15 de novembro de 2024
Alessandro Tizony aponta perspectivas otimistas para o karatê tradicional paranaense em 2021
Presidente da FKTPR comemora o novo momento da entidade e cobra posicionamento dos esportistas no enfrentamento à estagnação imposta pela pandemia a todos os segmentos da sociedade
Karatê-Dô Tradicional Paranaense
16 de outubro de 2020
Por ISABELA LEMOS I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR
Em janeiro de 2020, Alessandro Tizony Ramos assumiu a presidência da Federação de Karatê-do Tradicional do Paraná (FKTPR). Mesmo enfrentando um ano desafiador para qualquer gestão esportiva devido à pandemia da covid-19, Tizony conseguiu elevar a federação a um patamar não atingido há muito tempo. Pela primeira vez em muitos anos, a entidade fecha uma temporada com todas as contas em dia e com saldo positivo em todos os setores da gestão.
Eventos futuros
Apesar de a FKTPR não ter podido sediar o Campeonato Brasileiro de Karatê-do Tradicional em Curitiba, devido à pandemia, Tizony destacou que o presidente da Confederação Brasileira de Karatê Tradicional (CBKT) já se comprometeu a priorizar a realização do certame de 2021 na capital paranaense por acreditar no potencial da FKTPR. Nos três meses remanescentes de 2020, a FKTPR prevê a realização de cursos regionalizados e de um exame de faixa, marcado para 12 de dezembro em Curitiba.
A diretoria da FKTPR planeja realizar o exame num espaço amplo e bem arejado, que possa abrigar muitas pessoas ao mesmo tempo, o que certamente encurtará a duração do evento. Segundo Tizony, pequenos cursos poderão acontecer presencialmente, assim como o exame de faixa presencial realizado em agosto em Apucarana (PR). O evento teve início às 9 horas e término às 16 horas, devido ao alto número de candidatos.
“Devido à crise e à falta de eventos e atividades, quase não tivemos receitas nesta temporada, mas a federação está respirando muito bem e, com o exame que realizaremos em dezembro, fecharemos o primeiro ano de minha gestão com saldo expressivamente positivo. Na última década, isso jamais ocorreu. A entidade sempre viveu no vermelho”, revelou o dirigente.
No início de 2021, a diretoria fará a prestação de contas e, segundo Tizony, todas as dívidas herdadas da gestão passada foram quitadas, inclusive a que havia junto à Confederação Brasileira de Karatê Tradicional. “Vamos iniciar a temporada 2021 livres de toda e qualquer pendência que havia quando assumimos. Nossa anuidade federativa está quitada. Em dezembro, a FKTPR depositará todas as taxas dos exames deste ano, e já vamos zerar a anuidade de 2021 junto à CBKT.
Parceria com a ITKF
O presidente da FKTPR admite que não esperava uma parceria tão grande com a International Traditional Karate Federation (ITKF) devido à visão daqueles que administravam a federação paranaense anteriormente. “Tivemos uma geração mais introspectiva no comando da FKTPR. Hoje, além de termos outra dinâmica, nossa diretoria conta com uma nova geração mais participativa e atuante, em sintonia com a diretoria e o presidente da ITKF, professor Gilberto Gaertner, que fez parte de uma das gerações iniciais da FKTPR e projetou verdadeiramente o Paraná no cenário nacional e internacional”, pontuou o presidente.
Para Tizony, a parceria entre a FKTPR e a ITKF foi um grande marco, começando pelo campeonato mundial, no qual a FKTPR inscreveu 347 atletas. “Nossa força foi ainda mais evidenciada nesse momento. Tenho um respeito gigantesco pelo professor Gilberto. Tenho plena convicção de que ele projetará a ITKF e estou certo que vamos realizar uma parceria ainda maior, no sentido de apoiar e sediar eventos da Federação Internacional no Estado do Paraná”, disse o presidente da FKTPR.
“Avalio que, se a ITKF está crescendo e projetando o tradicional internacionalmente, é porque a diretoria se embasou em muitas ações realizadas no Paraná enquanto o sensei Gilberto era presidente. Muita coisa foi instituída aqui e agora está sendo lançada mundo afora. Ele tem meu apoio irrestrito, e projeto uma parceria ainda mais forte, que evidencie a FKTPR como modelo de gestão de nossa modalidade”, apontou Tizony.
Para o dirigente da FKTPR, antes a instituição era vista com muitas ressalvas devido ao modelo de gestão do ex-presidente. No entanto, ele afirma que o seu relacionamento com a diretoria e a presidência da CBKT é ótima. “O professor Serginho está sempre conversando comigo. Ele é extremamente sensato em suas colocações e acho que a nossa parceria está sendo muito boa. O financeiro da CBKT foi sensível aos problemas que herdamos e nos apoiaram nos momentos difíceis. Hoje, todas as dívidas foram quitadas e somos gratos pelo apoio recebido”, contou Tizony.
Retomando a prática e a vida
Defensor das aulas e competições presenciais, Alessandro Tizony lembra que a atividade esportiva fomenta a saúde física e mental de seus praticantes.
“Sou a favor de que as instituições e federações comecem a retomar suas atividades com segurança. Desta forma, em janeiro, as coisas podem voltar ao normal. O esporte é sinônimo de saúde e imunidade. Eu consegui fazer com que crianças de 4 a 8 anos fizessem aula com máscara e elas não tiram. É hábito e exige adaptação. Nós somos seres adaptáveis e acredito que temos de seguir a vida mesmo com todas estas dificuldades, mas tomando as devidas precauções é claro.”
Tizony contou que viu algumas academias fecharam as portas em Curitiba e acredita que isso seja uma desvalorização do esporte e da educação física em geral.
“Meu ponto de vista é que fechar academias e centros esportivos tenha sido uma medida incoerente. Durante a pandemia, fiquei apenas 20 dias fechado. Peitei o prefeito e os vereadores, abri minhas portas novamente e nenhum aluno teve covid até hoje, nem houve casos nas famílias. Mas adotamos todo um procedimento que envolve o uso de álcool em gel, máscaras e a esterilização total do dojô”, disse o dirigente que concluiu afirmando que é preciso vencer o medo para retomar a vida.
“Quanto mais tempo demorarmos para retomar nossas vidas, mais as coisas ficarão difíceis e fugirão do nosso controle. Em agosto fizemos um exame presencial e não tivemos nenhum infectado. Em nossa escola paramos apenas por três semanas e não houve nenhum registro negativo. Isso confirma que o esporte e a atividade física são um ambiente sadio. Vários jogadores de futebol e esportistas têm-se infectado nos últimos meses, mas não temos nenhum óbito ou caso de internação mais grave ou prolongada em UTIs. Passou da hora de vencermos o medo que incutiram em nossas mentes. A sociedade como um todo precisa reagir”, disse o presidente da FKTPR.