15 de novembro de 2024
Antônio Tenório é o primeiro atleta a ser vacinado no Brasil rumo às Olimpíadas e Paralimpíadas
Primeiros atletas começaram a ser vacinados nesta sexta-feira (14), no Rio, em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte
Gestão Esportiva
15 de maio de 2021
Por João Gabriel Rodrigues / GE
Rio De Janeiro (Rj)
O Brasil deu início à vacinação da delegação brasileira que vai às Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio. O primeiro a receber dose foi o judoca paralímpico Antônio Tenório. A ação conjunta entre os Comitês Olímpico e Paralímpico do Brasil e os Ministérios da Saúde, da Defesa e da Cidadania começou a ser realizada nesta sexta-feira (14) no Rio, em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte. Ao todo, os cerca de 1.800 credenciados (entre atletas, paratletas, comissões técnicas, oficiais e jornalistas) serão vacinados.
Outras sete mil doses, aproximadamente, o suficiente para atender 3.500 pessoas, serão repassadas à população, que terá acesso a elas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).
Em São Paulo, o Centro de Treinamento Paralímpico foi o palco das aplicações. O primeiro a receber dose foi o judoca multicampeão paralímpico Antônio Tenório, que há um mês se recuperou da Covid-19 após ficar vários dias internados na UTI.
No Rio de Janeiro, a vacinação foi iniciada com doses da Pfizer no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) com a presença de Paulo Wanderley, presidente do COB; Marcelo Queiroga, ministro da Saúde; Marcelo Guimarães, secretário especial do Esporte; Major-Brigadeiro Isaias Carvalho, diretor do departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa; Bruno Souza, secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento; e Marco Antônio La Porta, vice-presidente do COB que é o chefe de missão da delegação brasileira em Tóquio.
No total, cerca de 280 credenciados foram vacinados nesta sexta – além do evento principal, Saquarema, com as seleções de vôlei, também foi sede de vacinação.
Foi Queiroga, por sinal, quem vacinou pessoalmente os dois primeiros componentes da delegação: a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e o remador paralímpico Michel Pessanha, pouco depois das 11horas.
“Alguns atletas ainda estarão viajando para competir, fazer a fase final de preparação, como eu, que vou para a Europa. Então, é uma segurança a mais. Ainda vamos ter que receber a segunda dose para ter 100% de segurança. E eu estou muito feliz por representar todos os atletas que estarão na delegação”, comentou Ana Marcela.
Outros atletas esperados no Rio eram Larissa Oliveira (natação) e Marcus Vinícius D’Almeida (tiro com arco) e o paratleta Caio Ribeiro (canoagem).
“Estou muito feliz. É uma emoção muito grande, até difícil encontrar palavras para o que estou sentindo. Essa felicidade, essa emoção toda que sinto é o que espero para todos os brasileiros”, disse Larissa, que defende o Flamengo.
Marcus Vinícius afirmou que cada dose recebida é um passo a mais para o fim da pandemia. “Eu ainda vou ter que competir em alguns países, e com isso vou poder continuar meu ciclo bem preparado para os Jogos. E sem aquele medo de chegar perto das Olimpíadas e talvez cair doente e acabar uma preparação de quatro anos”, observou o atirador.
“Ainda estou em preparação para os Jogos, ainda tem muita competição pela frente. Fico tranquila de estar mais segura. Fico esperando a próxima dose aí, bem ansiosa. Aí é seguir para os Jogos e conseguir essa medalha para o Brasil”, afirmou a velocista Rosângela Santos, medalhista olímpica em Pequim 2008 no revezamento 4x100m rasos.
Segundo o ministro, o Brasil receberá 4.050 doses da vacina da Pfizer e mais oito mil doses da CoronaVac. De acordo com Queiroga, a quantidade de imunizantes é suficiente para vacinar atletas, comissões técnicas, profissionais credenciados e também a população brasileira, uma contrapartida à vacinação da delegação.
“O esforço para vacinar a população mundial é um esforço de todos os governos. Ter vacina em tão curto espaço de tempo é um milagre da ciência. E hoje representa a esperança de pôr fim à pandemia. As vacinas para os atletas são frutos de uma doação de doses para o Comitê Olímpico Internacional feito pela Pfizer e pela Sinovac. E como foi destacado aqui, o excedente dessas vacinas é destinado ao nosso PNI. O que foi decidido é de maneira pactuada da forma que o SUS é gerido, podem beneficiar não só os nossos atletas olímpicos e paralímpicos como toda a população brasileira”, disse Queiroga.
Em março, o Globo Esporte noticiou que atletas militares brasileiros seriam vacinados como grupo prioritário das Forças Armadas, de acordo com o Ministério da Saúde. O COB sempre declarou que “a entidade seguirá o PNI”. Agora, ficou a cargo do próprio COB elaborar a lista final com os nomes que irão a Tóquio. A operação vai usar instalações das Forças Armadas em seis capitais brasileiras. Além do CT do Time Brasil, no Maria Lenk, no Rio de Janeiro.
“Esse foi um grande passo que demos para nossa apresentação nos Jogos Olímpicos. Foi um momento decisivo e que talvez, se não acontecesse, seria difícil uma participação segura – afirmou Paulo Wanderley, presidente do COB.
O mandatário do Comitê Olímpico do Brasil afirmou estar confiante de que as Olimpíadas serão realizadas e bem-sucedidas.
“Em 2015, 2016, muito países levantaram questões de crise sanitária no Brasil por causa do zika. Era uma coisa do mundo. Teve atleta que não quis vir para cá. Até o meu neto não quis vir. Mas hoje se arrepende tremendamente, porque a Olimpíada do Brasil foi um sucesso, foi uma festa, comentada no mundo inteiro como uma celebração. E é isso o que vai acontecer em Tóquio”, complementou Wanderley.
Vários países estão imunizando suas delegações para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na última semana, a Austrália, por exemplo, começou a vacinar seus credenciados. Outros países também colocaram atletas no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19, como Bélgica, Espanha, Nova Zelândia, Alemanha, México, entre outros. O COI já disse publicamente que as vacinas não serão obrigatórias para os atletas disputarem os Jogos.