A força da mulher paraibana

Silvana Fernandes garante o bronze na classe K44 pela categoria até 58kg © Rogério Capela / CPB

Silvana Fernandes conquista a medalha de bronze no parataekwondo pela classe K44 na categoria até 58kg

Fonte Giulia Ciccarelli / CBTKD
6 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)

A medalhista de bronze paraibana com Rodrigo Ferla (coordenador técnico do parataekwondo) e Elisa Pilarsk (fisioterapeuta) da seleção brasileira de taekwondo © Rogério Capela / CPB

Nunca antes atletas nordestinos foram tão fundamentais para o sucesso do esporte no Brasil. Das medalhas conquistadas no Japão, mais de 40% são de atletas da região, e Silvana Fernandes representa a mulher nordestina com excelência no segundo dia consecutivo da estreia do parataekwondo nos Jogos Paralímpicos.

Um protagonismo inédito em 101 anos de participação olímpica do Brasil de uma região que é pouco valorizada no circuito esportivo brasileiro. O Nordeste se tornou uma peça importante na campanha olímpica e a Confederação Brasileira de Taekwondo tem o orgulho de prestigiar essa linda vitória da guerreira paraibana Silvana Fernandes, que conquistou a medalha de bronze na disputa até 58kg da categoria K44.

O pódio da categoria 58kg da classe K44 © Rogério Capela / CPB

Silvana começou no atletismo com 15 anos de idade nos jogos escolares, com o sonho de participar de uma olimpíada. Ela, que tem apenas 22 anos, via seu sonho morrer através do atletismo, quando em 2018 conheceu o parataekwondo. Ela estava em uma competição em Aracaju quando conheceu um funcionário do CPB e ele a chamou para conhecer a modalidade. Através do seu biotipo e sua determinação para o esporte, Silvana começou sua procura por locais para iniciar na luta e assim chegar mais perto do sonho de subir ao pódio.

Silvana conheceu o técnico Alan Nascimento, uns dos percursores do parataekwondo no Brasil, e ele a chamou para fazer um teste. Foi através dele que foi passada uma visão promissora dentro da modalidade, e ela ganhou o seu primeiro campeonato no Nordeste e em seguida foi para os campeonatos internacionais. Sua primeira convocação para a seleção foi em junho de 2019. Nascida em São Bento (PB), ela tem má formação congênita no braço direito, o que nunca foi um empecilho para ela conquistar todos os seus sonhos.

Feliz, Silvana Fernandes exibe a medalha de bronze conquistada em Tóquio © Rogério Capela / CPB

A vitória

Silvana fez sua estreia na madrugada desta sexta-feira (3), e foi classificada para as semifinais da categoria 58Kg do parataekwondo, mas infelizmente deixou escapar a chance de lutar pela medalha de ouro. Silvana foi derrotada pela dinamarquesa Lisa Gjessing por 8 a 6.

A luta foi acirrada, porém, Silvana começou com um primeiro round ruim, perdendo de 6 a 2. Ensaiando se superar no segundo round, conseguiu somar mais três pontos e segurou a adversária, contudo, no último round, a dinamarquesa fez 2 a 1 e Silvana não conseguiu descontar a vantagem, perdendo no placar final de 8 a 6.

A taekwondista agradece a conquista extremamente importante para ela e para o taekwondo brasileiro © Rogério Capela / CPB

Silvana foi então à disputa do bronze com a turca Gamze Gurdal, que aconteceu nesta sexta-feira (3). A atleta começou muito bem na disputa e encerrou o primeiro round 3 a 1; no segundo round Silvana estava confiante, o que a deu uma vantagem muito grande em relação à turca, com a diferença de 14 a 5 no placar. No terceiro round, Silvana conquistou uma diferença de 26 a 9 contra a turca, ganhando assim a tão merecida medalha de bronze.

Silvana conta que chegou com um objetivo. “Eu falei para o Rodrigo Ferla (coordenador técnico da seleção brasileira de parataekwondo) que a comissão não sairia daqui sem medalha, independente da cor. Nós pegamos a semifinal, que seria uma das minhas lutas mais difíceis, já que era contra a número um do mundo, a Lisa Gjessing. Eu já tinha ganhado dela, então seria uma luta bem equilibrada, mas ela conseguiu se sobressair. Cabeça erguida, fui em busca do bronze e graças a Deus consegui. Esse bronze não é só meu, mas do Brasil inteiro, de toda a minha comissão, da minha família e dos meus amigos. Se Deus quiser, vou chegar no Brasil, comemorar esse bronze e depois continuar firme os treinamentos já visando as próximas competições. ”

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