19 de novembro de 2024
Agenda híbrida projeta Encontro Nacional dos Conselhos Regionais de Educação Física no Paraná
ENAC 2023 tem participação e protagonismo em importantes eventos das áreas da saúde, da educação e do esporte realizados simultaneamente em Curitiba.
Por Paulo Pinto / Global Sports
3 de julho de 2023 / Curitiba (PR)
Realizado pelo Conselho Regional de Educação Física do Estado do Paraná (CREF9/PR), o Encontro Nacional dos Conselhos Regionais de Educação Física (ENAC 2023) reuniu na capital paranaense de 21 a 23 de junho representantes de onze CREFs de 14 Estados, nos quais atuam mais de 400 mil Profissionais de Educação Física registrados.
Além de organizar uma agenda abrangente, constituída de palestras sobre temas atuais e de grande impacto no âmbito da gestão e do exercício da profissão, o CREF9/PR conseguiu incluir a Educação Física e seus profissionais em discussões importantíssimas nas áreas da saúdem da educação e do esporte em eventos realizados simultaneamente em Curitiba.
Isso ficou evidente no II Encontro Nacional de Secretários e Secretárias de Esporte, voltado para melhorar a qualidade de vida da população por meio da prática do esporte e da atividade física, e em audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná sobre Ações Integradas para o Combate à Obesidade, na qual o CREF9 apontou caminhos a serem seguidos. Um grupo de trabalho com especialistas de diversas áreas foi formado para aprofundar os conhecimentos sobre a doença que já é considerada a epidemia do século 21.
Encontro de secretários
O ENAC 2023 participou ativamente do II Encontro Nacional de Secretários e Secretárias de Esporte, realizado pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba em parceria com a Secretaria Estadual do Esporte e com o CREF9/PR.
Compareceram à abertura do encontro Rafael Greca, prefeito de Curitiba; Ana Moser, ministra do Esporte; Carlos Eduardo Pijak, secretário municipal de Esporte, Lazer e Juventude; Hélio Wirbiski, secretário estadual de Esporte; Gustavo Chaves Brandão, presidente do CREF9/PR; Humberto Panzetti, presidente da Associação Brasileira de Secretários Municipais de Esporte e Lazer; Mariana Dantas, secretária de Estado do Esporte e Lazer de Sergipe; e Carlos Augusto Vianna, secretário municipal de Esportes e Lazer de São Paulo.
Na cerimônia de abertura foi assinado um protocolo de intenções entre as secretarias municipais de São Paulo e Curitiba, prevendo troca de experiências, programas de intercâmbio e desenvolvimento de projetos esportivos em conjunto, com foco na identificação e formação de jovens talentos e no apoio a atletas de alto rendimento.
Secretários de 202 cidades de todo o País e de Estados das cinco regiões puderam apresentar e debater as políticas públicas desenvolvidas Brasil afora. Medalhistas olímpicos e paralímpicos falaram sobre suas trajetórias e vivências no esporte e puderam conhecer os programas de Curitiba na área, incluindo ex-atletas do alto rendimento que se tornaram Profissionais de Educação Física e hoje atuam na gestão pública do esporte ou na área técnica de suas modalidades.
“Esta foi mais uma experiência importante, já que pudemos apresentar, desenvolver e conhecer trabalhos que irão melhorar significativamente a qualidade de vida de milhões de pessoas por meio da prática do esporte e da atividade física”, afirmou o secretário curitibano Carlos Pijak Júnior.
Para a secretária estadual de São Paulo, coronel Helena Reis, a troca de experiências é uma oportunidade de alinhar o desenvolvimento da sociedade por meio do esporte. “Esse intercâmbio de ideias é rico e nos inspira a desenvolver soluções criativas em todos os municípios do Estado de São Paulo”.
O evento realizou-se num momento oportuno para a discussão das realidades e necessidades dos municípios no esporte. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Secretários Municipais de Esporte e Lazer, Humberto Panzetti, a reunião dos representantes municipais coincide com a atualização nas legislações esportivas, possibilitando que as políticas públicas sejam pensadas para atender a diferentes realidades e sejam propostas soluções efetivas para desenvolvimento de qualidade de vida, saúde e inclusão.
“Quando ficam frente a frente secretários que representam mais de 50% da população brasileira para discutir políticas públicas que se adequem a todos, o resultado vai ser bom. Cada um vai voltar para sua cidade com novas ideias e grandes objetivos”, relatou Panzetti.
Durante o evento a Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude de Curitiba fechou parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), isentando de inscrição os professores e servidores da secretaria que irão participara da COB Expo em setembro, em São Paulo. Serão cinco dias com muitas atividades, clínicas esportivas, competições em diversas modalidades, cursos e oportunidades de negócios, com a presença de grandes nomes do esporte.
“Será um prazer receber os professores e treinadores curitibanos na COB Expo 2023”, afirmou Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do Comitê Olímpico do Brasil. “Curitiba deu o pontapé inicial para que os membros do poder público possam unir-se e proporcionar às crianças brasileiras a oportunidade de conhecer as diversas modalidades esportivas. Um atleta de alto rendimento começa sua jornada ainda criança, por isso, é fundamental descobrir o talento de cada um o mais cedo possível.”
No encontro, Gustavo Chaves Brandão, presidente do CREF9/PR, falou sobre a importância do Profissional de Educação Física para as secretarias de Esporte. “Como havia 201 municípios representados, achei por bem fazer uma abordagem que desse a real noção da importância do trabalho dos PEFs. São eles que realmente podem dinamizar a atividade física, proporcionando segurança à sociedade, pois estão devidamente capacitados e habilitados a garantir os resultados, sejam eles voltados aos esportes, a educação ou saúde, com total segurança.”
Brandão enfatizou a importância de poder mostrar isso a centenas de gestores públicos municipais ao mesmo tempo. “Lembramos que nós também atuamos de forma preventiva. É claro que uma população fisicamente ativa é muito mais saudável e exige menor gasto da área da saúde.” Daí a necessidade de oferecer aos PEFs as melhores condições de trabalho, e remuneração adequada, o que nem sempre ocorre. “Algumas secretarias de Esporte contratam um técnico por 10 ou 11 meses, só que nós precisamos de recursos para sobreviver o ano todo”, exemplificou o presidente do CREF9/PR.
Presença ilustre no evento, o vice-campeão olímpico de judô Tiago Camilo considera a realização do encontro nacional de secretários extremamente relevante para o desenvolvimento de políticas públicas no setor. “O esporte é muito importante no desenvolvimento da sociedade, principalmente entre as crianças, colaborando para educar, informar e transmitir valores que serão seguidos por toda a vida”, disse Camilo.
O atleta é um grande exemplo disso. Com apenas 18 anos, em 2000, ele conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália. Em 2008, levou o bronze em Pequim, na China. A trajetória de sucesso do judoca paulista também foi marcada por quatro importantes medalhas de ouro, uma no Campeonato Mundial de 2007 e três nos Jogos Pan-Americanos em 2007, 2011 e 2015.
Combate à obesidade
O programa Ações Integradas para o Combate à Obesidade no Paraná, proposto pelo presidente da Frente Parlamentar da Medicina, deputado Ney Leprevost (União Brasil), foi apresentado a especialistas de diversas áreas ligadas à saúde. Os dados sobre a doença no Estado são alarmantes: 70,71% de paranaenses então com sobrepeso e 36,79% são obesos. Os números estão acima dos nacionais, que apontam 68,6% de pessoas com sobrepeso e 33,98% com obesidade.
Um grupo de trabalho foi formado com o objetivo de coletar informações e elaborar sugestões para um projeto de lei com sugestões e propostas de conscientização em relação à prevenção da obesidade e estabelecendo um procedimento padrão de tratamento. O protocolo de criação foi firmado em audiência pública na Assembleia Legislativa no dia 22 de junho.
Leprevost explicou que a ideia surgiu depois que foi procurado por um grupo de médicos extremamente preocupados com o aumento da obesidade e das doenças relacionadas na população brasileira, como diabetes, pressão alta, colesterol alto e outras que, se não forem tratadas precocemente, podem matar.
Já o médico Caetano Marchesini, referência em cirurgia bariátrica, foi bastante incisivo: “Vivemos uma realidade alarmante. As novas gerações podem ter uma expectativa de vida mais curta que a das anteriores por causa do avanço da silenciosa obesidade e de doenças correlatas”.
O presidente nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Antônio Carlos Valezi, informou que o Paraná é o Estado que mais faz procedimentos nessa especialidade, mas que a parcela atendida ainda é muito pequena. “Estamos procurando aumentar o acesso a esse tipo de tratamento. O certo seria evitar que a população precisasse da cirurgia, por isso precisamos de atitudes políticas e médicas para que não haja tantos pacientes obeses.”
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná, André Vianna, citou que a doença afeta 17 milhões de pessoas e que 90% dos casos são causados pela obesidade. “Por isso, o enfrentamento é de imensa importância. Hoje todas as diretrizes internacionais consideram a prevenção e o tratamento de obesidade medidas fundamentais.”
O presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, André Ribeiro Langowiski, citou o impacto da obesidade, principalmente a visceral, nas doenças cardiovasculares. “Tanto o infarto quanto o AVC têm relação com processos inflamatórios. E o obeso é um indivíduo inflamado por natureza”, afirmou.
De acordo com a presidente do Conselho Regional de Nutrição, Cilene da Silvas Gomes Ribeiro, apesar de haver outros fatores, a alimentação é fundamental no contexto da obesidade. “A questão também é social, pois muitas vezes falta o acesso a alimentos saudáveis. Outro ponto importante é a regulamentação dos alimentos ultraprocessados, com tributações e a regulação da publicidade sobre eles”, comentou.
Para a professora e pesquisadora Regina Maria Vilela, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é fundamental reunir vários profissionais e diferentes estruturas governamentais para enfrentar a epidemia da obesidade. “Infelizmente”, desabafou, “os programas ainda estão falhando.”
Presença precisa ser maior
Em seu pronunciamento Gustavo Chaves Brandão, presidente do Conselho Regional de Educação Física no Paraná, pontuou que ali estavam os representantes de 11 Conselhos Regionais de Educação Física, de 14 Estados, que representam mais de 400 mil profissionais do País, além de vários conselheiros do CREF9/PR.
“Quando falamos em obesidade, acesso a serviços e redução de gastos com tratamento de doenças, é importante destacar que, se não agirmos agora, este problema vai agravar-se”, alertou Brandão, preocupado com o projeto de reforma tributária em tramitação no Congresso. Ele entende que as medidas propostas poderão onerar as academias e causar a redução do número de clientes. “Temos de nos mobilizar de todas as formas para evitar que isso ocorra.”
O Brasil é o segundo país no mundo em número de academias, mas apenas o sétimo ou oitavo na utilização desses espaços, segundo Brandão. Ele entende que ainda são necessários estímulos que facilitem a criação de mais estabelecimentos. “Colocamos todos os nossos conselheiros à disposição dessas políticas públicas porque as academias, assim como os Profissionais de Educação Física, têm muito a contribuir na redução dos números da obesidade. Por serem um local de atenção primária da saúde, as academias devem ser tributadas como tal.”
O presidente do CREF9/PR destacou que o Profissional de Educação Física não atua apenas no lazer, na educação e no esporte, mas também, e muito efetivamente, no combate, no controle e na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. E assegurou que os CREFs podem capacitar profissionais e contribuir contribuir com a construção de políticas públicas de saúde efetivas.
Como exemplo, Bradão citou a recente contratação de PEFs pelas Secretarias de Saúde de Curitiba e de Londrina. “É importante agirmos com inteligência para reduzir os gastos em educação e saúde e estamos aqui dispostos a contribuir para reverter este quadro tão grave que afeta nossa população.”
Participaram ainda da audiência pública o presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho; o presidente da Comissão da Saúde da Câmara Municipal de Curitiba, vereador Alexandre Leprevost (Solidariedade); a presidente do Instituto da Pessoa com Diabetes (IPD), Ângela Regina Nazário; a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Regional Paraná), Maria Augusta Karas Zellas; o presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), José Alfredo Sadowski; e a coordenadora de Saúde do Adulto da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Ana Maria Cavalcanti.
Interesses do setor em foco no ENAC
Profissionais renomados proferiram palestras sobre os mais importantes temas de interesse dos Profissionais da Educação Física no auditório do CREF9/PR em Curitiba. O pronunciamento mais contundente partiu do professor Humberto Panzetti (CREF 025446-G/SP), que considera extremamente prejudicial ao setor a nova Lei Geral do Esporte, promulgada pelo presidente da República em 15 de junho.
Selo de qualidade para academias
Edson Marcelo Lopes, presidente da Associação dos Centros de Atividade Física do Brasil (ACAF), consultor e facilitador do programa Empretec do Sebrae há 20 anos, explicou como funciona o Selo de Qualidade e quais são suas vantagens desse programa desenvolvido em parceria com o Sebrae. Entre os inúmeros recursos do programa, o mais importante é o de gestão da academia.
Trata-se basicamente de um processo de capacitação em gestão destinado a PEFs proprietários de academia com o objetivo de aumentar a lucratividade do negócio e melhorar a remuneração dos profissionais contratados. Lopes explicou que o Sebrae já oferecia algo no gênero, mas não voltado especificamente para esta área. para o nosso setor e não atendia nossas demanadas. “Por meio da ACAF criamos uma ferramenta de avaliação de qualidade atendendo às particularidades das academias, já abrangendo as questões técnicas”, explicou. O programa adicionou recentemente o respaldo técnico e institucional do CREF9/PR.
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Inteligência Artificial substituirá o Profissional de Educação Física?
O professor e delegado do CREF9/PR Aurélio Alfieri (CREF 009911-G/PR), ministrou uma das palestras mais interessantes e envolventes do ENAC 2023. Especialista em treinamento esportivo e em psicologia corporal com certificação internacional, Alfieri desenvolve exercícios eficientes e inclusivos para auxiliar na promoção da saúde e prevenção de doenças na senioridade e projetou como o mercado e fitness e saúde deverá evoluir nos próximos anos.
Ele explicou de forma clara e objetiva que no futuro próximo haverá apenas dois tipos de PEFs: o analógico, ou seja o que existe até hoje, e o digital, que se destacará dos demais e ditará as normas e padrões de conduta das novas gerações.
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Integridade e antidoping
Fernando Solera, médico presidente da Comissão de Antidoping do Comitê Brasileiro de Clubes, e Paulo Schmitt, consultor jurídico da CBC e do COB, fizeram palestra virtual sobre os principais aspectos da lei antidopagem redigida pela Agência Mundial Antidoping (Wada), passando pela utilização de suplementos e demais riscos que atletas do alto rendimento enfrentam no dia a dia.
Lembrando que o doping não somente interfere na ética e na justiça do esporte, mas é prejudicial à saúde dos atletas. Eles enfatizaram que a prática sujeita a punição tanto o atleta quanto técnicos ou treinadores que administrem ou tentem administrar substância ou método proibido a seus orientados. É condenável, ainda, recusar fornecimento de amostra ou tentar fraudar de alguma forma o processo de testagem.
Marca pessoal e reputação
O professor doutor Diogo Netto, especialista em personal training e ciências da saúde, com mestrado em fisiologia da performance e doutorado em ciências da saúde e medicina esportiva na infância e na adolescência, abordou os avanços da área técnica esportiva no campo acadêmico e na formação profissional.
Desenvolvedor de talentos no futebol e consultor internacional com atuação na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) durante nove anos ele atribui ao uso de modernas plataformas tecnologicas os avanços no conhecimento e no valor atribuído aos Profissionais de Educação Física.
Após falar sobre sua ampla gama de atuação nos últimos anos e o ganho no aprendizado, Diogo enumerou dez principais habilidades sócioemocionais e comportais que serão exigidas dos profissionais do futuro:
- Flexibilidade cognitiva, ou seja, capacidade para perceber novos estímulos e mudanças de mentalidade.
- Negociar e saber se relacionar para conduzir a alcançar as metas perseguidas.
- Capacidade de servir e doar, para atingir seus objetivos.
- Habilidade para tomar decisões fundamentadas em dados.
- Habilidades interpessoais e saber lidar com diferentes perfís comportamentais.
- Saber valorizar as pessoas e fomentar as habilidades de cada indivíduo.
- Criatividade, inovação de projetos e soluções inteligentes.
- Pensamento crítico.
- Resolução de problemas complexos.
- Inteligência emocional, isto é, possuir empatia, saber lidar com a alegria, a dor, a vitória e a derrota.
- Possuir autorresponsabilidade e autoconhecimento.
Importância do profissional nas ações do governo
Walmir Matos, presidente da Paraná Esporte, autarquia da secretaria estadual do Esporte, destacou em sua palestra a presença dos Profissionais de Educação Física em todas as áreas de sua pasta e os bons resultados trazidos com a parceria mantida com o CREF9/PR.
“A política do esporte no Estado hoje tem amplitude total, atende a todos os públicos, que somam mais de 300 mil pessoas. Temos até jogos de aventura e natureza, com mais de 40 modalidades. E em todas as atividades, de alguma, forma está inserido o Profissional de Educação Física”, afirmou. “Nós demos as mãos ao CREF do Paraná, que se tornou um elemento essencial e nos ajudou a fazer esse grande trabalho.”
Entre as ações em andamento, Walmir Matos citou várias infraestruturas no Estado, como a montagem de três pistas de atletismo, o Centro Nacional de Atletismo (CNTA) em Cascavel, legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016, e a construção da maior pista de skate do estado no Tarumã, que será usada pelos atletas da modalidade nos treinamentos para Paris 2024.
“Nós somos hoje um celeiro de atletas no Paraná, com destaque nos jogos escolares e nos jogos da juventude, e isso tudo é possível graças ao trabalho do Profissional de Educação Física e à visão do presidente do CREF9. Estamos orgulhosos dessa parceria, e quero parabenizar Gustavo por este evento. Na medida que pudermos estaremos aqui.”
Inovações do CREF9/PR
Depois de agradecer a presença e o apoio dos dirigentes do CREFs, o professor Gustavo Chaves Brandão, presidente CREF9/PR, apresentou o ambicioso projeto que cria 23 comissões regionais no Estado. “Ainda estamos no processo de definir os nomes dos conselheiros e delegados que atuarão nessas comissões, mas é importante destacar que nenhum região ficará descoberta. Nosso objetivo central é promover reuniões semestrais com lideranças politicas, prefeitos e vereadores, além dos Profissionais de Educação Física, levando informações sobre nossas atividades. O Paraná tem quase 400 municípios e nós temos profissionais em 398 deles.”
Brandão enfatizou a necessidade de fortalecer essa presença e alcançar o protagonismo. “Um um pedido que eu faço aos nossos conselheiros e delegados é que consigamos implantar o mais rápido possível essas comissões e para isso precisamos dos nomes dos membros que vão integrá-las”, concluiu. “Assim que todos tiverem tomado posse a nossa mobilização técnica, administrativa e política será infinitamente maior e mais produtiva.”
Nova Lei Geral do Esporte
O vice-presidente do CREF4/SP – presidente da Associação Brasileira de Secretários Municipais de Esporte e Lazer e membro do Conselho Nacional do Esporte – acredita que faltou articulação política e que agora não adianta reclamar.
“De 2017 para cá houve inúmeras audiências públicas, e representantes de todas as profissões foram chamadas a participar”, afirmou Panzetti. “Então, só pode haver duas leituras: ou nós fomos muito omissos ou não tivemos articulação política. Eu prefiro entender que faltou articulação política”. Segundo ele, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) apegou-se a uma lei, acreditando poder levar a discussão à Justiça. “Mas isso não cabe.”
Panzetti explicou que conversou diversas vezes com o ex-presidente Jorge Steinhilber e tentou explicar que na política muitas vezes é preciso ceder e negociar. “Quem não consegue compor na política está fadado ao fracasso e não sobrevive.”
Reiterando que falava exclusivamente sobre os interesses da prática esportiva, Panzetti argumentou que os agentes públicos gostam de usar o esporte como discurso, mas nada fazem na hora de transformar promessas em ações efetivas. “Acreditar no esporte é ter orçamento. O resto é pura demagogia”, afirmou.
Panzetti lembrou que quando a lei estava para ser promulgada vários presidentes de CREFS se articularam e foram por diversas vezes a Brasília. Mas que tudo que nela havia sido colocado por esforço desse grupo de dirigentes – e não do CONFEF – caiu por terra.
“Aos 48 minutos do segundo tempo fomos surpreendidos com a retirada de todos os itens que atendiam aos interesses dos PEFs, e a ministra do Esporte assinou a lei com 50 vetos, eliminando até a autonomia das entidades que têm recursos próprios, como o Conselho Nacional. A partir de agora, somente o Ministério do Esporte manda. Os vetos serviram apenas para tirar poder do COB, do CBC, CND etc.”
O dirigente finalizou prevendo que agora todos presidentes de confederações, comitês e conselhos terão de unir forças para negociar e tentar reverter as mudanças. “Entendemos que os vetos inconstitucionais devem cair, mas a ordem foi revertida e tudo depende agora de negociações isoladas. E isso é o temos para hoje”, concluiu.
Clique AQUI e acesse a pasta de fotos do Encontro Nacional dos Conselhos Regionais de Educação Física – ENAC 2023.