Presidente do Comitê Olímpico do Japão é acusado de corrupção ativa na França

Tsunekazu Takeda, presidente do Comitê Olímpico do Japão

Tsunekazu Takeda, presidente do Comitê Olímpico do Japão, foi indiciado por subornos ligados à bem-sucedida candidatura de Tóquio para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020

Gestão Esportiva
13 de janeiro de 2019
Por ISABELA LEMOS e PAULO PINTO I Fotos GETTY IMAGES e AFP
Paris – França

De acordo com o Financial Crimes Office da França, o presidente do Comitê Olímpico do Japão (COJ) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) Tsunekazu Takeda é suspeito de ter subornado integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para assegurar a escolha da capital do país como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020.

Segundo o jornal francês Le Monde, autoridades francesas suspeitam de que a votação do Comitê Olímpico Internacional realizada em Buenos Aires em 2013 foi influenciada por acordos que garantiram o apoio dos membros do COI da África.

Tsunekazu Takeda foi denunciado por corrupção ativa devido à candidatura bem-sucedida de Tóquio 2020

Le Monde também relatou que Takeda foi indiciado por corrupção ativa devido a pagamentos de US$ 2 milhões para a Black Tidings, empresa ligada ao senegalês Papa Massata Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack. Papa e Lamine já tinham sido indiciados por corrupção pela Justiça da França, o que levou os investigadores ao dirigente japonês.

Ex-atleta olímpico, Takeda defendeu o Japão no hipismo nos Jogos de Munique em 1972 e Montreal em 1976. Antes de tornar-se presidente do Comitê Olímpico do Japão em 2001, o dirigente atuou em diversas áreas da gestão esportiva.

Como chefe da comissão de marketing do COI desde 2014, Takeda viabilizou a assinatura de importantes contratos de patrocínio, envolvendo centenas de milhões de dólares, com empresas como a Intel, Alibaba e Allianz.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Comitê Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda negou qualquer irregularidade.

“O caso está criando enorme preocupação entre as pessoas que apoiam os Jogos de Tóquio, mas continuarei cooperando na investigação, a fim de esclarecer qualquer suspeita sobre mim”, afirmou Takeda.

Cerimônia de despedida da equipe olímpica japonesa nos Jogos do Rio de Janeiro

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse à NHK que estava muito surpresa e intrigada, mas se recusou a especular sobre como isso poderia impactar as Olimpíadas de Tóquio. “Acabei de receber o relatório inicial sobre este caso, então não tenho informações suficientes”, disse ela.

Nascido em 1º de novembro de 1947, em Tóquio, Takeda é filho do príncipe Tsuneyoshi Takeda e da princesa Tsuneyoshi Mitsuko, e bisneto do imperador Meiji.

Takeda é membro do conselho global de comitês olímpicos, conhecido como ANOC, e do Conselho Olímpico da Ásia. Desde 2001 é presidente do Comitê Olímpico do Japão e é cotado para ser reeleito em junho para o seu 11° mandato.

Atualmente, três membros do Comitê Olímpico Internacional encontram-se afastados: Patrick Hickey, da Irlanda; Frankie Fredericks, da Namíbia; e Sheik Ahmad, do Kuwait. Além deles, o membro honorário Carlos Arthur Nuzman, do Brasil, que comandou as Olimpíadas Rio 2016, também está suspenso devido a uma investigação similar de compra de votos.

Takeda é bisneto do imperador Meiji