20 de junho de 2025

Reunindo 16 das principais nações do judô internacional, a disputa por equipes mistas encerrou com alto nível técnico o Mundial Sênior de Budapeste. Entre combates decididos no golden score e lutas encerradas por ippon, o Brasil escreveu mais um capítulo valente em sua história recente: venceu por larga margem a atual campeã olímpica França, mas sucumbiu à consistência do Japão na briga pelo bronze, terminando em 5º lugar.
A jornada brasileira começou com um triunfo sólido sobre a Croácia nas oitavas. Na sequência, um confronto equilibrado contra a Alemanha teve desfecho amargo: derrota por 4 a 3 e ida para a repescagem. Diante de uma França repleta de medalhistas olímpicos e mundiais, o Brasil impôs ritmo agressivo, venceu por 4 a 1 e avançou para a disputa da medalha de bronze.
Na repescagem, Rafaela Silva joga a francesa Marie Eve © Kulumbegashvili Tamara / FIJ
O Japão, potência hegemônica no judô, exigiu leitura tática apurada dos brasileiros. No duelo inicial, Leonardo Gonçalves manteve o combate equilibrado até o golden score, mas foi vencido por ippon. A seguir, Jéssica Lima tentou conter a versátil Momo Tamaoki, mas sofreu uma chave de braço. Vinicius Ardina, promessa da nova geração, enfrentou a experiência de Tatsuki Ishihara e foi superado por ippon. Por fim, Rafaela Silva, campeã olímpica na Rio 2016, foi deslocada de sua categoria original e enfrentou Utana Terada. Em um embate físico e estudado, Rafa caiu no golden score.
O 4 a 0 imposto pelo Japão não diminui o valor da campanha brasileira, que demonstrou capacidade de superação e um judô em processo de renovação bem-sucedido.
Equipe brasileira que venceu a França © Kulumbegashvili Tamara / FIJ
Mesmo sem medalha, a campanha reforça a competitividade do Brasil no cenário por equipes. Ao eliminar a França — que nos Jogos de Tóquio 2020 conquistou o ouro e chegou a Paris 2024 como favorita —, os judocas brasileiros demonstraram maturidade e poder de resposta diante da pressão.
Técnicos da comissão verde e amarela apontam que o desempenho coletivo espelha o processo de amadurecimento técnico iniciado no ciclo anterior e que se intensifica com a nova geração.
A participação brasileira em Budapeste termina com dois pódios individuais (prata de Daniel Cargnin e bronze de Shirlen Nascimento), três quintos lugares e dois atletas no top 7 mundial.
Enfim, avaliamos que o desempenho, somado à atuação nas equipes mistas, sinaliza que o ciclo rumo a Los Angeles 2028 começa de forma positiva e promissora.
A grande final do Mundial de Judô por equipes mistas, realizada nesta sexta-feira em Budapeste, marcou um feito histórico para a Geórgia. Em sua primeira decisão nesta modalidade, os georgianos superaram a Coreia do Sul por 4 a 1 com atuações marcantes, selando sua ascensão definitiva ao topo do judô mundial. Destaque para Eteri Liparteliani, que conquistou seu segundo ouro em Budapeste e ajudou a equipe a conquistar o título inédito.
Na outra disputa pelo bronze, a Alemanha venceu a Itália por 4 a 1, garantindo presença no pódio com uma campanha consistente e combativa. O Japão, que havia superado o Brasil na outra semifinal, também subiu ao pódio.
PÓDIO POR EQUIPES MISTAS – MUNDIAL DE JUDÔ 2025
🥇 Ouro – Geórgia
🥈 Prata – Coreia do Sul
🥉 Bronze – Japão
🥉 Bronze – Alemanha
Desde 1991, quando a Geórgia participou pela primeira vez de eventos esportivos globais, Eteri Liparteliani é agora a primeira e única mulher georgiana a vencer um campeonato mundial, entre todos os esportes olímpicos.
Os homens da Geórgia conquistam há muito tempo os palcos esportivos, desde o tiro esportivo e a luta livre até o sucesso recente no futebol americano e no basquete, e, claro, no judô.
Com dois ouros conquistados em Budapeste, a georgiana da categoria leve (57kg), Eteri Liparteliani fez história na Hungria © Tamara Kulumbegashvili / FIJ