13 de dezembro de 2024
Aline Silva faz campanha para ajudar jovens que não têm acesso à Internet para aulas online
Vice-campeã mundial de wrestling e idealizadora do projeto social de Cubatão, a lutadora Aline Silva ajuda jovens que, na pandemia, não estão conseguindo assistir às aulas online por falta de dinheiro para ter acesso à internet
Projetos Socioeducativos
5 de julho de 2020
Por GloboEsporte.com I Fotos Bruna Félix/CBW
São Paulo – SP
Novo coronavírus. Pandemia. Quarentena. Aulas online. O que alguns chamam de “novo normal” não é a realidade para muitos jovens de todo o país. Idealizadora do projeto social Mempodera, na cidade de Cubatão, em São Paulo, a atleta Aline Silva percebeu que a maioria dos alunos que ela atende não estava participando das aulas durante estes últimos meses. E o motivo eles mesmos contaram: a falta de dinheiro. Se falta o básico, como sobrar algo para pagar Internet para eles terem acesso às aulas online. Então a mais vitoriosa brasileira da história do wrestling foi à luta novamente.
Aline criou uma campanha, uma vaquinha virtual, para arrecadar R$ 7.934,00. O objetivo é bancar, nos próximos seis meses, créditos pré-pago de Internet para os cerca de 80 jovens, a maioria entre 10 e 15 anos, do projeto Mempodera, e o excedente da meta ainda servir de socorro das famílias no período da quarentena. As aulas presenciais de wrestling, inglês e educação social não serão presenciais até que uma vacina seja descoberta, acredita a atleta vice-campeã mundial em 2014.
– É uma campanha para pagar a Internet dos alunos e se houver excedente vai para as famílias, para pagar cesta básica e o que eles precisarem. Se alguém disser que está passando fome, essa será a prioridade – diz Aline, de 33 anos, que já ajuda algumas famílias financeiramente.
– Muita gente eu não consigo nem sequer ter contato, porque lá no Bolsão (Jardim Nova República, em Cubatão) muitos não têm Internet dentro de casa. Alunos que têm celular muitas vezes ficam sem crédito. Outros nem têm celular. De 80 e poucas só umas cinco crianças estavam conseguindo participar das aulas. As próprias alunas levantaram essa dificuldade da Internet e do celular- destaca Aline, que também começou uma campanha para que as pessoas doem celulares usados para a comunidade carente.
O projeto Mempodera, criado em 2018, tem como objetivo empoderar meninas através da luta olímpica, hoje chamada de wrestling mundialmente, com aulas de inglês e aulas de conscientização de questões sociais. A meta é ajudar esses jovens a ter acesso à Internet também para que as alunas não fiquem atrasadas no ensino regular, que neste período de pandemia está sendo feito à distância. O projeto atua na escola UME Martin Afonso de Souza, no bairro Bolsão, em Cubatão, região de alta vulnerabilidade da cidade. O Globo Esporte mostrou o Mempodera nesta reportagem de 2018.