21 de maio de 2025

Durante o Campeonato Europeu da EKF realizado em Yerevan, o presidente da Federação Mundial de Karatê (WKF), Antonio Espinós Ortueta, demonstrou otimismo quanto ao futuro olímpico da modalidade, especialmente com a iminente liderança de Kirsty Coventry no Comitê Olímpico Internacional (COI).
O karatê fez sua estreia histórica como esporte olímpico nos Jogos de Tóquio 2020, após ser incluído de forma provisória em 2015 e aprovado definitivamente em 2016. A modalidade também esteve presente nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018. Em Tóquio, 60 atletas disputaram as provas de kumitê e 12 competiram no kata, com medalhas distribuídas a representantes de 20 países.
Apesar da estreia bem-sucedida, o karatê acabou excluído do programa olímpico de Paris 2024 e também ficou de fora de Los Angeles 2028. Espinós, no entanto, mantém a esperança de reversão futura. “O futuro olímpico do karatê deve ser promissor. Somos uma federação que reúne todos os requisitos para integrar os Jogos Olímpicos e contribuir significativamente com o evento.”
Sandra Sanchez, da Espanha, primeira campeã olímpica de karatê © Getty Images
Em tom crítico à gestão anterior do COI, liderada por Thomas Bach, Espinós foi direto. “Não tivemos sorte com o ex-presidente Thomas Bach. A boa notícia é que, com Kirsty Coventry, só podemos melhorar. Digo isso porque não dá para sermos tratados pior do que fomos nos últimos anos.”
O dirigente revelou que ainda não houve contato direto com Coventry, mas confirmou que a WKF pretende se reunir com a nova presidente assim que ela assumir oficialmente o cargo, no fim de junho.
“Esperamos conhecê-la pessoalmente e entender quais são suas expectativas em relação ao karatê. Também queremos apresentar o que o nosso esporte pode oferecer aos Jogos Olímpicos.”
Ciente de que não há mais chances de inclusão em Los Angeles 2028, Espinós revelou o novo foco da entidade. “Agora nosso trabalho está voltado totalmente para os Jogos de Brisbane 2032. É com esse objetivo que estamos nos mobilizando.”
Em entrevistas anteriores, o dirigente já havia classificado a exclusão do karatê do programa de Paris 2024 como altamente questionável. Em dezembro de 2021, ao Inside The Games, Espinós afirmou que o processo de seleção “foi o mais opaco que já vi” e chamou de “absurdas” as justificativas apresentadas por Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris 2024.
Segundo ele, a WKF jamais recebeu explicações plausíveis para a decisão, apesar da popularidade da modalidade e dos altos índices de audiência na França. Espinós mencionou um relatório independente que apontou que quase quatro milhões de pessoas assistiram, no país, à conquista do ouro por Steven da Costa em Tóquio 2020. “O karatê foi excluído… intencionalmente”, avaliou o líder máximo da WKF.
Antonio Espinós, durante o Campeonato Europeu da EKF © WKF
Desde então, Antonio Espinós tem reforçado o valor da modalidade para o movimento olímpico. Logo após os Jogos de Tóquio, declarou ao COI.
“Assim como o karatê precisa dos Jogos Olímpicos, os Jogos também precisam do karatê. Mostramos ao mundo que o nosso esporte é único e que tem méritos suficientes para fazer parte do programa olímpico de forma permanente.”
Ele também ressaltou o alto nível técnico e físico exigido na prática, além da aderência aos valores olímpicos e da universalidade natural do karatê — mesmo com raízes profundamente japonesas.
Reconhecida oficialmente pelo COI como a entidade máxima do karatê esportivo, a WKF segue empenhada em assegurar o retorno da modalidade ao cenário olímpico, com foco agora na possível inclusão para Brisbane 2032.