20 de novembro de 2024
Assembleia geral aprova atos do interventor e contas de 2020 da Federação Paulista de Judô
Para finalizar o processo da intervenção, falta somente a publicação do edital que definirá regras e data da eleição. Assim a FPJudô e seus 15 mil filiados poderão eleger seu novo presidente.
Por Paulo Pinto / Global Sports
9 de julho de 2024 / Curitiba (PR)
Nesta sexta-feira (5), realizou-se a Assembleia Geral Ordinária (AGO) para aprovação dos atos da intervenção nos 120 dias de administração e do balanço financeiro da Federação Paulista de Judô (FPJudô) do exercício de 2020.
Após a eleição para definir o presidente da mesa, a assembleia foi presidida pelo interventor Caio Medauar de Souza, que foi auxiliado pelo advogado Marcel Camilo e pelo assessor administrativo Alexandre Dias. O pleito foi secretariado pelo advogado Antônio Carlos de Mesquita, com apoio do secretário-geral Arnaldo Queiróz (relator) e do contador da FPJudô, Inácio Hirayama.
Uma inovação determinante na assembleia foi a condução transparente e democrática pelo sistema de votação Tafner, plataforma virtual da Tafner Solutions, que possibilitou a participação das entidades sem a utilização de votos por procuração. Essa medida eliminou a possibilidade de influências externas e garantiu a representatividade das agremiações.
Detalhe importante que precisa ser evidenciado foi a firmeza de Caio Medauar na condução da assembleia. Ciente dos fatos e com grande presença de espírito, o jurista não permitiu que as perguntas e toda a pressão feita por meio do chat desvirtuassem os verdadeiros objetivos da AGO, mantendo a pauta centrada em seus verdadeiros objetivos.
O encontro começou com a apresentação feita por Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, secretário-geral da FPJudô, que narrou os poucos eventos realizados em 2020 de forma presencial até o cancelamento da Copa São Paulo devido à pandemia de covid-19, fato que causou enorme prejuízo para a entidade, já que todo o material e serviços contratados tiveram de ser pagos, pois haviam sido entregues.
Em seguida, Queiróz listou todos os eventos virtuais de 2020, incluindo competições como o Open Regional, realizado no formato tandoku renshu, cursos, palestras e até o tradicional exame anual de graduação, que reuniu 579 candidatos, dos quais apenas cinco foram reprovados.
A plataforma utilizada para os treinamentos virtuais foi desenvolvida pelo departamento técnico da FPJudô. Foram realizados dez módulos com 4.957 inscritos e emitidos 4.768 certificados. Além de transmitir conhecimento, as palestras realizadas pelas delegacias tiveram papel decisivo, estreitando a conexão entre a entidade e grande parte dos seus filiados.
“Estima-se que fizemos mais de 10 mil certificados para os cursos e palestras virtuais promovidas por algumas delegacias regionais”, explicou Queiróz, que seguiu com a sua explanação. “Presencialmente, prestamos serviço para um evento interno do Sesi e para a CBJ, na seletiva realizada no Clube Paineiras do Morumby.”
Na sequência, o dirigente exibiu um comparativo entre a receita e as despesas de 2019 e 2020, destacando o superávit financeiro de R$ 734.532,00, apesar de em 2020 a receita ter sido menos da metade da registrada no ano anterior.
“O Conselho Fiscal não aprova contas nem demonstrações financeiras, porque esta é uma função da assembleia geral.”
Arnaldo Queiróz explicou que, embora os balanços fossem feitos corretamente, até 2020 a contabilidade apresentava os relatórios de forma sintética, aglutinando as informações para facilitar a leitura e a compreensão. “A partir de 2021, nós alteramos os planos de contas e abrimos outras rubricas que permitiram melhor entendimento delas.”
Em seguida, Inácio Hirayama, contador da FPJudô, fez o detalhamento analítico das receitas e despesas, pormenorizando entradas e saídas de recursos em 2020, ano que efetivamente encerrou a gestão de Francisco de Carvalho Filho.
Considerações finais
Arnaldo Queiróz expôs que o parecer do Conselho Fiscal expressa a opinião do órgão sobre o processo de elaboração e o conteúdo das demonstrações financeiras do exercício e do relatório da diretoria. “Ou seja,” pontuou o dirigente, “geralmente o Conselho Fiscal vê a forma como o conteúdo está sendo apresentado. Particularmente, eu achava que os números já deveriam ter sido apresentados de forma analítica em 2020, mas infelizmente, por decisão da presidência, eles foram apresentados de forma sintética. Contudo, o Conselho Fiscal não aprova contas nem demonstrações financeiras, porque esta é uma função da assembleia geral, assim como daqui a pouco serão os senhores que irão aprovar ou não as contas de 2020.”
De acordo com o artigo 45 do estatuto vigente da FPJudô, em seu parágrafo 11º, cabe ao presidente acompanhar a arrecadação da receita, recolhendo os haveres e autorizando o pagamento das despesas. “Portanto, até o momento, a entidade é administrada sob o regime presidencialista, e todas estas decisões eram discricionárias ao presidente, que fazia a administração da forma que entendia ser a mais adequada. Felizmente, os dois candidatos que disputarão o pleito que se aproxima falam em adotar a prática do Conselho de Administração, o que, além de modernizar a gestão, limitará o poder de decisão dos futuros presidentes”, concluiu o secretário-geral.
Buscaram pautar a AGO
Após uma exaustiva rodada de perguntas incriminatórias e acusatórias, que buscaram pautar a Assembleia Geral Ordinária (AGO), desferidas pelos professores Rodrigo Motta, Vinícius Erchov e Caio Kanayama, o interventor Caio Medauar explicou que a auditoria das contas de 2020 havia sido realizada pela Eo9 Auditoria e Consultoria, empresa independente e certificada, obedecendo aos mais modernos padrões de controle de gestão empresarial. Medauar ressaltou que todos os procedimentos de auditoria foram conduzidos de maneira transparente e imparcial, garantindo a integridade e a precisão dos resultados apresentados. Ele destacou ainda que as práticas de governança adotadas pela Federação Paulista de Judô foram aprimoradas, visando a maior transparência e responsabilidade na administração dos recursos.
“Caio Medauar explicou que a auditoria das contas de 2020 havia sido realizada por uma empresa independente e certificada, obedecendo aos mais modernos padrões de controle de gestão empresarial.”
Com as contas colocadas em votação, o resultado mais uma vez evidenciou que os professores que compõem a chapa Renova Judô buscam apenas tumultuar processos legítimos, tentando vencer na base da pressão e na produção de escândalos que apenas eles acreditam serem verdade.
Aprovação gigantesca das ações da intervenção
A primeira votação definiu o presidente da mesa, e o interventor Caio Medauar de Souza foi eleito recebendo 76 dos 100 votos válidos. Os 24 votos restantes foram de agremiações que não participaram dessa votação.
A segunda votação ratificou os atos do interventor após 120 dias de administração, e o resultado premiou a excelente gestão que vem sendo realizada por Caio Medauar no processo histórico que acaba de cumprir sua última etapa antes da realização das eleições que irão definir os futuros comandantes do judô paulista.
“Apenas Caio Kanayama e Vinícius Rodrigues Erchov reprovaram os atos da intervenção.”
Ao todo, 102 agremiações participaram do sufrágio, que apresentou o seguinte resultado: 83 aprovaram os atos do interventor, 17 não participaram da votação e, inacreditavelmente, apenas Caio Kanayama e Vinícius Erchov reprovaram os atos da intervenção.
Contas de 2020 aprovadas
Por ser a votação de uma prestação de contas que já havia sido discutida, o número de participantes foi bastante reduzido. Mesmo assim, o pleito reuniu representantes de 114 entidades que deram o seguinte veredito: 89 agremiações aprovaram as contas, 18 não votaram e apenas sete as reprovaram. Ou seja, Caio Kanayama, Rodrigo Guimarães Motta, Rafael Timóteo dos Santos Silva, Fernando Ferreira Porto, Nélson Fernandes Júnior, Manoel Esperidião de Oliveira Lima e Vinícius Rodrigues Erchov reprovaram a auditoria realizada nas contas do exercício de 2020, meticulosamente produzida pelo interventor e sua equipe.
“Esses sete professores mostraram que, além de todo o prejuízo que causaram, não confiam nos representantes da lei colocados por eles no comando da Federação Paulista de Judô e até mesmo invalidam seus atos.”
Importante lembrar que o processo foi auditado por uma empresa certificada para este fim específico, que conta com um time de profissionais experientes nas áreas contábil, tributária, controles internos e tecnologia da informação. Esta empresa cumpriu sua função à risca, seguindo padrões internacionais de auditoria, garantindo total transparência em todas as etapas do trabalho realizado.
Em outras palavras, esses sete professores mostraram que, além de todo o prejuízo que causaram, não confiam nos representantes da lei colocados por eles no comando da Federação Paulista de Judô e até mesmo invalidam seus atos. A pergunta que muitos fazem agora é: o que essa gente realmente buscava quando resolveu travar a entidade para depor as pessoas que, segundo eles, estavam fazendo uma gestão temerosa? A quais interesses eles estavam servindo?
“Presunçosos, Caio Kanayama e Vinícius Erchov tiveram a coragem de questionar e buscar macular até o trabalho realizado pela intervenção. Surge a dúvida se agora irão denunciar o interventor e todos os demais envolvidos no processo provocado por eles mesmos ao STJD da CBJ.”
Presunçosos, Caio Kanayama e Vinícius Erchov tiveram a coragem de questionar e buscar macular até o trabalho realizado pela intervenção. Surge a dúvida se agora irão denunciar o interventor e todos os demais envolvidos no processo provocado por eles mesmos ao STJD da CBJ. Qual será a denúncia que farão dessa vez, já que as contas de 2020 foram feitas por uma empresa independente e aprovadas por 93% das agremiações votantes?
Eles pediram a intervenção, mas não a apoiaram e ainda se creem acima de tudo e de todos, desrespeitando o trabalho meticuloso realizado com isenção pela equipe de interventores.
Dessa vez, eles não traíram apenas milhares de professores, árbitros, membros das comissões técnicas e judocas federados. Agora, traíram o movimento e a intervenção instaurados por iniciativa deles mesmos.
Falta de objetividade e seriedade
Em nossa análise, fica claro que eles realmente jamais aspiraram a algo legítimo e legal. Quiseram vencer pura e simplesmente por meio de um golpe, pois sempre souberam que não possuíam a credibilidade necessária e muito menos o cacife político que amparassem as pretensões do trio Motta, Erchov e Kanayama.
“Em nossa análise, fica claro que eles realmente jamais aspiraram a algo legítimo e legal. Quiseram vencer pura e simplesmente por meio de um golpe, pois sempre souberam que não possuíam a credibilidade necessária e muito menos o cacife político que amparassem as pretensões do trio Motta, Erchov e Kanayama.”
A meta deles era uma virada de mesa que resultasse na mudança do controle de uma entidade que, desde 1958, vem sendo administrada por empresários judocas bem-sucedidos, que foram amantes do judô, e não por aventureiros fundamentados em manobras, agressões desrespeitosas, mentiras e viradas de mesa por meio da Justiça comum.
Fim do processo
A despeito da falta de lógica e da irredutibilidade dos professores que compõem o Renova Judô, para finalizar o processo da intervenção agora falta apenas a publicação do edital que definirá as regras e a data da eleição para que os planos do Renova Judô sejam definitivamente soterrados e, principalmente para que a Federação Paulista de Judô e seus quase 15 mil filiados possam tomar novo rumo e juntos sigam em busca do desenvolvimento contínuo da modalidade.
Quaisquer que sejam os ritos e regras estabelecidos pela comissão eleitoral, que deverá seguir aquilo que estabelece o estatuto da FPJudô, certamente o Avança Judô obterá uma vitória ainda mais estrondosa que as duas derrotas impostas ao Renova Judô pela comunidade judoísta, que sabe muito bem o que almeja e aquilo que não quer para a modalidade. Quem viver verá!