as mulheres. Ela obteve a medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e o bronze nos Campeonatos Mundiais de Roterdã 2009 e Tóquio 2010.
Na edição de 2013, levou o título mundial ao vencer na luta final a brasileira Maria Suellen Altheman. Em 2012, tinha levado o ouro nos Jogos Olímpicos de Londres. E, em 2014, foi campeão mundial mais uma vez em Chelyabinsk. Ela foi prata na Rio 2016 e entrou em uma longa pausa para restaurar corpo e mente antes da corrida olímpica de Tóquio 2020 em maio de 2018. Ela decidiu retornar aos tatamis e fazer parte do Campeonato Mundial Open em Marrakesh.
O Campeonato Mundial Open de Judô é um torneio absoluto, ou seja, não faz distinção dos judocas em diferentes categorias de peso. É chamado também de categoria aberta. Ele mescla Teddy Riner, que normalmente luta no +100kg, com Ilias Iliadis, habitualmente judoca da categoria -90kg. O evento terá um prêmio de € 500 mil (R$ 1,88 milhão). Dentro os nomes inscritos, além de Iliadis e do principal judoca da atualidade, o francês Teddy Riner, Varlam Liparteliani (GEO), prata na Rio 2016, e Cyrille Maret, da França, que foi bronze, vão lutar. São 40 homens e 16 mulheres na competição.
A categoria aberta já fez parte dos Jogos Olímpicos. Foi de 1964 a 1984 (ou seja, produziu cinco campeões olímpicos). Ela foi responsável também pelo início dos Mundiais de Judô. Em Tóquio, o primeiro Mundial da arte marcial foi disputado somente em peso absoluto e vencido por Natsui Shokichi. A supremacia do Japão, historicamente, é enorme: entre 1956 e 1991, quando os Mundiais aconteciam a cada dois anos, o Japão só perdeu o ouro uma vez em peso absoluto, quando o holandês Anton Geesink derrotou o nipônico Koji Sone em 1961.
A hegemonia japonesa acabou de vez em 1993, quando os europeus tomaram a frente. O polonês Rafa Kuback foi campeão nesse ano e em 1995. David Doullet, da França, levou em 1995, Alexander Mikhaylin, da Rússia, em 1991, Dennis van der Geest, da Holanda, em 2005, e Teddy Riner, francês, em 2008.