A influência do lactato sanguíneo em treinamentos de judocas

Diversos estudos são conduzidos com o propósito de evitar o overtraining e as lesões, que podem ser potencializados devido a calendários competitivos saturados e a pressão por resultados © Budopress

Estudo publicado na revista The Arts and Sciences of Judo mostra que duas metodologias de treino diferentes podem ser comparadas

Por Helena Sbrissia
19 de junho de 2021 / Curitiba (PR)

Atualmente, as mais variadas modalidades esportivas apresentam cada vez mais demandas na busca pelo alto rendimento de atletas. Por isso, diversos estudos são conduzidos com o propósito de evitar o overtraining e as lesões, que podem ser potencializados devido a calendários competitivos saturados e a pressão por resultados.

No judô, a discussão permeia também questões relacionadas a aplicações metodológicas de treinamentos. Por isso, José Alfredo Olívio Júnior, Antônio Carlos Tavares Júnior, Tiago Volpi Braz, Paulo Roveroni, Alexandro Santos da Silva, Henrique Santos da Silva, Júlio Wilson dos Santos e Alexandre Janotta Drigo realizaram estudo publicado na revista The Arts and Sciences of Judo (as artes e ciências do judô, em tradução livre) com o nome Resposta do lactato sanguíneo em duas diferentes propostas metodológicas de treinamento de judô.

O artigo propõe nova metodologia de treinamento e aprendizagem chamada Pedagogia Complexa do Judô, baseada no método situacional e na periodização tática (ST). O objetivo principal é preconizar pontos importantes para uma luta de judô: aproximação, contato, criação de oportunidades, desequilíbrio, aplicação, projeção, transição e luta de solo. Enquanto isso, no método tradicional (TT), o treino técnico é composto principalmente de repetições cíclicas de golpes e treino de lutas.

Essa preconização tem por motivo a necessidade de movimentações específicas com a maior economia energética possível. Em contrapartida, o objetivo do treinamento tático é compreender a estrutura da modalidade esportiva orientando-o de acordo com a especificidade e objetivo de cada uma de maneira contextualizada e dinâmica, para que o atleta consiga aperfeiçoar a tomada de decisão durante a competição.

A campeã olímpica Rafaela Silva em treinamento de campo em Pindamonhangaba © Budopress

“Em um TT a simulação de luta terá um tempo pré-determinado e o objetivo dos judocas será conseguir pontuações, projeções e imobilizações, sem priorizar determinados aspectos da luta. No ST, com ênfase na UF de transição, por exemplo, os judocas serão orientados a pontuarem principalmente nos momentos em que a luta estiver transitando entre a parte em pé e parte de chão, de maneira a melhorarem esse aspecto específico”, segundo os autores.

O parâmetro utilizado para defender o ponto levantado pelos pesquisadores foi o lactato sanguíneo, por causa da alta demanda glicolítica e por ser um marcador da carga interna, além de ser o método mais utilizado para controlar a intensidade e treinamentos em competições de judô (Bonitch-Góngora et al. 2012; Drigo et al. 1996; Franchini, Artioli, and Brito 2013).

Em estudo feito com 24 judocas de categorias sub 18 e sub 21, os pesquisadores fizeram uma avaliação e chegaram à conclusão de que, apesar de haver uma intensidade maior nos treinamentos TT para categorias específicas de treinamento, o ST, proposto pelos autores, ainda deve ser mais estudado para que outros resultados possam ser comparados.

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