Com sete ouros, cinco pratas e quatro bronzes, o Clube Pinheiros é campeão paulista sênior 2018

Breno Alves vence Guilherme Minakawa com juji-gatame

Disputa que reuniu 100 equipes em Itapecerica da Serra teve São Caetano em segundo lugar, Clube Paineiras em terceiro, São José dos Campos em quarto e SESI-SP em quinto lugar

Campeonato Paulista Sênior – Fase Final
23 de julho de 2018
Por PAULO PINTO I Fotos ISABELA e BÁRBARA LEMOS
Itapecerica da Serra – SP

Com o apoio da prefeitura e da Secretaria de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra e da Associação Desportiva União da Comarca (ADUC), a Federação Paulista de Judô realizou a fase final do Campeonato Paulista Sênior.

A disputa, que reuniu 308 atletas de 100 clubes e associações, realizou-se no dia 30 de junho no Centro Poliesportivo Antônio Baldusco, em Itapecerica da Serra (SP), uma das melhores arenas esportivas do Estado.

 

Após superar as seletivas regionais e inter-regionais, os principais judocas paulistas da atualidade se defrontaram na fase final da competição, que reuniu atletas das 16 delegacias regionais do judô paulista.

A gestão técnica foi executada por meio da plataforma Zempo e, de acordo com o novo sistema de classificação para o Campeonato Brasileiro Sênior, a competição somou pontos para o ranking nacional. A coordenação da arbitragem ficou a cargo dos árbitros FIJ A Marilaine Ferrante e Edison Minakawa, que comandaram a equipe formada por 40 árbitros e 26 auxiliares de mesa.

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; José Jantália, vice-presidente da entidade; Valdomiro de Freitas Dias, o Miro, secretário de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra, que representou o prefeito Jorge Costa; os vereadores Carlinhos Bandeira e Alan Dias; Roberto Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Edison Koshi Minakawa, coordenador estadual de arbitragem da FPJudô; e Lúcia de Oliveira.

Vários delegados regionais abrilhantaram a abertura do certame, entre eles Takeshi Yokoti (16ª DRJ), Argeu Maurício de Oliveira (3ª DRJ), Cléber do Carmo (12ª DRJ), Celso de Almeida Leite (15ª DRJ) e Hissato Yamamoto (1ª DRJ).

Mesa de honra durante a execução do Hino Nacional

Também participaram da cerimônia de abertura mais 25 professores kodanshas, entre os quais Valdir Melero, Yoshiyuki Shimotsu, Tomyo Takayama, Michiharu Sogabe, Orlando Sator Hirakawa, Pedro Jovita Diniz, Antônio Honorato de Jesus, Douglas Eduardo de Brito Vieira, Takeshi Nitsuma, Uichiro Umakakeba, Belmiro Boaventura da Silva, José Paulo da Costa Figueirôa, Nélson Hirotoshi Onmura, Rioiti Uchida, Kiishi Watanabe, Leandro Alves Pereira e José Gildemar de Carvalho.

Itapecerica da Serra está inserida no calendário esportivo da FPJudô

Transmitindo a mensagem enviada pelo prefeito Jorge Costa, que não pôde comparecer ao evento, Valdomiro de Freitas Dias, o Miro, secretário de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra, destacou a grandeza dos eventos realizados pela Federação Paulista de Judô.

“É com enorme satisfação que Itapecerica da Serra realiza parcerias e contribui na realização de eventos esportivos que possuem infraestrutura com nível internacional e possibilitam o intercâmbio, além de fomentar a prática esportiva em todos os níveis”, destacou.

Eduard Katsuhiro jogando Welton Kondo

Após cumprimentar autoridades, árbitros, professores, técnicos e atletas que estavam no ginásio Antônio Baldusco, Francisco de Carvalho agradeceu o apoio da Prefeitura de Itapecerica da Serra e a cordialidade da comunidade, e terminou cobrando comprometimento e postura dos faixas pretas paulistas.

“A classe sênior é a mais importante de todas por sintetizar tudo aquilo que aprendemos desde a infância com nossos professores. É o sênior que representa o Brasil nas principais competições, o que torna a responsabilidade de vocês muito maior. Mas quero enfatizar outro aspecto importante do judô adulto. É nesta classe que mostramos se nos tornamos verdadeiramente judocas, agindo dentro e fora dos tatamis com a ética e a lisura inerentes a todos que assimilam os ensinamentos deixados pelo professor Kano. Pensem nisso ao assumirem responsabilidades e fazerem suas escolhas no dia a dia, pois o judô nos ensina a cair e levantar, deixando exemplos de conduta e retidão”, expressou o dirigente.

Fazendo uma avaliação técnica do certame, Joji Kimura afirmou que o judô paulista se fortalece e se projeta no cenário nacional na medida em que estimula novos talentos.

“Acredito que tivemos uma disputa altamente competitiva. Vimos o Leandro Guilheiro, medalhista olímpico nos Jogos de Atenas (2004) e Pequim (2008), perder para um judoca júnior num combate intenso que durou mais de 12 minutos, e entendo que São Paulo saiu desta competição bastante fortalecido. Temos de continuar oxigenando a seleção paulista, dando oportunidade para os talentos que surgem a cada temporada”, disse o coordenador técnico da FPJudô.

Caio Kiwada levanta Bruno Watanabe

Kimura destacou ainda o grande momento que muitos judocas paulistas vivem, e explicou que todos buscam espaço na seleção brasileira.

“Vimos que os atletas estavam muito aguerridos e todos que chegaram às finais tiveram de lutar muito e suar o judogi. Acredito que vamos fortalecidos para o campeonato brasileiro e faremos uma campanha marcante. Temos excelentes atletas que vivem um grande momento e sem nenhuma lesão. Tanto o campeonato paulista quanto o brasileiro somam pontos para o ranking nacional, e todos os atletas vão a Salvador focados e cientes da responsabilidade de cada um no processo de renovação e fortalecimento da seleção brasileira sênior”, concluiu.

Andrea Oguma, técnica da equipe feminina do Esporte Clube Pinheiros, avaliou o desempenho da equipe que há décadas mantém hegemonia absoluta na classe sênior do judô paulista e brasileiro.

“Disputamos 12 finais e totalizamos sete medalhas de ouro, cinco de prata e quatro de bronze, que asseguraram a primeira colocação de nossa equipe. Este resultado é fruto de muito treinamento e de uma equipe boa; todos colaboram bastante, participam e ajudam no treinamento dos colegas. Mesmo os que não competiram aqui nos ajudaram a preparar a equipe, sem contar os atletas que servem a seleção e não puderam comparecer, e somaram no processo de fortalecimento e preparo dos judocas que lutaram por medalhas. É isso que dá consistência para a equipe”, detalhou Andrea, que falou sobre a prioridade da equipe. “O foco agora é o Troféu Brasil, que se realiza em agosto em Canoas (RS) e vai confirmar as vagas para o campeonato brasileiro”, concluiu a técnica campeã.

Francisco de Carvalho Filho faz seu pronunciamento na abertura do certame

Francisco de Carvalho Filho observou que o número de atletas pode não ser determinante no rendimento de uma competição.

“Na verdade, a quantidade de atletas não diz muita coisa quando falamos em qualidade. Promovemos uma abertura para que mais atletas pudessem participar. Se compararmos o número de inscritos nesta competição, constataremos apenas o gigantismo do judô paulista. Mas quantidade não é tudo e cito como exemplo o judô do Rio Grande do Sul. Não sei se os gaúchos inscreveram 50 ou 60 judocas no campeonato sênior da FGJ deste ano, mas sei que no ano passado eles fizeram dois campeões mundiais. Isso de quantidade muitas vezes é relativo”, disse o professor Chico.

O dirigente concluiu fazendo uma projeção do desempenho paulista na competição nacional que se realizará em outubro, na Bahia.

“Tradicionalmente o sênior de São Paulo representa 70 por cento do judô nacional. Geralmente conquistamos este percentual de medalhas, sendo que em algumas edições o índice aumenta ou diminui um pouco. É lógico que eu gostaria muito de ver mais Estados pontuando, pois isto aumentaria o intercâmbio técnico e fortaleceria o judô verde e amarelo, mas por mais que alguns dirigentes insistam em falar em homogeneidade, lamentavelmente este é o quadro”, concluiu o dirigente.

Vinicius Panini e Elimário Júnior se enfrentando nas quartas de final

Apenas quatro equipes conquistaram o ouro

Das 100 equipes inscritas na disputa, apenas o Esporte Clube Pinheiros, Associação Desportiva São Caetano, Clube Paineiras do Morumby e Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos subiram ao degrau mais alto do pódio. De modo geral, somente 26 equipes conquistaram medalhas.

Ao todo 64 medalhas estavam em disputa, mas quando se fala em nivelamento e homogeneidade técnica no Brasil, o mesmo quadro se repete em São Paulo no tocante à classe sênior. Nada menos que 74 equipes vindas de todo o Estado voltaram para casa com as mãos vazias.

O espírito competitivo, a busca por espaço e a determinação dos atletas em evoluir tecnicamente ao certo fará com que no próximo ano um número ainda maior de judocas se inscreva na competição.

Pinheiro impôs o ritmo da disputa

Como ocorre tradicionalmente, os judocas do Esporte Clube Pinheiros impuseram o ritmo na competição, disputando 12 finais. A equipe do Jardim Europa, na zona Oeste da capital, não participou apenas das finais do superligeiro masculino e feminino, no peso leve masculino, no peso médio feminino e no pesado feminino, e ainda fez dobradinha no peso médio masculino.

Não bastassem as 16 medalhas conquistadas, o Clube Pinheiros foi campeão geral feminino e masculino, totalizando sete medalhas com as meninas e nove com os rapazes.

Reeditando o desempenho alcançado num passado não muito distante e disputando seis finais que renderam quatro medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze, a Associação Desportiva São Caetano obteve a segunda colocação geral.

Com três medalhas de ouro no feminino e uma no masculino, a equipe do ABC foi vice-campeã geral no feminino e ficou na quarta colocação no masculino.

Componentes da mesa de honra fazem o Mokutô

Presente em quatro finais e somando quatro medalhas de ouro e três de bronze, o Clube Paineiras do Morumby ficou na terceira colocação geral.

O clube da Zona Sul da capital paulista foi vice-campeã geral no masculino e terceira colocada no feminino ao conquistar duas medalhas de ouro no feminino e duas no masculino.

Os judocas da Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos totalizaram uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze, que garantiram a quarta colocação geral na disputa.

Todas as medalhas conquistadas pelo time do Vale do Paraíba foram obtidas por judocas da equipe masculina, que lhe garantiram também a terceira colocação geral na categoria.

Totalizando duas medalhas de prata e três de bronze o SESI-SP garantiu a quinta colocação geral, o quinto lugar na disputa masculina e a quarta colocação no ranking feminino.

Finais eletrizantes

Seguindo o modelo de finais simultâneas, a briga pela medalha de ouro transformou as finais do Campeonato Paulista Sênior numa disputa dinâmica e eletrizante.

As finais da classe sênior também são extremamente empolgantes devido ao elevado número de atletas de alto nível técnico e com passagem pela seleção brasileira.

Entre os competidores havia medalhistas olímpicos, muitos judocas com várias passagens pela seleção brasileira sênior e outros que estão na seleção atual. Entre eles destacaram-se Leandro Guilheiro, Gabriela Chibana, Vitor Torrente, Eleudis Valentim, Tawany Silva, Marcelo Fuzita, Kainan Pires, Lincoln Neves, Eduardo Katsuhiro Barbosa, Mariana Barros, Yanka Pascoalino, Amanda Oliveira, Vinicius Panini, Henrique Francini, Raphael Magalhães, Gabriel Souza, Gabriel Oliveira, Samanta Soares, Rafael Buzacarini, Ellen Furtado, Sibilla Faccholli e os pesos pesados Jonas Inocêncio, Agatha Silva e João Marcos Silva, que prometem voos muito altos nos cenários nacional e internacional.

O Campeonato Paulista Sênior é indubitavelmente muito mais forte e competitivo do que o certame nacional desta classe. E isso ocorre porque São Paulo dispõe de estrutura federativa de Primeiro Mundo e gestão administrativa de altíssimo nível.

Além disso, alguns dos principais clubes sociais e esportivos do Brasil têm sede no Estado e concentram grande quantidade de atletas do alto rendimento em todas as classes e categorias de peso.

Os anfitriões de Itapecerica da Serra, Miro Dias,
Carlinhos Bandeira, Eduardo Lourencetto e Alan Dias

Em média 1.100 técnicos são credenciados, anualmente no Estado e, além de possuir centenas de professores e técnicos altamente capacitados, o judô paulista reuni milhares de atletas tecnicamente diferenciados desde a base ao alto rendimento. Por tudo isso, é muito mais fácil chegar ao pódio num campeonato brasileiro do que no paulista.

Esporte Clube Pinheiros, campeão paulista sênior de 2108