15 de novembro de 2024
Associação expulsa Nédio Henrique Mendes, ex-presidente da Federação Mineira de Judô
No afã de proteger e incentivar um de seus principais apoiadores, presidente da CBJ frauda documentos oficiais para promover ilegalmente o ex-dirigente mineiro de ni-dan para yon-dan
Por Paulo Pinto / Global Sports
25 de setembro 2021 / Curitiba (PR)
Após os quatro anos da gestão que promoveu o maior retrocesso da história do judô do Estado de Minas Gerais, o ex-presidente Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira, continua a protagonizar tristes histórias que vão contra tudo aquilo que se espera de um faixa-preta de verdade.
Tentando descobrir qual havia sido o paradeiro da figura mais bizarra do judô contemporâneo, ficamos sabendo por intermédio de judocas mineiros que recentemente Nédio Henrique havia sido convidado a retirar-se da Associação de Judô Santo Agostinho, agremiação pela qual era federado. O pior, porém, é que nenhuma outra entidade de judô de Minas Gerais aceitou seu pedido de matrícula, tamanhas são as arbitrariedades cometidas pelo pior gestor da história do judô mineiro.
Procurando saber o que havia realmente ocorrido, descobrimos que o pseudojudoca havia sido expulso do dojô por questões éticas e diversas ilicitudes cometidas durante seu mandato à frente da FMJ. Detalhando os graves atos cometidos por Nédio Henrique, o faixa-preta, que exigiu anonimato, foi enfático:
“O Nédio nunca bateu bem da ideia e sempre tomou decisões de forma intempestiva. No limiar de seu mandato ele se autopromoveu de segundo para quarto dan, no mesmo dia. Esse foi aliás, o último ato dele na presidência da FMJ. O fato grave neste episódio é que isso ocorreu com a anuência de Sílvio Acácio Borges, presidente da CBJ, que assinou e assumiu a promoção do colega mineiro”.
Desdobramentos internos
Ao praticar mais esta grave ilicitude, Nédio Henrique não comunicou sua maracutaia à agremiação à qual pertencia nem pediu autorização para se autopromover ao seu responsável técnico, ferindo gravemente os estatutos da sua associação, da FMJ e da CBJ. O outro motivo de sua expulsão foi ter perseguido implacavelmente membros da sua agremiação, durante o período em que presidiu a federação. Como todos sabem, Nédio Henrique Mendes assediou de forma desumana e insensível os professores Luizmar e Flávio, dois judocas que sempre atuaram na arbitragem e outros setores da gestão, engradecendo sempre o judô mineiro.
Agindo em benefício próprio, numa única canetada, Nédio Henrique transgrediu os estatutos da sua escola, da Federação Mineira de Judô e da Confederação Brasileira de Judô, atropelando todas recomendações das comissões de grau da FMJ e da CBJ.
Capítulos finais de uma gestão fundamentada no fracasso
Dando sequência ao espetáculo do absurdo protagonizado por um gestor atormentado, nas cenas finais de seu malfadado mandato, no dia da assembleia de prestação de contas e eletiva, Nédio Henrique recusou o pedido de antecipação de posse dos novos gestores, que já previam o caos administrativo que iriam encontrar. Da mesma forma, o dirigente belo-horizontino negou-se a apresentar as contas de sua gestão, que deveriam ter sido analisadas e avaliadas. Infantilmente, Nédio Henrique alegou que não apresentaria as contas naquele momento porque ainda não estava preparado para expor os dados de sua infeliz gestão financeira. A Budô apurou que, geralmente, os gastos pessoais de Nédio Henrique eram maiores que as despesas ordinárias da federação.
Não bastasse isso, Nédio Henrique Mendes entregou a FMJ aos novos dirigentes sem sede. A Federação Mineira de Judô, por incompetência administrativa, havia sido despejada do espaço que utilizava há décadas e seu presidente simplesmente cruzara os braços, sem mover uma palha para dar um abrigo à entidade.
Segundo os novos dirigentes, a nova sede da FMJ será uma escola cedida pelo Estado, na qual será guardado todo o material da entidade. A sede social será uma sala cedida pela Federação Mineira de Vôlei, uma cortesia pessoal do seu dirigente.
A imaturidade e a falta de discernimento do ex-dirigente mineiro são tão graves, que ele teve de ser notificado por e-mail para devolver equipamentos da entidade dos quais se havia apossado.
Sílvio Acácio Borges foi o maior apoiador e incentivador do desastre mineiro
Desde a sua posse, em 2017, o presidente da Confederação Brasileira de Judô faz a gestão da CBJ como se a entidade fosse dele. Vendo seu comparsa expulso da escola que o filiara à FMJ, tratou de registrá-lo no Zempo como avulso. Até onde sabemos, isso não existe. Como é que a CBJ pode registrar um judoca que não está inscrito em nenhuma entidade filiada à CBJ? Será que o presidente da confederação brasileira pretende varrer do mapa as federações estaduais, como acontece no judô de algumas republiquetas latino-americanas?
Desprovido de critério ou senso de pudor, no último dia da gestão de Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira à frente da FMJ o presidente da CBJ tratou de promover seu apoiador de ni-dan para yon-dan, passando por cima de todo e qualquer princípio ético e desrespeitando a consagrada e imponente comissão de graus da Confederação Brasileira de Judô inventada por ele.
Ao mesmo tempo, Sílvio Acácio nega promoção aos judocas que a merecem, pelo simples prazer de mostrar que manda e desmanda no judô do Brasil. Mas, quando parte daqueles que o apoiam cegamente, toda e qualquer falcatrua é válida e muito bem-vinda.
Fraude acintosa
Em documento produzido e assinado por Sílvio Acácio Borges em 4 de junho de 2021, o presidente da CBJ afirma que Nédio Henrique foi promovido de ni-dan para san-dan em 5 de dezembro de 2017. No mesmo ofício consta que Nédio foi promovido de san-dan para yon-dan em 30 de maio de 2021.
Como o presidente da CBJ se acha acima de tudo e de todos, ele esqueceu de combinar a falcatrua com os russos, pois no Zempo consta que Nédio Henrique fora promovido a san-dan em 14 de abril de 2021. Como podem constar, no documento firmado pelo presidente da entidade, data e promoções diferentes das registradas oficialmente no Zempo?
Mais grave ainda é confrontarmos o certificado de promoção ao ni-dan, assinado pelo ex-presidente Paulo Wanderley Teixeira em 5 de dezembro de 2015? Como o presidente da CBJ poderia ter dado o san-dan após dois anos se a carência mínima estipulada pela CBJ são cinco anos? A verdade é que o ex-dirigente mineiro foi promovido de ni-dan para yon-dan no mesmo dia, ou seja, em 14 de abril de 2021. Dia em que o pseudojudoca belo-horizontino deixou a presidência da FMJ.
Todos os judocas mineiros sabiam que Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira era faixa-preta ni-dan. Todos sabem que a sua sho-dan foi paga e presenteada pelo seu segundo professor, que entendia que ele a merecia pelo esforço despendido pelo judô, já que tecnicamente não era capaz nem de fazer o gokio. Depois de ter sido humilhado anos a fio por seu primeiro mentor, com o qual ele jamais passou da faixa verde, seu segundo sensei achou por bem premiá-lo pelo esforço e o promoveu a sho-dan em 14 de dezembro de 2002.
Sobre o presidente da CBJ já falamos tudo que deveria ser dito, no sentido expor seu caráter perverso, anômalo e doentio. Seu desrespeito a toda a comunidade do judô mineiro ficou patente em diversos episódio, mostrando claramente quem e o quê ele é. Não seria o fato de ter feito o que fez para seu colega mineiro que mudaria a ordem das coisas.
Parafraseando Jigoro Kano, lembramos ao digníssimo presidente da CBJ, professor Sílvio Acácio Borges, que: O judô é uma arte e uma ciência. Ele deve ser mantido acima de toda a escravidão artificial e deve ser livre de qualquer influência financeira, comercial e pessoal.
Buscamos obter maiores informações junto a Federação Mineira de Judô, mas infelizmente à presidência do judô mineiro pediu para não se manifestar nesta oportunidade, ressaltando que os documentos são públicos e que através de ofício poderá dar ciência às atas.