Brasil conquista 14 pódios, mantém a escrita e reafirma supremacia no judô sênior pan-americano

Rafael Silva (ouro) e David Moura (prata) garantiram dobradinha no peso pesado © Vanessa Zambotti/CPJ

Totalizando sete ouros, quatro pratas e três bronzes, a equipe brasileira assegurou a primeira colocação geral no principal torneio continental da temporada

Campeonato Pan-Americano Sênior
17 de abril de 2021
Fonte LARA MONSORES
Curitiba (PR)

A seleção brasileira de judô teve mais um dia de muitas medalhas no Campeonato Pan-Americano Sênior de Guadalajara, no México. Depois dos sete pódios conquistados na quinta-feira (15), primeiro dia de disputa, na sexta os judocas brasileiros faturaram mais sete medalhas, sendo quatro de ouro, duas de prata e uma de bronze. Com os resultados, o país foi campeão geral da competição, totalizando sete medalhas de ouro, quatro de prata e três de bronze, além de três quintos lugares.

O torneio continental reuniu cerca de 110 atletas de 20 países e distribuiu 700 pontos (campeão) no ranking de classificação para Tóquio 2020. Foi uma grande chance para os judocas brasileiros que ainda buscam entrar na zona de ranqueamento olímpico e para as duplas que disputam internamente a vaga do Brasil nos Jogos Olímpicos, uma vez que somente um atleta por país por categoria, pode participar da competição olímpica.

Bia Souza foi a grande campeã do peso pesado feminino em Guadalajara © Vanessa Zambotti/CPJ

Os pesados Rafael Silva “Baby” e Beatriz Souza foram campeões de suas categorias e devem somar alguns pontos no ranking. Eles disputam a vaga olímpica ponto a ponto com David Moura e Maria Suelen Altheman, respectivamente. Moura ficou com a prata e Suelen não esteve em Guadalajara dessa vez, pois já tinha sido campeã em 2020 e não poderia melhorar seu resultado. Dos dois pan-americanos, apenas o melhor resultado será computado no ranking.

Os outros dois ouros brasileiros vieram com judocas mais jovens, que não estão ainda diretamente na briga pela vaga em Tóquio, mas que aproveitaram bem a oportunidade de lutar um Pan-Americano pela primeira vez. O meio-médio Guilherme Schimidt, de 20 anos, venceu o experiente Emmanuel Lucenti, da Argentina, por estrangulamento, na final, para subir ao lugar mais alto do pódio continental pela primeira vez, assim como a peso médio Ellen Santana, de 22 anos, que superou a equatoriana Celina Corozo, para ficar com o título.

Nessas categorias, o Brasil tem Eduardo Yudy Santos e Maria Portela como melhores colocados no ranking. Yudy recupera-se da infecção por covid-19 e não foi ao Pan. Portela, por outro lado, foi campeã em 2020, mesma situação de Daniel Cargnin (66kg), Eric Takabatake (60kg) e Maria Suelen (+78kg).

“Fiquei muito feliz com a convocação. Estava treinando forte no meu clube, cuidando do meu peso e sempre pronto para quando a oportunidade aparecesse. A oportunidade chegou e eu consegui fazer esse ouro aqui no México. Estou muito feliz. Consegui desenvolver tudo que venho treinando, me senti bem e estou sempre pronto para as próximas competições em busca dos meus objetivos”, avaliou Schimidt, que é atleta do Minas Tênis Clube (MG) e da seleção sub 21, onde foi bronze no Campeonato Mundial Júnior.

Também estreante em continentais adultos, Ellen Santana, que vinha de um quinto lugar no Grand Slam de Tashkent, vê o ouro no Pan como um fator motivacional para as próximas etapas.

“Com esse start da primeira medalha eu sinto que ainda tem muito por vir, muito para construir e isso me puxa para frente, me motiva muito. As próximas etapas são mais desafios e carrego esse resultado como bagagem para encará-los da melhor forma, buscando o melhor desempenho possível”, projetou a judoca do Esporte Clube Pinheiros.

Guilherme Schimidt, caçula da equipe, campeão pela primeira vez © Vanessa Zambotti/CPJ

Além deles, Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg) também subiram ao pódio pan-americano nesta sexta. Macedo ficou com a prata, caindo na final diante do dominicano Robert Florentino. Leo ficou com um dos bronzes do meio-pesado depois de cair para o norte -americano Nathaniel Keeve, nas quartas-de-final. A disputa pela medalha seria com seu compatriota Rafael Buzacarini, que não se apresentou para o combate. Buzacarini recupera-se de uma fratura no dedo do pé e, como já tinha a prata do Pan de 2020, não poderia melhorar sua pontuação mesmo se conquistasse o bronze em 2021.

Parte da equipe seguirá em Guadalajara neste final de semana para a disputa do Open Pan-Americano, competição com pontuação menor (100kg), mas que vale para o ranking olímpico. Nessa disputa, participarão Gabriela Chibana, Nathália Brígida, Jéssica Pereira, Ketelyn Nascimento, Ellen Santana, Renan Torres, Willian Lima e Guilherme Schmidt.

As próximas etapas do Circuito Mundial até os Jogos Olímpicos são o Grand Slam de Kazan, na Rússia, em maio, e o Campeonato Mundial de Budapeste, em junho, fechando o ranqueamento olímpico. A lista deve ser atualizada na próxima segunda-feira, com os resultados do Pan, do Asiático, do Africano e do Europeu, que está em andamento neste final de semana, em Lisboa.

Medalhas conquistadas

OURO
Larissa Pimenta (52kg) 22 Anos – E.C. Pinheiros
Willian Lima (66kg) 21 Anos – E.C. Pinheiros
Ketleyn Quadros (63kg) 33 Anos – SOGIPA
Ellen Santana (70kg) 22 Anos – E.C. Pinheiros
Beatriz Souza (+78kg) 22 Anos – E.C. Pinheiros
Guilherme Schimidt (81kg) 20 Anos – Minas Tênis Clube
Rafael Silva Baby (+100kg) 33 Anos – E.C. Pinheiros

PRATA
Gabriela Chibana (48kg) 27 Anos – E.C. Pinheiros
Ketelyn Nascimento (57kg) 22 Anos – E.C. Pinheiros
Rafael Macedo (90kg) 26 Anos – SOGIPA
David Moura (+100kg) 33 Anos – Instituto Reação

BRONZE
Nathália Brígida (48kg) 28 Anos – SOGIPA
Jéssica Pereira (57kg) 26 Anos – Instituto Reação
Leonardo Gonçalves (100kg) 25 Anos – SOGIPA