Copa São Paulo

Associação Kamakura de Judô é campeã da Divisão Aspirante da Copa São Paulo 2024

A competição mostrou a força e a pujança do judô paulista no fomento das classes de entrada © fpjcom

Esporte Itaquaquecetuba foi a vice-campeã, enquanto a Associação de Judô Fernandes ficou em terceiro lugar no certame que reuniu 1.647 atletas de 202 agremiações.

Por Paulo Pinto / fpjcom
30 de março de 2024 / São Paulo (SP)

Com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 23 de março o primeiro certame da segunda fase da 15ª edição da Copa São Paulo de Judô 2024 com as disputas da Classe Aspirante.

Apesar da pouca experiência da maioria dos atletas no shiai-jô, a competição mostrou muitos jovens talentosos © fpjcom

Como ocorre tradicionalmente, a competição realizou-se no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, e a cerimônia de abertura reuniu autoridades esportivas, delegados regionais e renomados professores kodanshas do Estado de São Paulo, com destaque especial para Caio Medauar, advogado que está à frente da Federação Paulista de Judô.

A Divisão Aspirante tem apresentado crescimento vertiginoso desde a sua criação © fpjcom

A competição realizada num único dia, em 12 áreas, reuniu 1.647 atletas de 202 agremiações do Estado e mais uma vez mostrou a força e a pujança do judô paulista no fomento das classes de entrada, como sub 9 e sub 11.

O uchi-mata (ippon) do superligeiro Pedro Lucas de Oliveira, campeão da classe sub 9 © fpjcom

Para conduzir os combates, o professor kodansha Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô, convocou 74 árbitros, que tiveram o apoio de oito sumulistas e 170 oficiais técnicos, sob a coordenação dos professores Ana Paula Aquino, Grace da Silva e Jelton Monção.

Competição realizada em 12 áreas teve a duração de 9 horas © fpjcom

Inovação deu certo!

A Divisão Aspirante foi criada pela FPJudô para proporcionar desenvolvimento técnico aos judocas menos experientes, por meio de competições niveladas tecnicamente, portanto mais justas, aprimorando habilidades e oferecendo experiência de luta.

Alexandre Dias, Caio Medauar e Marcel Camilo © fpjcom

Esta edição da Copa São Paulo, ao incluir pela primeira vez a Divisão Aspirante, tornou-se mais democrática e inclusiva, abrindo espaço para as classes sub 9 e sub 11, numa disputa mais equilibrada para os novos judocas portadores de faixas brancas a verdes de todas as categorias e classes de peso. E para que esta abertura ocorresse sem comprometer a qualidade, a coordenação técnica da FPJudô acrescentou mais um dia à competição.

Marco Aurélio Uchida comentou o progresso da divisão criada em São Paulo e falou sobre o futuro. “A Divisão Aspirante tem apresentado crescimento vertiginoso desde a sua criação. Em 2022, por exemplo, totalizou 4.528 atletas filiados e em 2023 saltou para 6.636. Em sua estreia na Copa São Paulo, colocou 1.647 judocas no shiai-jô e esperamos um número muito maior de participantes nas próximas edições.”

Três delegacias regionais

A primeira colocada da Divisão Aspirante foi a Associação Kamakura de Judô, da 2ª Delegacia Regional Vale do Paraíba, importante reduto do judô paulista, em cuja área proliferam há décadas escolas formadoras de atletas e importantes núcleos de ensino do judô.

A equipe vice-campeã, Esporte Itaquaquecetuba, está inscrita na 10ª Delegacia Regional Central, que abrange o Alto Tietê, região tida como o berço do judô no Brasil.

A terceira colocada, Associação de Judô e Jiu-Jitsu Fernandes, tem sede na Chácara Santo Antônio, pertencente à 1ª Delegacia Regional Capital.

Associação Kamakura, a campeã

Com uma equipe comandada pelo experiente professor Flávio Nunes da Silva, coordenador técnico, o Instituto Kamakura, de São José dos Campos, fundado em 15 de março de 2019, levou 21 atletas a São Bernardo do Campo.

Sua comissão técnica é formada pelos professores Guilherme Fernandes da Silva e Leonardo Medeiros, técnicos do auto rendimento; Wagner Mariano e Tatiane Letícia, técnicos da base; Carlos Mikael, auxiliar técnico; e Rogério Sil, técnico responsável pelo ne-waza.

Após disputar sete finais e conquistar cinco medalhas ouro, duas de prata e duas de bronze, a equipe joseense assegurou a primeira colocação geral do certame, resultado já esperado pelo professor Flávio Nunes. “Nós sabíamos que ficaríamos no topo da tabela devido à qualidade do trabalho que vem sendo desenvolvido diariamente com os nossos atletas.”

O coordenador técnico da equipe campeã explicou que o resultado foi alcançado graças a muita dedicação e trabalho constante desde a criação da agremiação. “Nosso principal objetivo foi sempre dar oportunidade a todos, buscando inspiração nos ensinamentos de grandes mestres, como os senseis Uishiro Umakakeba e Sator Hirakawa.”

Este é o primeiro ano em que o Instituto Kamakura recebe recursos via Lei de Incentivo Fiscal de São José dos Campos. “Este apoio tem sido de grande valia para viabilizar maior estrutura a nossa agremiação e melhor atendimento das nossas crianças”, informou sensei Flávio.

Esporte Itaquaquecetuba, o vice-campeão

Recém-fundado em 1º de janeiro de 2023, o Esporte Itaquaquecetuba foi vice-campeão disputando nove finais e conquistando quatro medalhas de ouro, cinco de prata e dez de bronze.

Comandado pelo dedicado sensei Cláudio Campelo Leitão, o Esporte Itaquá tem em sua comissão técnica as senseis Maria Bethânia, Maria Júlia e Juliana Rosa (auxiliar técnica), três professoras comprometidas com o desenvolvimento técnico dos jovens atletas.

O professor Cláudio Leitão contou que o Esporte Itaquaquecetuba levou 82 atletas a São Bernardo do Campo. “Desses, 67 eram faixas coloridas e 15, faixas brancas. Foi um resultado expressivo, mas trabalhamos muito para alcançar este objetivo. Primeiro, traçamos uma meta específica e depois fizemos o planejamento e fomos atrás. Lidamos com crianças e jovens comprometidos que também cumpriram metas dando o melhor de si.”

E acrescentou: “Nosso trabalho sempre foi muito sério e realizado com compromisso desmedido e total amor e dedicação. É por isso que estamos obtendo resultados tão expressivos no curto espaço de tempo da nossa escola.”

Sensei Cláudio Leitão enfatizou que é uma honra enorme estar entre os melhores da Copa São Paulo, o maior evento de judô da América Latina. “É um título que proporciona a visibilidade ao judô e grande destaque para as escolas e os atletas. Esta conquista certamente resultará em espaço midiático ao nosso trabalho e, consequentemente, traremos mais praticantes para nosso dojô e para a modalidade.”

O técnico vice-campeão da Divisão Aspirante concluiu destacando o apoio recebido do governo de Itaquaquecetuba. “Recebemos total apoio da Prefeitura Municipal de Itaquaquecetuba desde a posse do prefeito Eduardo Boigues Queroz e do secretário de Esporte e Lazer Fabiano Oliveira Novais. As medalhas que conquistamos na competição também são uma forma de agradecimento ao apoio que recebemos do poder público da nossa cidade.”

Associação Judô Fernandes, a terceira colocada

Fundada em 7 de setembro de 1997, a Associação de Judô e Jiu-jitsu Fernandes alcançou a terceira colocação após disputar cinco finais e conquistar quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

Situada no bairro da Chácara Santo Antônio, no distrito do Tatuapé, na capital, a escola é comandada pelo professor kodansha roku-dan (6º dan) Pedro Luiz Fernandes e participou da Copa São Paulo com 22 atletas.

O Judô Fernandes é uma escola de bairro e mantém quatro projetos sociais autônomos. “Porém, é muito importante salientar que trabalhamos prezando os valores filosóficos do judô e priorizando o resgate do judô técnico, não o judô força”, explicou sensei Pedro Luiz.

A comissão técnica do Judô Fernandes conta com professores experientes como Mário Sergio Uehara, coordenador de competições, e em sua equipe estão os técnicos Rita de Cássia Cancian Marquês, André Cancian Marquês, João Vitor Bernardo, Ernesto de Souza e Douglas Wilson Duarte, na unidade Judô Fernandes. Na unidade do Projeto Social Judô Kishida, de Arujá, estão Fábio dos Santos Kishida (fundador), Victor Nunes Santos e Wirini Rodrigues de Araújo; na unidade do Dojô Sinzo Yamashiro atuam os senseis Sérgio Souza (fundador), Renan Amaro de Souza, Talita Carvalho Morais, Fernando José da Silva e Ítalo Alves; na unidade Judô Ryrioko, de São Mateus, na Zona Leste, está o sensei Gustavo Salvetre Martins (fundador).

Sensei Fernandes mostrou-se surpreso com a colocação obtida. “Nós esperávamos que alguns atletas tivessem sucesso, mas a surpresa foi grande com o resultado geral, pois muitos dos nossos judocas estrearam nesta competição.”

A Associação de Judô Fernandes existe há 26 anos e a terceira colocação na Copa São Paulo foi uma conquista inédita e muito importante. “Considero a Copa São Paulo um campeonato brasileiro em que não há necessidade de disputar uma seletiva. Então, o nível é muito alto. Essa conquista é fruto de muito trabalho, de reunir as pessoas certas e, principalmente, do apoio e da confiança dos pais e responsáveis dos nossos alunos e atletas. Acima de tudo, este resultado nos dá a certeza de que estamos no caminho certo.”

Atualmente apenas o Projeto Social Judô Kishida recebe apoio da Prefeitura de Arujá, por meio do apoio ao esporte que é feito pelo prefeito Luís Antônio de Camargo e de Fabio André de Sousa, secretário de Esporte. “Nossos demais núcleos não recebem nenhum incentivo, contando apenas com apoio dos pais e responsáveis”, informou sensei Fernandes.

Clique AQUI e acesse a pasta de fotos da divisão aspirante da Copa São Paulo 2023 no Flickr da Federação Paulista de Judô.