20 de novembro de 2024
A intervenção e o futuro do judô paulista e quiçá do Brasil
Uma oposição madura e consciente é essencial para promover um ambiente de desenvolvimento contínuo e sustentável no esporte, mas para que ocorra uma eventual rotação no comando das entidades é preciso que a oposição se destaque pela sua eficácia e produtividade.
Por Paulo Pinto / Global Sports
7 de junho de 2024 / Curitiba (PR)
Analisando o quadro vivido por São Paulo, desde o cancelamento e a prorrogação da assembleia de prestação de contas e eletiva de 2021 devido ao fechamento de todos os espaços públicos e privados do Brasil, em razão da pandemia, percebemos várias lições importantes.
O cenário, que inicialmente se desenhava desastroso, acabou por desencadear um processo de evolução para a maior entidade estadual de administração do judô nas Américas.
Não se trata de conjecturas ou tentativas de adivinhação, mas de projeções fundamentadas que indicam um futuro promissor para a modalidade. Após o término de um processo desafiador, observamos um amadurecimento significativo de todos os envolvidos no judô paulista, incluindo professores, técnicos, dirigentes das agremiações, delegados regionais e líderes dos diversos setores da Federação Paulista de Judô (FPJudô).
Revendo o futuro
Após 30 anos da gestão de Francisco de Carvalho Filho, período durante o qual o judô paulista vivenciou um crescimento significativo em vários aspectos, bem como alguns retrocessos, a presença de uma oposição construtiva tornou-se premente. A verdadeira contribuição deste grupo opositor, que tem a função de questionar e analisar criticamente as decisões dos dirigentes, depende essencialmente da qualidade das lideranças, do diálogo e das propostas que apresentam.
Diante disso, vamos abordar a importância de uma oposição eficaz e propositiva na gestão esportiva, destacando como essa postura pode contribuir efetivamente para o desenvolvimento integral da modalidade.
O verdadeiro papel de uma oposição consciente
A gestão esportiva moderna exige uma abordagem holística que considere todos os aspectos fundamentais para o progresso da modalidade. Isso inclui uma gestão financeira transparente, um desenvolvimento técnico esportivo homogêneo desde a base até o alto rendimento, uma arbitragem qualificada e estruturas adequadas para a realização de eventos cada vez mais seguros e de excelência. Nesse contexto, a oposição desempenha um papel crucial. Contudo, a eficácia da oposição está diretamente ligada à qualidade de suas contribuições.
Quando a oposição atua com competência, ela força a situação a melhorar constantemente, adotando as melhores práticas de gestão existentes. Isso inclui a implementação de mecanismos modernos de transparência financeira, a promoção de um ambiente técnico que favoreça tanto a descoberta de jovens talentos quanto a excelência no alto rendimento, e a garantia de que os eventos sejam realizados com o máximo de perfeição possível.
A competência da oposição reflete-se diretamente na sua capacidade de ser ouvida e respeitada. Uma oposição medíocre, desprovida de propostas concretas e baseada em críticas vazias não contribui para o progresso da modalidade e tende a permanecer marginalizada. Por outro lado, uma oposição qualificada, que apresenta soluções viáveis e trabalha de maneira construtiva, pode tornar-se um motor de mudanças significativas.
Alternância de poder
Para que ocorra uma eventual rotação no comando das entidades esportivas, é necessário que a oposição se destaque pela sua eficácia e produtividade. Ao respeitar o cenário que almeja conquistar, apresentando propostas coerentes, exequíveis e embasadas nas leis que pautam a modalidade, a oposição não apenas eleva o nível do debate, mas também contribui para um ambiente de gestão mais democrático e transparente.
“O papel da oposição não deve jamais ser subestimado, pois sua qualidade pode determinar o futuro da modalidade e a evolução das práticas de gestão.”
Concluindo, a oposição somente será ouvida e respeitada a partir do momento em que demonstrar maturidade, eficácia e produtividade. Quando se mostrar capaz de respeitar o cenário, ser propositiva e apresentar propostas concretas. Esses são os pilares para que a oposição deixe de ser vista como uma força insensata e agressiva e passe a ser reconhecida como um agente de mudanças e desenvolvimento na gestão esportiva.
Portanto, o papel da oposição não deve jamais ser subestimado, pois sua qualidade pode determinar o futuro da modalidade e a evolução das suas práticas de gestão. Caso contrário, a mesma estará eternamente à margem e relegada ao último plano.