Apática, seleção brasileira passa mais um dia em branco em Doha, exibindo um judô pequeno e inexpressivo

A francesa Clarisse Agbegnenou joga Luc Renshall (GBR) na fase classificatória e supera Nami Nabekura (JPN) na final do meio-médio © Mayorova Marina

Os cinco judocas que lutaram nesta terça-feira foram eliminados já na primeira luta. Com isso, dez atletas da seleção olímpica não obtiveram nenhuma vitória no Catar. Somente Cargnin venceu um único combate

World Masters de Doha 2021
12 de janeiro de 2021
Por PAULO PINTO
Curitiba – PR

Segundo a CBJ, a seleção brasileira tentará reagir amanhã, último dia do World Masters de Doha, para conseguir as primeiras medalhas do ano no circuito mundial. Após dois dias sem pódios nas categorias mais leves e intermediárias, o judô brasileiro amarga as últimas colocações do certame. O Masters reúne os 36 melhores atletas do mundo em cada categoria, o que torna a competição uma das mais fortes do circuito.

Os valores estão totalmente invertidos e ninguém está cobrando medalhas. O que a comunidade judoísta do Brasil quer ver, na verdade, são os atletas que consomem grande parte do orçamento milionário da CBJ (que este ano totalizará 25 milhões de reais) façam a lição de casa e representem o País dignamente.

Não faltaram medalhas apenas. Faltou brio, raça, presença, vontade, determinação e principalmente judô. É revoltante ver todas as ações e os investimento da CBJ serem destinados para a seleção sênior, que goza de todas as prerrogativas e regalias, em detrimento dos milhares de professores que lutam para sobreviver e das gerações de atletas que esperam uma oportunidade que nunca chega, pois a gestão de alto rendimento só convoca e prioriza judocas dos grandes clubes.

Em dois dias, 11 brasileiros competiram em Doha, mas nenhum deles mostrou qualidade. Em 2020 a CBJ só realizou eventos e ações para o alto rendimento e para os grandes clubes. Nos Estados, tudo parou, e com isso deixamos de ver aquele judô brigado que sempre encheu nossos olhos e nos orgulhava.

Nesta terça-feira histórica e sombria, o judô verde e amarelo perdeu até para a Venezuela. Pobre seleção brasileira. Pobre judô do Brasil!